Prefeito do PL critica candidatura de Carlos Bolsonaro: "Não somos gado"

O prefeito de Pouso Redondo (SC), Rafael Tambozi (PL), publicou um vídeo nas redes sociais em meio às disputas internas do PL pela vaga ao Senado em Santa Catarina e fez críticas diretas aos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Tambozi afirmou que a candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado é uma "imposição" que não representa os catarinenses. No vídeo, gravado em um curral, o prefeito declarou que "o povo de Santa Catarina não é gado" e ressaltou:

"Se acham que a gente é gado, deixa que na urna a gente resolve, e vamos ver quem leva o coice".

O prefeito também criticou Eduardo Bolsonaro, que tem defendido a candidatura do irmão no estado.

"Eduardo Bolsonaro está lá nos Estados Unidos fazendo vídeo, falando, dando pitaco na política de Santa Catarina. Devia estar recebendo os empresários que não estão conseguindo exportar por causa da taxa", afirmou, citando o impacto econômico do "tarifaço" em empresas locais.

Tambozi disse ainda que "se o Carlos Bolsonaro quer ser representante de Santa Catarina no Senado, primeiro tem que defender os interesses de Santa Catarina, não os dele" e reforçou seu apoio à deputada federal Carol de Toni (PL-SC) e ao senador Esperidião Amin (PP-SC).

"Carol de Toni conhece Santa Catarina, conhece Pouso Redondo, ajuda o município e conhece o prefeito Rafael".

A postagem do prefeito gerou repercussão entre apoiadores e políticos do PL. Nos comentários, a deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) saiu em defesa dos filhos de Bolsonaro, afirmando:

"Pelo amor de Deus! Isso é uma afronta! Um absurdo o senhor falar isso do Eduardo Bolsonaro. Está fazendo vídeo nos EUA???? O cara está exilado, longe da família, o pai em prisão domiciliar. Tenha pelo menos misericórdia."

Rachaduras no PL-SC

A troca de farpas entre Rafael Tambozi e Júlia Zanatta se soma a uma série de embates que vêm expondo fissuras dentro do PL em Santa Catarina. Nos últimos dias, uma live entre as deputadas Júlia Zanatta e Ana Campagnolo terminou em confronto público com o senador Jorge Seif, após divergências sobre a possível candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado pelo estado. Campagnolo, contrária à ideia, chegou a abandonar a transmissão depois que Seif entrou para defender uma "chapa pura" do PL, formada por Carlos e Carol de Toni.

Anteriormente, Seif já havia provocado reação ao usar a tribuna do Senado para defender a candidatura de Carlos Bolsonaro e criticar colegas do partido que, segundo ele, "viraram as costas" para Jair Bolsonaro. Em referência indireta a Campagnolo, afirmou que "vem uma deputada estadual, que não era nada até ontem, era professora, e agora se acha líder da direita em Santa Catarina".

Após a repercussão negativa, Seif divulgou nota dizendo que sua fala foi tirada de contexto e ressaltando que o magistério é "uma das profissões mais dignas e essenciais da sociedade".