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Educação financeira
31/10/2025 10:25
Em 31 de outubro de 1924 foi celebrado pela primeira vez o Dia Mundial da Poupança. A iniciativa do Instituto Mundial de Bancos de Poupança, da Itália, nasceu com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre os benefícios de guardar dinheiro e os riscos da falta de planejamento financeiro.
Passado um século, esse chamado continua atual. E no Brasil é ainda mais urgente.
Mais do que guardar dinheiro, poupar significa construir segurança e autonomia. No contexto nacional, é uma prática ainda pouco adotada, tanto por questões estruturais e sociais do nosso país quanto pela ausência de uma cultura consolidada de poupança.
No ano passado, por exemplo, apenas 33% da população conseguiu poupar, de acordo com a 8ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro, pesquisa conduzida pela Anbima com o Datafolha. Dessas pessoas, menos da metade alocou o dinheiro economizado em produtos de investimento - e a maioria delas optou pela caderneta de poupança.
Porta de entrada para a indústria de investimentos, a tradicional caderneta cumpre um papel importante: é a partir dela que milhões de brasileiras e brasileiros passam a conhecer e confiar na indústria de investimentos. No entanto, é preciso ir além. Por desconhecimento, muitas pessoas se limitam a esse instrumento, deixando de buscar alternativas mais rentáveis que garantam, inclusive, níveis similares de liquidez e segurança.
 
 
A transformação do dinheiro poupado em investimento de longo prazo ainda enfrenta barreiras como desconfiança e desinformação. A educação financeira é essencial para derrubá-las, mas o mercado também deve avançar em transparência e acessibilidade na apresentação de seus produtos e soluções, conferindo maior segurança aos clientes na tomada de decisões. Esse é um movimento que já começou, mas precisa ganhar velocidade.
Na outra ponta, o incentivo à formação de poupança - independentemente do produto financeiro escolhido - deveria ser prioridade nacional, com políticas públicas estruturadas para essa finalidade. No Brasil, embora exista uma extensa gama de produtos com valores de entrada muito baixos (de um dígito, inclusive), persiste o estigma de que investir é privilégio de pessoas ricas.
Medidas como a proposta de taxação de investimentos, mesmo que direcionadas aos chamados "super-ricos", podem reforçar essa percepção equivocada. Ainda que não intencional, a mensagem que chega à sociedade acaba sendo contraditória: de que investir e buscar alternativas além da caderneta de poupança é um luxo, quando na verdade é um direito.
Criar barreiras, como impostos que reduzem oportunidades de ganhos de pequenos investidores, vai na contramão da inclusão financeira. O Brasil precisa de políticas que estimulem o hábito de poupar, não que o penalizem. Incentivar reservas, investimentos conscientes e planejamento de longo prazo é fundamental para reduzir a vulnerabilidade das famílias e fortalecer a economia do país como um todo.
Que este Dia Mundial da Poupança seja a oportunidade de reafirmar um compromisso coletivo: valorizar quem poupa e incentivar a formação de novos poupadores é valorizar um futuro mais próspero para o Brasil.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].