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Indústria química
Congresso em Foco
8/10/2025 8:00
Em tempos de incertezas globais, uma pergunta deveria incomodar a todos nós: até que ponto o Brasil está preparado para garantir sua própria soberania econômica? A indústria química, ainda que invisível para muitos, é um dos pilares mais estratégicos de qualquer nação. Ela está presente no remédio que encontramos na farmácia, na água potável que chega às nossas casas, na segurança alimentar, na energia e até nos materiais que constroem nossas cidades. Sem ela, não há cadeia produtiva que se sustente.
No entanto, o que vemos é um setor fragilizado, que opera muito abaixo do seu potencial. O Brasil, que poderia ser líder, tornou-se cada vez mais dependente de importações. Isso significa que, em momentos de crise internacional, ficamos à mercê de tarifas, decisões políticas de outros países e instabilidades que comprometem o abastecimento interno. Em outras palavras: sem uma indústria química forte, perdemos não só competitividade, mas também autonomia.
É nesse contexto que o Presiq (Programa Especial de Sustentabilidade da Indústria Química) surge como uma proposta indispensável. Mais do que um projeto de lei, o Presiq representa uma virada estratégica: uma política pública moderna que alia competitividade, sustentabilidade e geração de empregos qualificados.
Um motor de soberania nacional
Defender o Presiq é, antes de tudo, defender a soberania brasileira. Hoje, importamos insumos que poderíamos facilmente produzir aqui, gerando renda, inovação e postos de trabalho. Essa dependência externa nos torna vulneráveis e coloca em risco setores vitais, do agronegócio à saúde pública. O Presiq propõe inverter essa lógica, resgatando a capacidade produtiva nacional e reduzindo nossa exposição a crises externas.
Estudos da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) apontam que, se implementado, o programa pode levar o setor a operar com até 95% de sua capacidade até 2029, impactando positivamente o PIB em cerca de R$ 112 bilhões e criando até 1,7 milhão de empregos diretos e indiretos. Não se trata apenas de números: estamos falando de famílias que terão renda, de cidades que ganharão dinamismo econômico e de um país que se posicionará de maneira mais sólida no comércio internacional.
A vantagem brasileira em sustentabilidade
Se há um ponto em que o Brasil já sai na frente, é na sustentabilidade. Nossa matriz energética é composta por quase 83% de fontes renováveis, contra uma média global de apenas 29%. Isso coloca nossa indústria química em vantagem comparativa inédita: produzir aqui significa emitir muito menos CO do que em países concorrentes.
O Presiq aproveita esse diferencial para transformá-lo em ativo econômico. O programa condiciona seus incentivos à adoção de processos menos poluentes, ao uso de matérias-primas mais limpas, à economia circular e à inovação tecnológica. Em outras palavras, não se trata de distribuir benefícios sem contrapartida: só terá apoio quem provar que está comprometido com uma produção sustentável.
Com a COP30 se aproximando, a aprovação do Presiq seria um gesto claro de que o Brasil não está apenas declarando compromissos com a descarbonização, mas agindo de forma concreta.
Mais arrecadação e mais desenvolvimento
Outro ponto crucial é o impacto fiscal. A previsão é de que o Presiq gere um incremento de cerca de R$ 65 bilhões em arrecadação federal, ampliando a base tributária e fortalecendo a capacidade do Estado de investir em áreas como saúde, educação e infraestrutura. Trata-se de um ciclo virtuoso: a indústria se fortalece, gera empregos formais, aumenta o consumo, eleva a arrecadação e devolve recursos à sociedade em forma de políticas públicas.
É importante lembrar: não há desenvolvimento sustentável sem uma base produtiva sólida. Dependência externa não só ameaça o abastecimento, mas também restringe a capacidade de planejar o futuro.
O Brasil não pode esperar
Enquanto outras potências já investem trilhões em políticas industriais verdes - os Estados Unidos com pacotes de mais de US$ 1,9 trilhão e a União Europeia com mais de 1,7 trilhão -, o Brasil ainda patina entre velhas estruturas e políticas fragmentadas. Não podemos continuar assistindo ao esvaziamento de nossa indústria enquanto o mundo acelera.
O Congresso Nacional tem diante de si uma escolha histórica: ou aprovamos o Presiq e assumimos o protagonismo de uma nova fase de industrialização, ou continuaremos reféns de decisões alheias. Não há meio-termo.
O futuro é agora
A aprovação do Presiq não é apenas uma medida para fortalecer a indústria química. É uma decisão de Estado, capaz de reposicionar o Brasil no mapa da competitividade global. É a chance de mostrar que desenvolvimento econômico, sustentabilidade e inclusão social podem caminhar juntos.
O Brasil tem todas as condições para liderar a nova revolução industrial verde. O que falta é coragem política para transformar essa oportunidade em realidade.
O momento é agora. O Presiq é a resposta.
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