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Congresso em Foco
10/11/2005 | Atualizado às 20:02
Relatório parcial divulgado nesta quinta-feira pelo sub-relator de Movimentações Financeiras da CPI dos Correios, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), desmonta a versão de que empréstimos bancários teriam alimentado o caixa dois do PT, como sustentam o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares.
Os deputados Carlos William (PMDB-MG) e Maurício Rands (PT-PE) pediram vista para analisar o texto. Eles terão cinco dias úteis para estudar o documento, que deve ser votado somente na sexta-feira da próxima semana. O Congresso em Foco publica, em primeira mão, a íntegra do relatório de Fruet. Caso não tenha instalado o programa Adobe Reader em seu computador, clique aqui.
De acordo com o relator, os empréstimos feitos nos bancos BMG e Rural, de fato, foram registrados. Porém, o dinheiro não saiu dos cofres das duas instituições. A operação, afirma o sub-relator, foi uma forma de encobrir repasses feitos irregularmente para o PT.
"Como foi demonstrado no presente relatório, a natureza daquelas operações (os empréstimos) guarda apenas uma frágil relação com a aparência que se lhes tentou conferir. Francamente, não é de empréstimo que se trata", explicou Fruet. O próximo passo da CPI é pedir o indiciamento de Valério e Delúbio por crimes de lavagem de dinheiro, improbidade administrativa e falsidade ideológica, entre outros.
Fruet disse também que os documentos contábeis dos empréstimos mostram a falsidade das operações de crédito. "Essa incompatibilidade se manifesta na ação de todos os envolvidos (Delúbio e Valério)."
O sub-relator chegou à conclusão de que coube a Delúbio fazer a aproximação entre Valério e o Planalto. Esse trabalho garantiu ao empresário, na opinião da CPI, livre trânsito junto ao governo e às instituições bancárias.
"O senhor Delúbio Soares é o executor principal dos forjados contratos de empréstimo destinados a reforçar o caixa do PT", diz o relatório. "O atual estágio das investigações permite entrever que, das pessoas apontadas no curso dos trabalhos, os senhores Marcos Valério e Delúbio Soares agiram de forma lesiva aos interesses nacionais, além, é claro, de ilícitos penais."
Os petistas criticaram o relatório e acusaram Fruet de agir de forma parcial, por ter se restringido às operações das empresas de Valério nos anos de 2003 e 2004. A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) defendeu que as investigações remetessem ao ano de 1998 para apurar a ajuda do empresário mineiro para a campanha do tucano Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais.
Valério é acusado pela CPI de sete crimes: falsidade ideológica, advocacia administrativa, fraude contábil, tráfico de influência, crime contra o sistema financeiro, fraude processual e lavagem de dinheiro. Delúbio é acusado de tráfico de influência e crime eleitoral. Caso seja aprovado, o documento será encaminhado ao Ministério Público e à Polícia Federal, responsáveis pelo indiciamento.
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