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5/6/2021 | Atualizado 10/10/2021 às 16:54

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Ao longo da vida formamos convicções. A busca da verdade não é desafio simples. Cada um é impactado por suas circunstâncias e pela dinâmica da sociedade que nos circunda. Os princípios que nos norteiam e a fé que nos move são diferentes de pessoa para pessoa. Às vezes, dogmas irremovíveis orientam as ações individuais. A propensão ao diálogo é obstruída por idiossincrasias e preconceitos. Aceitar o que é diferente é mais difícil que se encasular na "bolha de semelhantes". Torcemos para um time, optamos por uma religião, assumimos posições ideológicas, construímos nossa identidade. Aceitar a diversidade e as diferenças é quase impossível para alguns. O sectarismo é o refúgio dos inseguros. Li interessante ensaio do jornalista e filósofo Fabiano Lana, intitulado "Diga-me uma coisa que te convence e eu te direi quem és..." que introduz a pergunta: "O que faz algumas pessoas se tornarem intransigentes dogmáticos, enquanto outras se apressam em aceitar rapidamente qualquer explicação relativa que há pela frente?". "Qual á origem das divergências? O que há em comum entre dúvidas e convicções?". Perguntas feitas em 2009, mas que parecem endereçadas ao Brasil atual, rico em intolerância, desrespeito aos divergentes e inapetência para o diálogo. Fabiano Lana escolhe fatos aparentemente banais que despertaram paixões: O corpo de Evita Perón está ou não no Cemitério da Recoleta em Buenos Aires? Michael Jackson cometeu ou não o crime de pedofilia? A descoberta do fóssil do peixe com patas, Tiktaalik rosae, seria o "elo perdido" a comprovar a veracidade da teoria da evolução? Mas poderia hoje atualizar para a eficácia ou não da cloroquina, se a terra é plana ou não, ou se há um projeto diabólico da China para derrotar a civilização cristã ocidental e implantar o comunismo em escala global. O samba de Paulino da Viola diz: "As coisas estão no mundo só que eu preciso aprender". Diante das coisas do mundo podemos ser céticos, dogmáticos, indiferentes ou relativistas. A diferença é a alma aberta para aprender. Sempre fui um iluminista, com mais dúvidas do que certezas, querendo sempre pela razão clarear as questões que a vida apresenta. Daí o meu estranhamento com o Brasil atual. No Brasil pós-1985, com o florescimento da democracia, houve sempre polarização, mas também certa contenção e reconhecimento da legitimidade do adversário. Hoje não. A radicalização extrema chegou às ruas. Em plena pandemia, há manifestações de direita e esquerda, e o vírus frequentando as duas. A emergência recente de uma direita extremada e orgânica não é novidade no Brasil. Tivemos Plínio Salgado e seus integralistas. Carlos Lacerda, inflamava as pessoas, com sua oratória sedutora pelas rádios, e infernizava a vida de Vargas e JK. O regime militar levou ao poder a ideologia da segurança nacional. Mas nunca houve tamanho enraizamento social como agora na onda bolsonarista. As redes sociais quebraram o monopólio das elites que dominavam o poder, o saber e a riqueza. Hoje, a verdade de cada um pode viralizar e contaminar milhões, mesmo que reproduza a negação do óbvio. O desafio presente é como reestabelecer os canais de diálogo e, a partir da verdade de cada um, construirmos o mínimo de coesão e consensos progressivos para o país poder avançar do quadro dramático de graves crises superpostas. O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].  
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redes sociais Marcus Pestana Opinião pós-verdade

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