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Política Internacional
Congresso em Foco
5/11/2025 | Atualizado às 9:12
Zohran Mamdani chega à prefeitura de Nova York quebrando uma série de paradigmas. Aos 34 anos, ele será o mais jovem prefeito da cidade desde o século XIX, o primeiro muçulmano a ocupar o cargo e também o primeiro nascido no continente africano.
Sua vitória é considerada um feito improvável. Até pouco tempo atrás, Mamdani era praticamente um desconhecido no cenário político nacional, com poucos recursos financeiros e sem o apoio da cúpula do Partido Democrata. Mesmo assim, conseguiu derrotar figuras experientes, como o ex-governador Andrew Cuomo, e o republicano Curtis Sliwa.
O novo prefeito representa o perfil de liderança que a ala progressista democrata tenta consolidar há anos: jovem, de origem imigrante, ativo nas redes sociais e defensor de pautas ligadas à igualdade econômica e à ampliação dos serviços públicos.
Mamdani construiu sua campanha com propostas como creches gratuitas, transporte público e aluguel acessíveis e intervenção do Estado em setores dominados pelo livre mercado. Ao mesmo tempo, procurou falar com eleitores da classe trabalhadora que se afastaram do Partido Democrata, combinando uma pauta econômica popular com princípios culturais da esquerda.
Entre as promessas mais controversas, Mamdani afirmou que pretende responsabilizar judicialmente o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu caso ele visite Nova York, chamando-o de criminoso de guerra em razão do conflito na Faixa de Gaza.
Críticos o classificaram como um político "radical" e duvidaram de sua viabilidade eleitoral fora de Nova York. A governadora de Nova York, Kathy Hochul, já sinalizou resistência a um eventual aumento de impostos para financiar a agenda do novo prefeito. Mesmo que consiga recursos, Mamdani dependerá do apoio da Câmara Municipal para implementar seus planos.
Ainda assim, ele saiu vitorioso nas urnas e sua ascensão foi vista como uma derrota para o establishment democrata, simbolizado por Cuomo, herdeiro de uma das famílias políticas mais tradicionais do estado. A repercussão do resultado foi imediata, uma vez que eleição nova-iorquina, que costuma atrair atenção nacional, tornou-se um teste para medir a força do progressismo dentro do Partido Democrata. A expectativa é de que cada passo do novo prefeito seja acompanhado de perto, tanto por aliados quanto por adversários.
Republicanos, liderados pelo presidente Donald Trump, já se preparam para usá-lo como símbolo do "perigo socialista". Segundo aliados do governo, cada revés econômico ou aumento da criminalidade na cidade será usado como prova do "fracasso" do progressismo. Trump, que tem laços históricos com Nova York, tende a transformar a relação com Mamdani em um novo palco de disputa política.
Ao avaliar o papel do Partido Democrata após a vitória, Mamdani afirmou que a legenda precisa acolher diferentes correntes.
"Acho que este precisa ser um partido que realmente permita que os americanos se vejam nele e não apenas um reflexo de algumas pessoas engajadas na política", disse.
Ele completou:
"Para mim, o que nos une é a quem lutamos para servir, e esse alguém são os trabalhadores."
Quem é Zohran Mamdani
Nascido em Kampala, capital de Uganda, Zohran Mamdani chegou aos Estados Unidos ainda na infância, aos sete anos, acompanhando os pais, de origem indiana, que buscavam novas oportunidades em Nova York. Criado no bairro do Queens, o agora prefeito sempre destacou que sua vivência como imigrante moldou sua visão de mundo e seu compromisso com políticas públicas voltadas à inclusão e à justiça social.
Sua trajetória política começou em 2021, quando foi eleito deputado estadual por Astoria, distrito conhecido por sua diversidade cultural. Desde então, Mamdani construiu uma base sólida entre jovens e trabalhadores, usando as redes sociais como principal ferramenta de diálogo e mobilização.
Definindo-se como "socialista democrático", o prefeito defende uma cidade mais igualitária, com ênfase em transporte público acessível, habitação popular e redistribuição de renda. Sua proposta de aumentar impostos para milionários e financiar programas sociais ecoa o discurso de figuras progressistas como Bernie Sanders e Alexandria Ocasio-Cortez, aliados frequentes em eventos e pautas políticas.
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