Pego de surpresa com o fim da CPI do Mensalão, prevista para hoje, o deputado e relator Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG) deverá afirmar que não encontrou indícios que provem a existência do pagamento de mesadas para parlamentares da base aliada votarem de acordo com os interesses do governo. Mas que parlamentares acusados de envolvimento em irregularidades utilizaram o caixa dois para financiar parte de suas campanhas ou pagar dívidas.
Abi-Ackel passou o feriado preparando o relatório para apresentá-lo esta quarta-feira de manhã na última reunião administrativa da comissão. No documento, o relator afirmará que houve repasses ilícitos, mas não periódicos, e que por isso não é possível provar que houve o pagamento de mesada a parlamentares da base em troca de apoio político.
A CPI foi criada para funcionar 120 dias e o prazo termina à meia-noite de quarta-feira. Para evitar que os trabalhos sejam encerrados sem um relatório final.
O presidente da comissão, senador Amir Lando (PMDB-RO), disse ter conseguido as 27 assinaturas necessárias no Senado para pedir a prorrogação dos trabalhos. No entanto, ainda falta convencer os deputados a endossar o pedido. Caso não reúna o apoio necessário, a CPI fica extinta a partir de quinta-feira.
A oposição corre contra o tempo para tentar prorrogar a comissão. Já o governo dá sinais de que prefere ver a CPI extinta.