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Opinião

Quem bate à porta merece a culpa por não ser atendido?

A diplomacia brasileira buscou diálogo, mas enfrentou silêncio deliberado.

Vander Loubet

Vander Loubet

16/9/2025 11:00

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Imagine a cena: alguém bate à sua porta, com respeito, tentando conversar. Você ignora. Depois, diz que essa pessoa se isolou. Faz sentido?

Foi exatamente isso que aconteceu entre Brasil e Estados Unidos.

Desde abril, o Brasil vem tentando abrir diálogo com o governo estadunidense. Em maio, enviou uma proposta comercial confidencial, com pontos claros de negociação. Resposta: silêncio. Depois, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o chanceler Mauro Vieira mandaram uma carta formal propondo um acordo bilateral. De novo, silêncio. Em julho, após o anúncio das tarifas de 50% impostas por Trump, mais uma carta - agora com indignação e apelo ao diálogo. E... nada.

O Brasil não se afastou. Foi ignorado.

A narrativa de que estamos colhendo os frutos de uma política externa ideológica não se sustenta nos fatos. A verdade é outra: os EUA, sob Trump, escolheram ignorar o Brasil. E não por razões comerciais - mas por motivos políticos internos.

Silêncio de Trump mostra que a crise é política e não comercial.

Silêncio de Trump mostra que a crise é política e não comercial.Andrea Hanks/Casa Branca

A carta enviada por Trump ao presidente Lula, cheia de ataques ao STF e à Justiça brasileira, mostra que essa crise vai além do comércio. É ideológica. É eleitoral. É sobre o jogo político estadunidense - e o Brasil virou alvo.

Então, atacar o presidente Lula por "isolamento" é como culpar quem bateu à porta por não ter sido atendido.

Enquanto buscava diálogo com os EUA, o Brasil também reforçou laços com os BRICS, com países africanos e com o Sul Global. Isso não é isolamento. Isso é inteligência diplomática. Diversificar parceiros é sinal de maturidade, não de ruptura.

A crise exige firmeza, sim. Mas também exige responsabilidade. É legítimo criticar, propor, cobrar. Mas com base em fatos, não em fake news.

O Brasil não virou as costas para os EUA. Foram os EUA, sob Trump, que viraram as costas para o diálogo. E o mundo de hoje não é mais aquele em que só uma voz importa. Ao contrário, esse mundo de uma só voz não existe mais.


O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].

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