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POR UNANIMIDADE

CCJ rejeita PEC da Blindagem; texto deve ser enterrado pelo Plenário

Relatório pela rejeição teve apoio unânime em comissão do Senado. Derrubada deve ser confirmada pelo Plenário nesta quarta.

Congresso em Foco

24/9/2025 13:26

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Três dias após manifestações que levaram milhares de pessoas às ruas em todo o país, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado rejeitou por unanimidade a chamada PEC da Blindagem, que havia sido aprovada na Câmara na semana passada. O relator, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), classificou o texto como inconstitucional e um "retrocesso institucional" e teve o seu voto seguido demais colegas. Parlamentares das mais diferentes legendas, inclusive partidos que haviam apoiado a PEC na Câmara, também se manifestaram contra o texto. O assunto também mobilizou senadores que não integram a comissão, que compareceram à reunião para manifestar o seu posicionamento. Foram 26 votos favoráveis, nenhum contra.

A decisão praticamente encerra a tramitação da PEC. Conforme acordo entre os presidentes da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), o relatório vai a votação no Plenário ainda nesta quarta-feira (24). "Tenho compromisso com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre, para que esta proposta seja encaminhada ao Plenário do Senado para, de igual forma, ser apreciada, deliberada e aprovada [com o relatório pela rejeição] como foi na Comissão de Constituição e Justiça pela maioria dos senadores", anunciou Otto.

Veja o relatório de Alessandro Vieira

Relatório de Alessandro Vieira, pela rejeição da proposta, foi aprovado por unanimidade pela CCJ.

Relatório de Alessandro Vieira, pela rejeição da proposta, foi aprovado por unanimidade pela CCJ.Geraldo Magela/Agência Senado

Reação popular decisiva

No último domingo (21), atos contra a PEC e contra o projeto de anistia a envolvidos no 8 de janeiro mobilizaram multidões em ao menos 27 capitais. Em São Paulo, a Avenida Paulista concentrou mais de 40 mil pessoas no auge do protesto, segundo monitoramento independente. Brasília, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador e outras cidades também registraram grande presença. A mobilização foi turbinada por artistas e personalidades públicas e ganhou força nas redes sociais com a hashtag "PEC da Bandidagem", usada para denunciar o que seria um salvo-conduto para a impunidade parlamentar.

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A derrota no Senado amplia o desgaste político da Câmara, que aprovou a medida com ampla maioria. No primeiro turno, foram 353 votos a favor e 134 votos contrários. Houve uma abstenção. Eram necessários 308 votos para a aprovação; já no segundo turno, o placar foi de 344 a 133.

Antes mesmo das manifestações, Otto Alencar já havia anunciado que trabalharia para rejeitar a proposta e que designaria um relator que fosse contrário à PEC. O escolhido para a função foi o senador Alessandro Vieira, que desde o primeiro momento criticou duramente a decisão dos deputados.

O que previa a proposta

A PEC da Blindagem condicionava a abertura de processos criminais contra parlamentares à autorização prévia da Câmara ou do Senado, recriando um mecanismo abolido em 2001 após o escândalo do deputado Hildebrando Pascoal. O texto ainda previa voto secreto para decisões sobre investigações e prisões em flagrante e ampliava o foro privilegiado para presidentes de partidos. Para críticos, seria a volta da "imunidade processual plena", historicamente responsável por engavetar quase todos os pedidos de investigação contra deputados e senadores.

Relator: "golpe fatal" na legitimidade

No parecer de mais de 40 páginas, Alessandro Vieira sustentou que a PEC feria cláusulas pétreas da Constituição, ao subordinar o Judiciário ao aval do Legislativo e, com isso, violar a separação dos poderes. O relator lembrou que, entre 1988 e 2001, quando vigorava a exigência de licença prévia do Congresso, apenas um em quase 300 pedidos de abertura de processo contra parlamentares foi autorizado, o que na prática resultava em impunidade. A autorização foi dada para investigação do deputado Jabes Rabelo (RO), como mostrou o Congresso em Foco.

"A PEC que formalmente aponta ser um instrumento de defesa do Parlamento é na verdade um golpe fatal na sua legitimidade, posto que configura portas abertas para a transformação do Legislativo em abrigo seguro para criminosos de todos os tipos", escreveu o relator. "Abre as portas do Congresso para o crime organizado", ressaltou.

Vieira também atacou o caráter sigiloso das votações previstas no texto, chamando o retorno do voto secreto de "gigantesco passo atrás" em relação à transparência conquistada em 2013. Outro ponto considerado desarrazoado foi a ampliação do foro privilegiado para presidentes de partidos, o que, segundo ele, criaria um abrigo artificial para políticos acusados de crimes graves, como corrupção e lavagem de dinheiro.

Para o relator, a PEC "não protege a atividade parlamentar, mas cria um ardil para perpetuar a impunidade". Ele concluiu que a proposta distorcia a lógica das imunidades constitucionais, concebidas para assegurar liberdade de atuação política, e não para blindar condutas criminosas.

Recuo de Moro e Seif

A rejeição foi consolidada com a mudança de posição dos senadores Sergio Moro (União-PR) e Jorge Seif (PL-SC). Ambos haviam sugerido alterações para restringir a blindagem apenas a crimes contra a honra, mas recuaram diante da pressão popular e declararam apoio integral ao relatório. Moro classificou a PEC como confusão entre imunidade e impunidade e defendeu que o Congresso aprove outras pautas de combate à corrupção, como o fim do foro privilegiado, a prisão em segunda instância e a autonomia da Polícia Federal. Seif disse que o debate foi "contaminado" e que era preciso ouvir a opinião pública.

"Precisamos estar atentos às vozes das ruas. Se há algo de positivo nesta PEC, infelizmente ela acabou recheada com ingredientes que envenenam a massa. É inacreditável que, em pleno 2025, se discuta até mesmo a volta do voto secreto nesta Casa", criticou.

Ataque ao Supremo

Ao longo das discussões desta quarta-feira, parlamentares da oposição aproveitaram o espaço para criticar o Supremo Tribunal Federal, acusando a Corte de perseguição política.

Um dos últimos a se manifestar, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) usou o seu tempo para criticar o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo que resultou na condenação de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, a PEC da Blindagem só existe por causa do clima de perseguição imposta pelo Supremo.

"Chegaram a dizer que discutir essa proposta é crime de lesa-pátria", afirmou. "O que está se discutindo é uma blindagem de uma categoria de pessoas que se acha acima da lei", acrescentou. Segundo ele, ao rejeitar a blindagem, o Congresso institui a "bancada da Síndrome de Estocolmo", "aqueles que se apaixonam por seus algozes. Ontem eram algozes; hoje são parças", declarou.

Flávio Bolsonaro x Alessandro Vieira

Alessandro Vieira rebateu Flávio. Lembrou que, em 2019, foi o primeiro a propor a criação de uma CPI para investigar ministros do Supremo, a chamada CPI da Lava Toga. Segundo ele, o senador fluminense e o seu pai, Jair Bolsonaro, atuaram contra a comissão. "Ao falar de hipocrisia, é preciso que cada um ponha sua mão na consciência", declarou o relator. "Quem tem rabo preso não aguenta essa discussão. Prefere fazer narrativa", emendou.

Representantes da esquerda responsabilizaram a extrema direita pela proposta, como uma tentativa de fugir do rigor da Justiça. Vários senadores, de diferentes partidos, atribuíram a aprovação do texto na Câmara à existência de processos contra deputados. O consenso na CCJ deixou claro que não havia condições políticas para levar a proposta adiante.

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