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Congresso em Foco
15/5/2021 | Atualizado 10/10/2021 às 17:08
![[fotografo] Wilson Dias [/fotografo] [fotografo] Wilson Dias [/fotografo]](https://static.congressoemfoco.com.br/2016/10/estrutural_wilsondias_abr.jpg) 
 
 Mesmo com eventuais deficiências de coordenação administrativa na consecução desse projeto coletivo, foram alcançados bons resultados desde sua criação, em 2008, em Brasília, até 2015, quando começou a perder impulso.
Mas o sucesso do projeto dependia da interdependência crescente entre os países, as economias, as sociedades e as empresas da região, por meio da expansão nas transações recíprocas, da articulação de cadeias produtivas e de agregação de valor, da intensificação da atividade comercial, da integração de infraestruturas críticas e do aumento do intercâmbio em todos os aspectos da vida social.
O vetor do processo de integração seria o desenvolvimento dos parceiros impulsionado pelo dinamismo brasileiro, de longe a maior economia da região. Um projeto geopolítico de fôlego que criaria um espaço bioceânico orgânico, estrategicamente ajustado às mudanças em curso no mundo, onde se observa uma transição do polo econômico global para a bacia do Oceano Pacífico.
O processo avançou rapidamente até o advento da crise brasileira a partir de 2015. Em seguida, o Brasil perdeu as condições para liderar a integração e houve o colapso da Unasul, organismo que visivelmente contrariava os interesses geopolíticos dos EUA no hemisfério.
A Unasul permitia ao Brasil, no seu contexto regional, explorar os limites e possibilidades fixados pelas circunstâncias geopolíticas para ampliar sua autonomia na busca de seus objetivos nacionais estratégicos. Ao mesmo tempo, satisfazia também os anseios dos países vizinhos que viam nessa articulação melhores condições para o desenvolvimento comum.
Entretanto, não obstante os esforços realizados, estes foram insuficientes para consolidar o novo organismo. A Unasul acabou debilitada pelas reviravoltas da política nacional e hemisférica. Mas o cataclisma que se abate sobre a região - econômico, sanitário e ecológico - cobra o preço dessa derrocada. Essa iniciativa, ainda fresca na memória regional, deve ser retomada para que a América do Sul possa melhor se posicionar nesse mundo que vem por aí, somando esforços na busca de objetivos comuns.
*Marcelo Viana Estevão de Moraes é gestor público, doutor e mestre em Ciências Sociais pela PUC - Rio. Foi secretário nacional dos ministérios da Previdência, do Planejamento e Orçamento e da Justiça, nos governos Itamar, FHC e Lula. É autor do livro A Construção da América do Sul:  o Brasil e a Unasul (Editora Appris, 2021).
 
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
Mesmo com eventuais deficiências de coordenação administrativa na consecução desse projeto coletivo, foram alcançados bons resultados desde sua criação, em 2008, em Brasília, até 2015, quando começou a perder impulso.
Mas o sucesso do projeto dependia da interdependência crescente entre os países, as economias, as sociedades e as empresas da região, por meio da expansão nas transações recíprocas, da articulação de cadeias produtivas e de agregação de valor, da intensificação da atividade comercial, da integração de infraestruturas críticas e do aumento do intercâmbio em todos os aspectos da vida social.
O vetor do processo de integração seria o desenvolvimento dos parceiros impulsionado pelo dinamismo brasileiro, de longe a maior economia da região. Um projeto geopolítico de fôlego que criaria um espaço bioceânico orgânico, estrategicamente ajustado às mudanças em curso no mundo, onde se observa uma transição do polo econômico global para a bacia do Oceano Pacífico.
O processo avançou rapidamente até o advento da crise brasileira a partir de 2015. Em seguida, o Brasil perdeu as condições para liderar a integração e houve o colapso da Unasul, organismo que visivelmente contrariava os interesses geopolíticos dos EUA no hemisfério.
A Unasul permitia ao Brasil, no seu contexto regional, explorar os limites e possibilidades fixados pelas circunstâncias geopolíticas para ampliar sua autonomia na busca de seus objetivos nacionais estratégicos. Ao mesmo tempo, satisfazia também os anseios dos países vizinhos que viam nessa articulação melhores condições para o desenvolvimento comum.
Entretanto, não obstante os esforços realizados, estes foram insuficientes para consolidar o novo organismo. A Unasul acabou debilitada pelas reviravoltas da política nacional e hemisférica. Mas o cataclisma que se abate sobre a região - econômico, sanitário e ecológico - cobra o preço dessa derrocada. Essa iniciativa, ainda fresca na memória regional, deve ser retomada para que a América do Sul possa melhor se posicionar nesse mundo que vem por aí, somando esforços na busca de objetivos comuns.
*Marcelo Viana Estevão de Moraes é gestor público, doutor e mestre em Ciências Sociais pela PUC - Rio. Foi secretário nacional dos ministérios da Previdência, do Planejamento e Orçamento e da Justiça, nos governos Itamar, FHC e Lula. É autor do livro A Construção da América do Sul:  o Brasil e a Unasul (Editora Appris, 2021).
 
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].

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