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Rudolfo Lago
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Novo governo
23/11/2022 8:00
Na terça-feira (22), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sinalizou com total clareza: é muito remota a possibilidade de o Congresso vir a aprovar uma autorização de caráter permanente para que o Executivo exclua do teto de gastos suas despesas na área social. A declaração de Pacheco não surpreendeu os integrantes da equipe de transição que negociam a PEC da Transição. Eles já tinham mapeado que muito provavelmente esse ponto da proposta que enviaram ao Legislativo não iria passar.
Se desde o início tal possibilidade já era difícil, as dificuldades teriam aumentado com as seguidas declarações dadas pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva que foram interpretadas pelo mercado financeiro e por economistas como um sinal de que poderia vir a menosprezar a responsabilidade fiscal em favor da questão social.
Os tempos em que o Brasil tinha a maior dívida externa do mundo ainda permanecem na memória das gerações mais antigas. Era o tempo em que o país tinha de se socorrer seguidamente do Fundo Monetário Internacional (FMI) e quando, em contrapartida, precisava aceitar que o FMI se imiscuísse na gestão das suas contas. Um pequeno restaurante self-service da 202 Sul, em Brasília, chegou a ficar famoso na época porque, perto do Banco Central, era o local no qual as delegações do FMI, que viviam acampadas no Brasil, iam almoçar.
Era também o tempo em que o Brasil, para pagar seu endividamento, girava a maquininha de fazer dinheiro, provocando hiperinflação. Uma situação que o país resolveu. Ainda que muitos considerem que a regra do teto de gastos instituída por emenda constitucional em 2016 seja por demais rigorosa, uma autorização permanente para gastos além da responsabilidade fiscal é considerada um cheque em branco que o Congresso não entregará ao governo.
Por outro lado, o mapeamento da PEC aponta para um grande consenso da necessidade de encontrar uma forma de garantir no ano que vem o pagamento do Bolsa Família no valor de R$ 600. Mesmo os aliados do presidente Jair Bolsonaro parecem concordar com isso, uma vez que ele próprio também prometeu em sua campanha que manteria esse valor caso fosse eleito. O problema é que ele não previu esse gasto na proposta de orçamento que enviou para o Congresso, que só garante pagamento de R$ 405 para o benefício.
Assim, encontrar espaço para o pagamento do valor maior não deverá ser maior problema. Assim como para o pagamento de um aumento real para o salário mínimo. A partir daí, a negociação já se torna mais fina. Não há a mesma garantia para o acréscimo de R$ 150 para as crianças entre zero e seis anos. Nem para a inclusão de outros gastos em saúde e educação.
De acordo com uma fonte da transição, o limite a ser autorizado pela PEC varia dos R$ 175 bilhões da proposta ideal a até R$ 70 bilhões, que seria o valor mais pessimista que está sendo avaliado. É a ideia da PEC alternativa que está sendo proposta pelo senador Alessandro Vieira (PSDB-SE). Segundo Vieira, ela garantiria o Bolsa Família de R$ 600 e o acréscimo de R$ 150 para as crianças menores.
No caso da autorização para a ultrapassagem do teto, as negociações também variam do ideal, que seria a permissão permanente, até uma permissão emergencial apenas para o ano que vem, primeiro ano de governo. A negociação intermediária prevê uma autorização para todos os quatro anos de mandato do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
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