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ECONOMIA E POLÍTICA
Congresso em Foco
27/9/2025 | Atualizado às 17:41
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou como "loucura" a tentativa de parte do Congresso de atrelar a votação do projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda (IR) à apreciação da anistia para os réus condenados por tentativa de golpe. A declaração foi feita neste sábado (27), durante entrevista ao Podcast Três Irmãos, em São Paulo.
Para Haddad, a isenção do IR até R$ 5 mil representa um avanço em termos de justiça tributária e social e não pode ser submetida a barganhas políticas.
"Nem me passa pela cabeça que isso possa estar sendo discutido, porque é uma loucura. Você vai submeter um projeto de justiça social, justiça tributária a isso? Faz a discussão que quiser, mas atrelar uma coisa à outra? Em vez de ser um dia de festa, que dia é esse? Vota com a tua consciência no projeto de imposto de renda", disse o ministro.
O projeto que deve ser votado na próxima quarta-feira (1º) prevê ainda uma redução parcial da alíquota para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350. Estudos técnicos apontam que a medida dobrará o número de trabalhadores isentos - passando de 10 milhões para 20 milhões - e beneficiará cerca de 16 milhões de brasileiros com rendimentos na faixa intermediária.
Hoje, a isenção do IR vale apenas para quem recebe até R$ 3.036 mensais, o equivalente a dois salários mínimos.
Resistência à chantagem política
As declarações de Haddad são uma resposta às pressões de parlamentares, sobretudo do relator da proposta de anistia, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), que, dias antes, condicionou a votação do IR ao avanço da pauta da anistia.
Segundo Paulinho, se o projeto de perdão não fosse apreciado antes, a tramitação da mudança no IR poderia ser travada. Para o governo e para o PT, a movimentação representa uma tentativa de chantagem política e um risco real de enfraquecer as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado e organização criminosa. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que uma pauta não está atrelada à outra e marcou para a próxima quarta-feira a votação da isenção do Imposto de Renda.
Defesa do fim da escala 6x1
Além da crítica à vinculação entre as pautas, Haddad também defendeu o fim da escala de trabalho 6x1 (seis dias trabalhados para um de descanso). Para ele, a tendência é que as pessoas vivam mais tempo, mas com jornadas semanais menores, de forma a conciliar produtividade e qualidade de vida.
"Tudo me leva a crer que o equilíbrio entre essas coisas vai exigir que a gente trabalhe mais tempo ao longo da vida, mas menos dias por semana para usufruir melhor da vida", afirmou.
O ministro ressaltou a importância de liberar mais tempo para a vida pessoal, sobretudo para trabalhadores com filhos pequenos ou jornadas exaustivas, que chegam a ultrapassar 12 horas diárias.
Lula candidato em 2026
Na mesma entrevista, Haddad confirmou oficialmente a candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026. "Ele é candidato, sim", afirmou, afastando as dúvidas levantadas pelo próprio presidente em declarações anteriores.
Questionado sobre a possibilidade de disputar a Presidência em 2030, Haddad desconversou, dizendo que "muita coisa pode acontecer até lá" e que sua prioridade atual é consolidar as mudanças econômicas em curso.
Pautas econômicas e combate ao crime organizado
Haddad também aproveitou a conversa para reforçar a importância da reforma tributária sobre o consumo, que tem como eixo o IVA (Imposto sobre Valor Agregado), e explicou que a medida reduzirá a guerra fiscal entre estados, desonerará exportações e investimentos e simplificará o sistema, considerado um dos piores do mundo em rankings internacionais.
O ministro ainda destacou o combate ao crime organizado por meio do sufocamento das finanças das quadrilhas. Ele defendeu a criação de estruturas na Receita Federal para atacar esquemas de lavagem de dinheiro e citou operações recentes que atingiram o mercado de combustíveis e fintechs ligadas ao PCC.
Contexto político
A fala de Haddad ocorre em um ambiente de forte tensão política em Brasília. Enquanto o governo tenta viabilizar a votação da isenção do IR, partidos de centro e direita pressionam pela aprovação de um "meio-termo" no projeto de anistia, que, segundo o PT, pode abrir brechas para beneficiar Bolsonaro.
Ao descartar qualquer tipo de vínculo entre as votações, Haddad busca blindar uma das principais promessas sociais do governo Lula e, ao mesmo tempo, reforçar a narrativa de que anistia ou redução de penas para golpistas é inegociável.
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