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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Tom Barros
2/5/2018 | Atualizado às 14:56
[fotografo]Igo Estrela/PMDB[/fotografo][/caption]Mas se não promove teses que aglutinem os movimentos e decisões do partido, como o P(MDB) pôde votar unido e constituir base de apoio a tantos governos? Há um fator determinante que, se não nasceu com o novo P(MDB), certamente ele ajudou a elevar à alta potência: dinheiro.
Nosso desvirtuado presidencialismo de coalizão pressupõe a troca de cargos por votações que deem governabilidade aos governos. A ocupação dessas posições centrais é moeda de troca para os que detêm mais votos no parlamento. E os melhores cargos nem sempre são os que podem promover as políticas públicas mais impactantes em termos de transformação social. Os cargos desejados são os que oferecem mais orçamento, mais dinheiro para ser gasto.
Sem tratar de fraude eleitoral, dinheiro é voto. Campanhas são caras e não por outro motivo o poder econômico é bem representado em todas as nossas casas legislativas. O populismo e o capitalismo de compadrio se completam, fomentando abertamente a simbiose entre políticos com mandato, gestores por eles colocados em cargos-chaves, empresários que têm contratos com o governo (ou são financiados com dinheiro público) e apoio que aportam às campanhas eleitorais.
Uma pequena amostra desse universo pode ser observada nesse estudo sobre cotas parlamentares na Câmara dos Deputados. O ciclo, nesse caso, é mais curto, mas o mesmo vale para emendas, convênios e execução direta de políticas públicas que beneficiem corporações e as bases locais dos partidos que estão no poder. E quanto maior o ciclo, mais dinheiro e poder estão envolvidos.
Ainda assim, há um P(MDB) dos tempos recentes que seguiu fiel às suas origens democráticas e republicanas. No entanto, essas correntes foram gradativamente perdendo espaço internamente e sendo isoladas do contexto decisório nacional. Não falam mais pelo partido.
Esse P(MDB) que sabidamente não se importa em se situar formalmente fora do espectro político-ideológico, e que baseou sua atuação nos últimos anos em trocas no mínimo duvidosas, do ponto de vista da ética e da boa política, deveria preferir atuar nas sombras. E foi assim durante muito tempo.
Sair do governo Dilma e arquitetar o caminho do impeachment foi a primeira cartada protagonista desse P(MDB) dos dias atuais. O custo de imagem é perceptível. É bem verdade que os caciques peemedebistas não iriam deixar o partido encolher sem explorar o capital da narrativa do MDB da ditadura. Entretanto, se a política mudar, pode ser o canto do cisne.
***
Para perverter esse estado de coisas, resta à cidadania participar. O mundo da política pode deixar de ser o da barganha, do fisiologismo, da demagogia. Mas será necessário renovar nossos parlamentos. Um novo Congresso é possível! Conheça, divulgue e participe da campanha. Do mesmo autor:<< O velho P(MDB) e os novos movimentos de renovação política << PSDB e PT: pôquer, sabão em pó e refrigerante
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