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11/7/2019 | Atualizado 10/10/2021 às 16:18

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Adenor Gondin/Governo do Estado da Bahia

Adenor Gondin/Governo do Estado da Bahia
Nada mais sintomático do que a morte de João Gilberto nesse ano da (des)graça de 2019. Afinal, um abismo intransponível se abriu entre a utopia joão-gilbertiana e a realidade brasileira, o mesmo que separa, por exemplo, um Chico Buarque de um MC Reaça, um José Guilherme Merquior de um Olavo de Carvalho. Nossa versão atual do país é incompatível com os valores estéticos do inventor da batida da bossa nova. A arte de João Gilberto sintetizava as qualidades de um país que tinha tudo para dar certo: urbano, moderno e sofisticado. Um país cosmopolita, aberto às influências estrangeiras, mas que as incorporava e as transformava em algo genuinamente brasileiro baseado em nossas próprias riquezas. Mas não só: era um país capaz de encantar e conquistar o mundo com suas produções de qualidade e originalidade indiscutíveis. O Brasil de João tinha o que mostrar lá fora e nos enchia de orgulho - houve um tempo em que poderíamos encher o peito e soltar o grito "Aha, Uhu, o Carnegie Hall é nosso!". Civilidade perdida A bossa nova formatada à perfeição pelo baiano de Juazeiro concretizava a promessa de alcançarmos uma civilidade à brasileira: educada e contida, sim, mas sem perder a alegria, a brejeirice e o gingado; centrada e determinada, porém, plena de leveza e afetividade; respeitosa, sem ser repressora. A bossa nova de João simbolizava um país que poderia ter sido civilizado, mas não foi, e está cada dia mais distante de vir-a-ser. Definitivamente, tudo desafinou por essas bandas dominadas por duplas sertanejas e MCs de gosto duvidoso, para ficar só no campo musical. Descaso Pobre João Gilberto! Fico imaginando o sofrimento de um artista perfeccionista tendo que lidar com o famigerado jeitinho brasileiro, os improvisos e gambiarras nos teatros e nos equipamentos de som, as exigências contratuais descumpridas. Penso na frustração de um artista consagrado mundialmente que não foi capaz de fazer uma turnê comemorativa de seus 80 anos de vida em algumas capitais brasileiras. Imagino então o desgosto que ele teria ao ver o descaso com que sua morte foi tratada pela Presidência da República e pelo Governo brasileiro. Mil perdões, João! O Brasil atual não merece ter um gênio como você. > Veja outras colunas de Henrique Fróes
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música popular brasileira henrique froes joão gilberto

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