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REGRAS PARA AS REDES

Adultização infantil: entenda em 5 pontos o projeto aprovado na Câmara

Projeto cria regras para proteger crianças na internet e responsabiliza plataformas. Entenda como o "ECA Digital" pretende combater a exposição precoce online.

Congresso em Foco

21/8/2025 14:40

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A Câmara dos Deputados aprovou, nessa quarta-feira (20), o Projeto de Lei 2628/2022, que cria um novo marco legal para a proteção de crianças e adolescentes em ambientes digitais. Chamado por seu relator, deputado Jadyel Alencar (Republicanos-PI), de "ECA Digital", o projeto foi concebido como uma resposta à crescente preocupação com a exposição precoce de crianças a conteúdos inadequados na internet, processo amplamente discutido sob o nome de adultização infantil.

Veja o substitutivo aprovado pelos deputados

O texto retorna agora ao Senado, onde havia sido aprovado em 2022, para revisão final, após alterações significativas. Apoiadores da proposta, de autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), classificam o projeto um marco histórico na defesa dos direitos das crianças no ambiente digital.

Projeto endurece regras para dificultar exploração de menores pela internet.

Projeto endurece regras para dificultar exploração de menores pela internet. Karime Xavier/Folhapress,

Mas o que exatamente propõe o projeto? Em meio ao debate polarizado sobre liberdade de expressão, regulação da tecnologia e responsabilidades familiares, a proposta avança com medidas robustas de prevenção, fiscalização e punição. A seguir, os principais e mais impactantes pontos da proposta:

  1. Prevenção desde a concepção: plataformas terão que proteger crianças por padrão

Uma das inovações centrais do ECA Digital é a imposição de "design responsivo à infância": produtos e serviços digitais que possam ser acessados por crianças e adolescentes devem ser desenvolvidos com medidas preventivas desde o início de sua concepção.

As plataformas, como redes sociais, jogos, aplicativos e lojas digitais, terão de adotar o nível mais elevado de proteção por padrão, restringindo, por exemplo:

  • Recomendação e exibição de conteúdos pornográficos ou violentos;
  • Conteúdos que estimulem suicídio, automutilação, uso de drogas ou distúrbios alimentares;
  • Práticas publicitárias enganosas ou predatórias voltadas a menores;
  • Promoção de jogos de azar, bebidas alcoólicas e tabaco;
  • Uso compulsivo por meio de mecanismos como rolagem infinita, recompensas virtuais ou notificações excessivas.

Essa lógica de "prevenção pelo design" inverte a abordagem até então dominante, que atribuía apenas às famílias a responsabilidade de restringir conteúdos prejudiciais.

2. Supervisão parental será obrigatória e com ferramentas padronizadas

O projeto reforça o protagonismo das famílias, mas impõe às plataformas a obrigação de fornecer ferramentas eficazes de supervisão parental. Essas ferramentas devem permitir aos pais:

  • Controlar o tempo de uso;
  • Monitorar interações com adultos;
  • Restringir compras e transações financeiras;
  • Visualizar métricas de uso e configurar a privacidade da conta da criança;
  • Receber alertas em tempo real e configurar a conta em português.

Além disso, as configurações de segurança devem vir ativadas no nível mais protetivo por padrão, cabendo aos responsáveis a opção de flexibilizá-las, e não o contrário. Essa inversão garante maior segurança para as famílias menos familiarizadas com tecnologia.

3. Verificação de idade: autodeclaração não será mais suficiente

Outro ponto forte da proposta é a proibição de autodeclarações de idade como critério único de acesso. Plataformas deverão adotar mecanismos técnicos confiáveis para aferir a idade dos usuários, incluindo:

  • Restrições para criação de contas em redes sociais por menores de 16 anos sem a vinculação a um responsável;
  • Proibição do download de certos aplicativos sem autorização expressa dos pais;
  • Suspensão de contas em caso de indícios de que estão sendo operadas por menores de forma irregular;
  • Interfaces (APIs) seguras que comuniquem a faixa etária do usuário aos serviços conectados.

Esses sistemas, no entanto, não poderão comprometer a privacidade: os dados coletados para verificação de idade só poderão ser utilizados para essa finalidade específica, vedado seu uso comercial.

4. Redes sociais e jogos online terão regras específicas e mais rígidas

Redes sociais, especialmente, passam a ter responsabilidade legal sobre contas de menores. O texto determina que:

  • Plataformas devem informar claramente se seus serviços são inadequados para menores;
  • Precisam aprimorar seus sistemas de verificação de idade continuamente;
  • Devem garantir que crianças até 16 anos estejam vinculadas a contas de responsáveis;
  • São proibidas de criar perfis comportamentais com dados de menores para fins publicitários.

Jogos eletrônicos, por sua vez, são alvo de regulamentação inédita: passam a ter limites para uso de "caixas de recompensa" (as chamadas loot boxes), com proibição de vantagens desproporcionais mediante pagamento, além de exigência de transparência sobre as probabilidades de prêmios e a vedação da conversão dos itens em dinheiro ou créditos reais.

Interações entre jogadores, como chats e mensagens, também estarão sujeitas às normas de moderação previstas no projeto.

5. Fiscalização, sanções e transparência: quem descumprir a lei pagará caro

O ECA Digital cria uma autoridade autônoma de fiscalização, inspirada no modelo das agências reguladoras, que será responsável por editar normas e fiscalizar o cumprimento da lei. O texto também prevê:

  • Multas de até R$ 50 milhões por infração;
  • Suspensão temporária ou definitiva de serviços;
  • Relatórios semestrais obrigatórios por parte de plataformas com mais de 1 milhão de usuários menores no Brasil;
  • Obrigatoriedade de comunicação de casos de exploração sexual, sequestro ou aliciamento infantil às autoridades competentes.

Outro destaque é o mecanismo de notificação de conteúdos ofensivos, que poderá ser acionado por vítimas, familiares, o Ministério Público ou entidades defensoras da infância, com obrigação de remoção sem ordem judicial, desde que sejam cumpridos os critérios legais.

Ainda assim, o projeto deixa claro que não se aplicará a conteúdos jornalísticos ou sob controle editorial, e proíbe expressamente qualquer forma de vigilância massiva, genérica ou indiscriminada.

Governo e oposição

Parlamentares de diferentes espectros ideológicos, de Bia Kicis (PL-DF) a Talíria Petrone (Psol-RJ), de Lindbergh Farias (PT-RJ) a Kim Kataguiri (União-SP), elogiaram o texto final, considerado mais equilibrado, técnico e menos propenso a abusos do que versões anteriores. A oposição alegava que a versão anterior poderia ameaçar a liberdade de expressão, o que sempre foi negado pelo relator e pelo autor da proposta.

"A sociedade nos empurrou para essa votação. As big techs também têm responsabilidade", disse a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP). Já o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) afirmou que "na defesa de crianças e adolescentes não há bandeira partidária".

Efeito Felca

O tema ganhou destaque depois das denúncias do influenciador Felca, que revelou a circulação de conteúdos de sexualização infantil disfarçados de entretenimento em plataformas digitais.

O episódio gerou forte comoção, mobilizou parlamentares com a apresentação de dezenas de projetos e levou até à coleta de assinaturas para a criação de uma CPI no Senado. Principal alvo da denúncia de Felca, o influenciador Hytalo Santos foi preso na última sexta-feira (15) sob a acusação de exploração sexual infantil e tráfico humano. Representantes das plataformas, além do próprio autor das denúncias, foram convidados a tratar do assunto no Senado.

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