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DESVIO DE APOSENTADORIAS
Congresso em Foco
13/10/2025 | Atualizado às 8:54
O presidente da comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou que colocará em votação na próxima quinta-feira (16) o requerimento de convocação de José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Lula e vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi). Em publicação feita na noite desse domingo (12) nas redes sociais, o senador afirmou que a CPMI não vai blindar ninguém. "Pau que dá em Chico também vai dar em Frei Chico", escreveu.
A inclusão do requerimento de convocação do irmão de Lula na pauta desta semana foi anunciado por Viana na última quinta-feira (9), quando o presidente do Sindnapi, Milton Baptista de Souza Filho, o Milton Cavalo, prestou depoimento à CPMI, mas se recusou a responder à maioria das perguntas dos parlamentares, amparado por um habeas corpus do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF).
"Diante do silêncio que foi colocado hoje sobre a participação do senhor vice-presidente do sindicato, pela quantidade de dinheiro que foi sacado na boca do caixa pelos membros do sindicato, pelo esquema que foi montado por conta do desvio do dinheiro que foi descontado indevidamente dos aposentados, eu entendo que é urgente que coloquemos em votação a convocação do chamado Frei Chico, irmão do presidente Lula", afirmou Viana à imprensa.
Recado político
A publicação desse domingo foi interpretada como um recado político em meio ao avanço das investigações da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que apura descontos indevidos em aposentadorias e benefícios do INSS. O Sindnapi, onde Frei Chico ocupa a vice-presidência, é uma das entidades citadas no inquérito.
O depoimento de Milton Cavalo na última quinta-feira foi marcado por tensão e discussões entre governistas e oposicionistas. O presidente do sindicato permaneceu em silêncio durante boa parte da sessão, respondendo apenas a uma pergunta do deputado Paulo Pimenta (PT-RS) sobre o papel de Frei Chico na entidade.
"Contrariando o meu advogado, eu quero dizer que ele nunca teve esse papel administrativo do sindicato, só político... político de representação sindical. Nada mais que isso. E não precisei, em nenhum momento, solicitar a ele [Frei Chico] que abrisse qualquer porta do governo", afirmou Milton.
O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), chegou a alertar que o silêncio do depoente poderia levar à convocação do irmão do presidente Lula. A fala provocou reação de parlamentares do PT, que acusaram o relator de tentar intimidar o depoente.
Sindnapi é alvo de operação da PF
O Sindnapi, ligado à Força Sindical, foi um dos alvos da nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada na quinta-feira. A ação cumpriu 66 mandados de busca e apreensão em oito estados e no Distrito Federal, incluindo a sede do sindicato e a casa de Milton Cavalo, em São Paulo.
Segundo a Polícia Federal, a investigação apura fraudes em descontos associativos, peculato, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. Foram apreendidos dinheiro em espécie, armas e veículos de luxo, entre eles quatro carros Porsche.
Apesar de ser dirigente do Sindnapi, Frei Chico não é alvo da operação nem figura entre os investigados pela PF ou pela Controladoria-Geral da União (CGU).
Defesa do sindicato nega irregularidades
Em nota, o Sindnapi afirmou ter sido "surpreendido" pela operação policial e negou irregularidades na sua atuação:
"Reiteramos nosso absoluto repúdio e indignação com quaisquer alegações de que foram praticados delitos em nossa administração ou que foram realizados descontos indevidos de nossos associados", afirmou a defesa.
O sindicato acrescentou que vai "comprovar a lisura e legalidade de sua atuação, sempre em prol de seus associados, garantindo-lhes a dignidade e respeito que são devidos".
Outras medidas
Carlos Viana também revelou ter solicitado ao ministro André Mendonça (STF) a apreensão do passaporte do advogado Nelson Williams, investigado pela PF e já ouvido pela CPMI. Segundo o senador, há risco de fuga do país.
"O sentimento deles era de completa proteção. Eles estavam escudados pela política e pelas decisões judiciais. Nós vamos derrubar esse castelo de confiança da corrupção que foi criado em nosso país", declarou.
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