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Previdência Social
17/7/2025 14:00
Um mutirão para tirar mais de dois milhões de pessoas da fila de espera do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). É esse o objetivo que, como relatora da Medida Provisória (MP) 1.296/2025, já aprovada em comissão mista do Congresso Nacional na última terça-feira (15), busco tornar realidade por meio de uma construção política suprapartidária e de consenso entre os Poderes Executivo e Legislativo para dar respostas concretas, rápidas e eficientes a um problema grave no país.
Enviada ao Parlamento pelo governo federal, a MP vai dar mais rapidez a análise de processos pendentes, realizar avaliações sociais do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e agilizar os serviços médico-periciais. Sou médica do serviço público e ouço relatos de cidadãos que esperam, mesmo com decisão judicial favorável, mais de 180 dias nessa fila. A demora do poder público tem consequência direta na vida das pessoas. Quando o governo demora a analisar um benefício, a mesa fica sem comida, o aluguel atrasa, o remédio falta.
Precisamos dar fim à angústia de quem espera há meses para receber benefícios como auxílio-doença e aposentadoria por invalidez. Essa fila não é um número: ela representa pessoas reais, que aguardam em sofrimento para saber se continuarão a receber uma renda mínima, que muitas vezes é a única garantia de dignidade para idosos, pessoas com deficiência ou trabalhadores em situação de vulnerabilidade. São pessoas que dependem desse recurso para sobreviver.
A MP, que agora segue para votação nos plenários da Câmara e do Senado, cria um mutirão, um esforço concentrado de trabalho do governo federal, e isso vai garantir dignidade e o mínimo de assistência do poder público em uma situação emergencial. Fome e doença têm que estar no orçamento público, sim! Como dizia Betinho: 'quem tem fome, tem pressa. E quem depende da Previdência Social, também!
A MP cria o Programa de Gerenciamento de Benefícios (PGB) para aumentar a capacidade do INSS e do Departamento de Perícia Médica Federal (DPMF) do Ministério da Previdência Social na análise e revisão de benefícios previdenciários e assistenciais.
Na prática, a proposta prioriza processos e serviços administrativos com atraso superior a 45 dias ou com prazo judicial vencido; avaliações sociais do Benefício de Prestação Continuada (BPC); e perícias médicas em situações específicas (entre elas: ausência de oferta regular nas unidades, agendamento superior a 30 dias e análises documentais realizadas fora do expediente).
Vi de perto a dor de quem tem fome, de quem está doente, não tem condições físicas de voltar ao trabalho e fica sem salário, no desespero da espera imensa pelo auxílio-doença do INSS, pela reavaliação de seus benefícios previdenciários e assistenciais.
Além do impacto social, a medida tem relevante potencial de economia fiscal. Estimativas do Ministério do Planejamento indicam que a revisão de 2,4 milhões de benefícios assistenciais pagos a pessoas com deficiência pode gerar uma economia anual superior a R$ 4,5 bilhões. A agilização do atendimento contribuirá com o equilíbrio dos cofres públicos e com gestão eficiente do orçamento da Previdência Social.
Dados apresentados pelo governo federal estimam que o passivo de benefícios com necessidade de reavaliação ultrapassa dois milhões de processos, gerando, inclusive, risco de continuidade no pagamento de prestações indevidas. O Executivo espera diminuir gastos com pagamentos indevidos de benefícios e evitar despesas com juros e correção monetária devido à demora nas análises.
E saliento: a experiência recente com o Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social (PEFPS) comprova a eficácia de medidas semelhantes: o Tempo Médio de Concessão (TMC) foi reduzido de 69 dias (em janeiro de 2023) para 41 dias (em setembro de 2024), enquanto o Tempo Médio de Atendimento da Perícia Médica (TMEA-PM) caiu de 74 para 34 dias no mesmo período.
O programa prevê retorno superior a 20 vezes o investimento previsto. Nesse sentido, a MP é socialmente indispensável, relevante e urgente, porque reduz a fila do INSS, garante justiça aos beneficiários legítimos e combate fraudes e irregularidades.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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