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BALANÇO DE 2025
Congresso em Foco
18/12/2025 12:45
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) fez nesta quinta-feira (18) um balanço político mais amplo do ano legislativo em conversa com jornalistas e avaliou que o governo encerra 2025 com um cenário mais favorável no Congresso do que aquele enfrentado em momentos críticos nos últimos meses. Segundo ele, apesar das tensões e derrotas pontuais, o Planalto conseguiu recompor pontes, organizar a base e avançar em pautas consideradas estruturais.
Guimarães afirmou que a relação entre o Palácio do Planalto e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi plenamente recomposta após um período de desgaste. Na avaliação do líder, o diálogo hoje ocorre em outro patamar, mais institucionalizado e menos sujeito a rupturas.
"Terminamos o ano com um saldo político positivo. A relação estava estrangulada em determinado momento, mas o diálogo foi retomado e funcionou. A relação do governo com a Câmara termina o ano em outro patamar", disse, durante café com jornalistas.
Reconstrução após tensões
O líder reconheceu que o ano foi marcado por momentos de forte tensão entre Executivo e Legislativo, especialmente em votações sensíveis que testaram a coesão da base e a capacidade de articulação do governo. Segundo ele, o diferencial foi a disposição permanente para negociar, inclusive com participação direta do presidente Lula.
Guimarães destacou o papel do presidente e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na condução das negociações finais do ano. Ele citou encontros recentes com Hugo Motta para alinhar prioridades e destravar votações, ressaltando que a atuação direta do Planalto ajudou a reduzir ruídos e acelerar decisões.
Na avaliação do petista, as últimas semanas do ano produziram um ganho político importante ao permitir a aprovação de uma agenda econômica considerada difícil, reforçando a imagem de governabilidade.
Avaliação da presidência da Câmara
Ao comentar a condução de Hugo Motta à frente da Câmara, Guimarães evitou concentrar o balanço nos momentos de crise. Para ele, a avaliação da presidência da Casa deve ser feita a partir do resultado final do processo legislativo.
"O balanço não pode ser feito no auge da crise. Tem que ser feito no desfecho. E o desfecho é que a Câmara termina o ano fortalecida", disse.
Segundo Guimarães, Motta encerra o ano politicamente mais forte por ter conseguido conduzir votações difíceis, administrar conflitos internos e manter a Casa funcionando mesmo sob forte pressão política.
Base governista e articulação
No balanço apresentado aos jornalistas, Guimarães afirmou que o governo termina o ano com uma base mais organizada do que no início da legislatura. Ele reconheceu que o Planalto ainda enfrenta desafios para formar maiorias consistentes, mas avaliou que houve avanço na previsibilidade do apoio parlamentar.
"Não é simples governar com um Congresso tão fragmentado, mas hoje há mais clareza sobre quem dialoga, quem compõe e como construir maioria", afirmou.
O líder destacou que a estratégia do governo passou a ser menos reativa e mais preventiva, com maior atenção à construção política antes do envio de propostas ao Congresso. Segundo ele, esse aprendizado deve orientar a relação entre Executivo e Legislativo no próximo ano.
Ajustes no governo e recomposição política
Guimarães também comentou movimentos recentes do Planalto na Esplanada dos Ministérios como parte da estratégia de recomposição política. A troca no comando do Ministério do Turismo, segundo ele, deve contribuir para ampliar a base aliada e reduzir resistências no Congresso.
"A expectativa é que essas mudanças ajudem a consolidar uma base mais estável, capaz de sustentar votações com pelo menos 257 votos", disse. O governo anunciou nessa quarta-feira a saída de Celso Sabino, do Turismo. A pasta deverá ser ocupada por Gustavo Damião, filho do deputado Damião Feliciano (União-PB). A indicação visa contemplar o União Brasil, que havia rompido com o governo, e o presidente da Câmara, Hugo Motta, aliado de Damião na Paraíba.
Para o líder, o governo chega ao fim do ano com uma leitura mais realista do funcionamento do Congresso e com instrumentos políticos mais calibrados para enfrentar a agenda de 2026.
Perspectiva para o próximo ano
Encerrando o balanço, Guimarães afirmou que o principal aprendizado de 2025 foi a necessidade de diálogo permanente e coordenação política fina entre Planalto, ministérios e lideranças no Congresso. Segundo ele, o governo entra no próximo ano com mais experiência institucional e maior capacidade de antecipar crises.
"O ano foi de muito aprendizado. Terminamos mais preparados, com mais diálogo e com uma base mais madura. Isso faz diferença para enfrentar o próximo ciclo legislativo", considerou.