Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Supermercados preveem redução de preço com mudança no vale-alimentação

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

ECONOMIA

Supermercados preveem preços menores com mudanças no vale-alimentação

Segundo a Associação Brasileira de Supermercados, alívio nas taxas e maior concorrência entre estabelecimentos tendem a reduzir custos e pressionar os preços para baixo nas próximas semanas.

Congresso em Foco

22/11/2025 10:00

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

O decreto assinado pelo presidente Lula que muda as regras do vale-alimentação e do vale-refeição, publicado no último dia 12, não altera o valor do benefício pago ao trabalhador, mas deve mexer tanto com os custos das empresas quanto com os preços nas prateleiras.

De um lado, o governo fala em economia anual de até R$ 7,9 bilhões e em mais eficiência e concorrência no setor. De outro, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) vê uma "tendência clara de barateamento" dos produtos, especialmente de alimentação.

Segundo Márcio Milan, vice-presidente da Abras, a combinação de taxas menores, repasses mais rápidos e maior número de estabelecimentos aceitando o vale abre espaço concreto para redução de preços:

"Essas taxas têm um peso muito grande na formação de preço. Quando caem, abre-se espaço para melhorar os valores ao consumidor."

O que muda para o comércio: teto de taxas e repasse mais rápido

O decreto fixa um teto de 3,6% para as taxas cobradas de restaurantes, mercados e outros estabelecimentos pelas operadoras de vale-refeição e vale-alimentação. Hoje, pequenos comércios chegam a pagar de 13% a 15%, enquanto grandes redes negociam condições melhores.

Além disso, o prazo para repasse do dinheiro cai para no máximo 15 dias corridos - antes, podia chegar a 60 dias.

Para Milan, o decreto corrige uma "distorção histórica". "Os grandes mercados negociavam taxa mais baixa; os pequenos ficavam penalizados. Agora, o campo fica mais equilibrado."

Interesse do governo: mais eficiência, concorrência e preços menores

Segundo a Secretaria de Reformas Econômicas (SRE) do Ministério da Fazenda, o novo modelo para o sistema de pagamento de vale-alimentação e vale-refeição poderá gerar economia anual de até R$ 7,9 bilhões. A conta considera:

  • teto de 3,6% para tarifas - economia estimada de R$ 2,9 bilhões;
  • redução do prazo de repasse para 15 dias - R$ 0,7 bilhão;
  • abertura dos arranjos de pagamento - R$ 1,6 bilhão;
  • interoperabilidade entre bandeiras - R$ 2,7 bilhões.

O governo afirma que o objetivo é aumentar a eficiência, promover concorrência e reduzir custos, com expectativa de que parte dessa economia chegue ao consumidor final.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, tem repetido que as taxas cobradas eram abusivas e que o teto deve favorecer quem compra comida com vale. "O aumento da concorrência levará à redução de preços na ponta", acredita o ministro.

O tema ganhou força após o forte aumento da inflação de alimentos no início do ano, que levou Lula a se reunir com o setor supermercadista para discutir medidas de alívio.

Mais estabelecimentos aceitando vale, mais disputa por clientes

Outra mudança relevante é a exigência de interoperabilidade entre bandeiras: em até um ano, os cartões deverão funcionar em qualquer maquininha, sem limitação a redes exclusivas. Arranjos de pagamento grandes terão de adotar modelo aberto, permitindo que emissão de cartões e credenciamento de estabelecimentos sejam feitos por diferentes instituições.

Para a Abras, isso deve trazer de volta muitos comércios que haviam deixado de aceitar o vale, principalmente em áreas periféricas. "Muitos comércios saíram do sistema porque a conta não fechava. Com taxas menores e menos barreiras, eles tendem a voltar", afirma Milan. E, com mais lugares aceitando o benefício, cresce a disputa por quem compra com vale, ressalta o executivo. "Num mercado altamente concorrencial como o de supermercados, existe sim tendência de barateamento", considera.

Regulação em meio à crítica das operadoras

As empresas de cartão reagiram alegando que o decreto interfere na livre iniciativa. Milan discorda e compara a medida à regulação já existente no mercado de crédito e débito: "Os vouchers são meios de pagamento. Ter um teto é perfeitamente admissível quando estamos falando da alimentação do trabalhador". Segundo ele, não se trata de uma intervenção indevida, mas necessária. "É aproximar o vale das regras que o sistema de pagamentos já conhece."

O texto também proíbe deságios e descontos sobre os valores contratados, impede prazos de repasse que descaracterizem a natureza pré-paga do benefício e veda o uso do vale para despesas que não estejam ligadas à alimentação saudável.

Benefício continua o mesmo; o que muda é o acesso

As novas regras não aumentam o valor do vale nem obrigam mais empresas a concedê-lo, mas mudam a forma como ele circula na economia. Para Milan, o efeito é sobretudo de acesso e custo. "O que muda não é o benefício em si. É onde o trabalhador pode gastar e quanto o comércio paga para isso acontecer."

A Abras projeta um movimento intenso de retorno de estabelecimentos ao sistema. > "Nos próximos 90 dias, vamos ver uma avalanche de recadastramento. Muita gente quer voltar a aceitar o vale porque, agora, a conta começa a fechar."

Os estabelecimentos terão 90 dias para se adaptar às novas taxas e prazos de repasse e até 360 dias para implementar a interoperabilidade total. Milan reconhece que a transição pode ter ruídos, mas diz que o saldo tende a ser amplamente positivo. "É uma mudança que deve beneficiar muito o trabalhador e sua família", avalia. "Do lado do comércio, quem estava fora vai poder entrar, e quem já estava vai competir melhor. Todo mundo ganha", acrescenta.

Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

vale Abras inflação supermercados economia

LEIA MAIS

Repercussão

Governistas comemoram recuo de tarifas dos EUA e exaltam diplomacia

Compliance Zero

Maior intervenção da história do sistema financeiro mira grupo Master

ECONOMIA

Mercado prevê inflação de 2025 dentro da meta pela 1ª vez no ano

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

RELAÇÕES COMERCIAIS

Trump retira tarifa de 40% sobre café, carne e mais produtos do Brasil

2

Audiência pública

Reforma administrativa no serviço público vai à debate na Câmara

3

RISCO DE FUGA

Prisão de Bolsonaro foi decretada após rompimento da tornozeleira

4

TENSÃO NO SENADO

Após Messias no STF, Alcolumbre pauta projetos que contrariam governo

5

Prisão

Internet reage com memes à prisão de Bolsonaro

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES