Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Colunas >
  3. Hegel, o extrativismo e a próxima geração | Congresso em Foco

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News
LEIA TAMBÉM

Pedro Valls Feu Rosa

Direito criminal e prisão domiciliar

Pedro Valls Feu Rosa

Hora de usar a ciência contra a criminalidade

Pedro Valls Feu Rosa

O que aconteceu, Brasil?

Pedro Valls Feu Rosa

Vivemos o fim do mundo livre?

Pedro Valls Feu Rosa

A quantas anda a Justiça dos homens?

Hegel, o extrativismo e a próxima geração

Pedro Valls Feu Rosa

Pedro Valls Feu Rosa

13/8/2013 | Atualizado 10/10/2021 às 16:41

A-A+
COMPARTILHE ESTA COLUNA
Hegel, o famoso filósofo alemão, exclamou certa vez que "a única coisa que a história ensina é que ela não nos ensinou nada". Eis aí uma frase que se encaixa como luva no Brasil de nossa geração, que insiste em permanecer exportador de riquezas naturais e importador de tecnologia. Talvez devesse ser lembrado por todos nós o exemplo de D. João V, o rei português apontado como um dos responsáveis pelo desperdício do ouro carregado do Brasil - que chegou a 14 toneladas anuais. Segundo consta, no reinado dele o gasto em festas e supérfluos foi tamanho que mereceu até um versinho: "Ai, quanto veludo e seda, e quantos finos brocados! Ai, como está com seus cofres completamente arrasados". Foi assim que 60% do nosso ouro acabou com a Inglaterra, credora de Portugal, que o utilizou sabiamente para financiar as bases da futura Revolução Industrial e se desenvolver de forma sólida e consistente. Ignorando esta lição, o Brasil segue firme em um extrativismo que já dura uns bons 500 anos. Nossas riquezas continuam a ser exportadas dia e noite, sob ritmo alucinante e a preço de banana, em troca de produtos os mais básicos. Isto não tem nos incomodado muito, dada a impressionante riqueza do nosso país. Porém, e eis aí algo muito sério, já dá para ver no horizonte o final da festa, cuja conta começará a ser paga pela próxima geração - foi o que extraí de uma chocante pesquisa divulgada já há algum tempo. Vamos começar pelo minério de ferro. Temos 7,1% das reservas mundiais, e somos o segundo maior produtor. Exportamos uma tonelada por R$ 181,47 e importamos, por exemplo, um quilo de chocolate suíço por R$ 280. Tudo isso seria suportável se o minério de ferro fosse uma riqueza renovável. Mas não é. Se o ritmo de extração se mantiver nos níveis atuais (e ele só tem aumentado), em 82 anos nossas reservas conhecidas estarão esgotadas. Há também o níquel. Temos 6,7% das reservas mundiais, e somos o sétimo maior produtor. Porém, a continuarmos nesta tocada, em 116 anos passaremos a importadores. Somos também grandes exportadores de bauxita - o segundo do mundo, para ser exato. Nós podemos exportar tanta bauxita por termos a terceira maior reserva do planeta - que, no entanto, acabará em 159 anos, caso seja mantido o nível de exploração. E o que dizer do chumbo? Temos a maior reserva do mundo, e somos o décimo primeiro produtor. Porém, a se manter o ritmo de extração, em 96 anos não o teremos mais. Mas pior ainda é o caso do nióbio, um metal valiosíssimo. Temos a maior reserva do planeta, e somos os maiores produtores - porém só durante mais 35 anos, quando estarão esgotadas nossas fontes. Somos também grandes exportadores de estanho. Temos a terceira maior reserva do mundo, e somos o quinto maior produtor - mas por pouco tempo, já que em 80 anos também esta riqueza terá se esgotado. Não nos esqueçamos do ouro: temos a décima maior reserva, e somos o décimo quarto produtor mundial - mas por meros 43 anos, tempo previsto para o esgotamento das jazidas. Finalmente, o Brasil também foi abençoado com a sexta maior reserva de diamantes do mundo, e atualmente é o nono maior produtor. Porém, no ritmo atual de extração, daqui a 123 anos também esta riqueza estará esgotada. Fico a pensar no país que entregaremos para a geração seguinte. Abrimos mão de desenvolver um parque industrial próprio, desnacionalizamos nossas mais importantes empresas e estamos consumindo inebriadamente as maiores riquezas não-renováveis que a natureza nos ofereceu. Cuidado, Brasil! Como dizia Mistral, "o futuro das crianças é hoje. Amanhã já é tarde demais".
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

economia brasileira economia Pedro Valls Feu Rosa Inglaterra Portugal importação Hegel Mistral minério exportação comércio exterior revolução industrial

Temas

Colunistas
COLUNAS MAIS LIDAS
1

Fascismo 4.0

Democracia indiferente e fascismo pós-algoritmos

2

Comunicação e justiça

Liberdade de acesso à informação ou palanque midiático?

3

Política ambiental

Política ambiental: desmonte, reconstrução e o papel do Congresso

4

Política internacional

Trump: a revolução que enfrentou os limites da realidade

5

Intolerância

Quando se ataca um povo, fere-se toda a humanidade

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES