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"E a palavra amor, cadê?": igreja gera reações ao vetar "cabelo afro" em seu código de vestimenta

Veto da Igreja Deus é Amor a penteados afros levanta questões importantes sobre negritude e pentecostalismo no Brasil.

Observatório Evangélico

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19/12/2024 | Atualizado às 16:47

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Sede da Igreja Pentecostal Deus é Amor em São Paulo. Foto: Reprodução

Sede da Igreja Pentecostal Deus é Amor em São Paulo. Foto: Reprodução
Lucas Medrado * Portanto, como ensina a doutrina bíblica escrita em (I Co. 6:19-20 "Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?" Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus. Não será mais tolerado o uso de roupas justas, curtas, sensuais, transparentes, rachadas, decotadas, bem como o uso de maquiagens, pintura nos olhos, cílios postiços, sobrancelhas de hena, pintura nas unhas, o corte de cabelo para as mulheres, o uso de calça comprida e saltos altos. Aos homens é proibido manter a barba por fazer, assim como o penteado afro e o uso de calças coladas ao corpo. Tudo isso, independentemente do ambiente dentro ou fora da igreja.   Fragmento do comunicado da Diretoria da IPDA no dia 03/12/2024. O Comunicado A Igreja Pentecostal Deus é Amor (IPDA) recentemente causou alvoroço entre seus membros e a comunidade em geral com um comunicado que versa sobre a maneira como os fiéis devem se comportar e vestir dentro e fora da instituição. O ponto alto que tem reverberado, especialmente entre os membros negros, está no veto a penteados afros, levantando questões importantes sobre a relação entre negritude e pentecostalismo no Brasil. Corpo no Mundo Em um contexto em que a IPDA dita as regras de como seus fiéis devem se portar e se vestir, a música "Corpo no Mundo" de Luedji Luna ecoa como um grito de resistência. A letra "Cada rua dessa cidade cinza sou eu / Olhares brancos me fitam / Há perigo nas esquinas / E eu falo mais de três línguas" ilustra a experiência de ser negro em um espaço que visa homogeneizar e padronizar seus membros. A IPDA, com suas restrições e proibições, torna-se uma metáfora para essa cidade cinza, onde a negritude é vista como um perigo, algo a ser controlado e moldado. O comunicado, que proíbe penteados afros, uso de maquiagem, pintura nas unhas e até mesmo o corte de cabelo para mulheres, reforça essa ideia de controle sobre o corpo, especialmente o corpo negro, que historicamente foi alvo de opressão e objetificação. E a palavra amor, cadê? A pergunta "E a palavra amor, cadê?" Se torna ainda mais irônica quando pensamos no nome da instituição: Igreja Pentecostal Deus é Amor. Onde está o amor pela diversidade, pela individualidade, pela negritude que pulsa nas veias de grande parte de seus fiéis? A IPDA, ao invés de acolher e celebrar a riqueza cultural de seus membros, opta por impor um padrão eurocêntrico que nega e invisibiliza a negritude. A proibição do penteado afro, um traço marcante da identidade negra, é um exemplo claro dessa negação. É como se a IPDA dissesse que a negritude, em sua expressão mais autêntica, não é digna de estar em seus templos. Je suis ici A afirmação "Je suis ici, ainda que não queiram não / Je suis ici, ainda que eu não queira mais / Je suis ici, agora / Je suis ici" é um ato de resistência contra o apagamento racial. A negritude se recusa a ser silenciada, a ser moldada pelos ditames de uma instituição que não a reconhece em sua plenitude. A cada "Je suis ici" ecoa a força ancestral de um povo que se recusa a se curvar diante da opressão, que insiste em ocupar seu espaço com dignidade e orgulho. A cada cabelo crespo que se recusa a ser alisado, a cada unha que se recusa a ser escondida, a cada traço da negritude que se recusa a ser apagado, o "Je suis ici" se torna um grito de resistência contra a IPDA e seus padrões excludentes. O enegrecimento frente ao "esclarecimento" Após a repercussão negativa do comunicado, a IPDA divulgou uma nota de "esclarecimento". No entanto, ao invés de reconhecer o problema e rever as diretrizes, a nota apenas afirma que o comunicado inicial não refletia a intenção da diretoria, que a igreja preza pelo bom testemunho e pela santidade, sem mencionar a questão racial ou se retratar sobre a proibição do penteado afro. Essa postura omissa reforça o apagamento da negritude e a falta de sensibilidade da IPDA em relação à diversidade racial. A música de Luedji Luna nos convida a refletir sobre o papel da IPDA e de outras instituições religiosas na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. É preciso que a igreja se abra para a diversidade, que reconheça a beleza e a riqueza da negritude, que acolha seus membros em sua integralidade. Afinal, como podem falar de amor e de "Deus" em um espaço que nega a própria identidade de seus fiéis? O comunicado da IPDA, ao invés de promover a união e o amor ao próximo, acaba por criar divisões e exclusões, ferindo a comunidade negra que representa grande parte de seus membros, reforçando o apagamento em vez do enegrecimento tão presente nos pentecostalismos brasileiros. É hora de a IPDA rever seus conceitos e práticas, e entender que a verdadeira beleza reside na diversidade e na autenticidade de cada indivíduo. NR: após a publicação desta coluna, a assessoria da Igreja Pentecostal Deus é Amor enviou ao Congresso em Foco a seguinte nota: "A Igreja Pentecostal Deus é Amor (IPDA) repudia todo e qualquer ato de discriminação. O referido comunicado não representa os valores cristãos defendidos pela igreja, que apura as circunstâncias de sua divulgação.A IPDA continua de braços abertos para acolher a todas as pessoas, como faz há mais de 60 anos."   * Lucas Medrado é doutorando em Letras pela Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo. Especialista em História e Teologia do Protestantismo no Brasil pela Faculdade Teológica Batista de São Paulo. Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Universidade Santo Amaro. Graduado em Letras Português/Inglês pelo Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo. Membro da Rede Latino-americana de Estudos Pentecostais (RELEP). É autor do livro Cristianismo e Criminalidade (Fonte Editorial). *Os textos publicados pelo Observatório Evangélico trazem a opinião e análise dos autores e não refletem, necessariamente, a visão dos demais curadores ou da equipe do site. O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para redacao@congressoemfoco.com.br
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