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Congresso em Foco
16/1/2008 | Atualizado 17/1/2008 às 15:37
O senador Edison Lobão (PMDB-MA) acaba de aceitar o convite do presidente Lula para ser o novo ministro de Minas e Energia. Depois de cerca de 40 minutos de reunião, Lobão saiu do gabinete de Lula acompanhado do ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, e então fez o anúncio à imprensa. A nomeação, segundo Lobão, será oficializada na próxima segunda-feira (21) pelo presidente Lula. "O presidente da República acaba de me formalizar o convite para exercer o cargo de ministro de Minas e Energia. A posse está marcada para segunda-feira”, sintetizou.
Sintomaticamente, caía um temporal no momento em que Lobão era formalmente convidado por Lula para ocupar a vaga de Silas Rondeau – que pediu demissão do cargo depois de ser acusado de participação com a máfia das obras públicas. O pé-d'água foi comemorado pelo senador, uma vez que a escassez de chuva pode comprometer o nível dos reservatórios nas usinas hidrelétricas, o que levaria ao risco de racionamento de energia.
"Graças a Deus a chuva está aí", festejou, descartando a possibilidade de apagão. "Não haverá apagão nenhum. As autoridades do Ministério de Minas e Energia têm tomado todas as providências. Temos de ser otimistas, mas otimismo com responsabilidade, que é o que está se fazendo no setor elétrico no Brasil. Nós não passamos por este risco de apagão”, garantiu.
Técnico pra quê?
Lobão rebateu as críticas de que não seria um técnico do setor elétrico, e, portanto, não seria a melhor escolha para o cargo. “Esse ministério já teve 11 ministros políticos. Eu não sou um técnico, sou um político e um administrador. O administrador é capaz de formar sua equipe, e muitas vezes enxerga exatamente onde o técnico, que é tão útil, muitas vezes não enxerga”, argumentou. "O presidente da República, quando tem que nomear um ministro, imagina um ministro que saiba administrar."
Em relação à composição do Ministério, Lobão assegurou que terá total liberdade para promover mudanças, caso necessárias, e montar uma equipe "competente". “O ministro terá a liberdade para fazer a sua equipe, pode ficar certo disso”, respondeu. "Vou formar uma equipe o mais competente possível, sem ter a preocupação de demolir o que se encontra lá, que são técnicos também capazes, e que terão a sua oportunidade de ajudar o Brasil.”
Quanto ao ministro interino, Nelson Hubner (que é secretário executivo do Ministério) – e cuja permanência é defendida pela ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), que já chefiou a pasta e mantém forte influência por lá –, Lobão não entrou em detalhes. “Essa é uma questão que eu ainda vou examinar, porém o ministro [interino] Nelson Hubner já manifestou o desejo de ter outras atividades”, adiantou.
Lobinho
Lobão comentou também as denúncias de que seu filho e suplente, Edison Lobão Filho (DEM-MA), usou uma empregada doméstica como "laranja" de empresa com pendência junto ao Fisco. Uma vez nomeado, Edinho, como é chamado o empresário, ocupará a vaga do pai. Mas pode se licenciar em seguida (o que garantiria o cargo de senador e serviria para que ele se defenda das acusações fora da Casa, para evitar desgastes).
“Estamos examinando isso [a possibilidade da licença]. Ele assume sim, mas poderá também se licenciar se for conveniente. Ele deseja se defender fora do Senado, e não tem nenhuma acusação ligada a órgãos públicos", afirmou o pai, confiante na inocência do filho. "Estou convencido de que ele é inocente, absolutamente inocente, mas responderá até na Justiça, se for o caso, por aquilo que está sendo acusado.”
Além da denúncia de utilização de "laranja", o Ministério Público investiga acusações de que Edinho seria sócio oculto da Bemar Distribuidora de Bebidas (a empresa encabeçaria um esquema de sonegação de impostos no Maranhão, e teria sonegado R$ 42 milhões desde 2000). Lobão Filho também responde a processo criminal sob a acusação de manter em funcionamento, em 1999, uma emissora de TV clandestina em São Mateus, município do Maranhão.
Articulando
Em seu papel de articulador político, o ministro José Mucio Monteiro (líder licenciado do governo na Câmara, para tomar posse nas Relações Institucionais) participou da reunião e comentou ao Congresso em Foco o que achou da indicação desta noite. "Primeiro, trata-se de um homem competente. Segundo, indicado pelo maior partido da base do presidente, e isso aumenta a responsabilidade de ambos os lados. Acho que foi uma grande indicação, [Lobão] é um político comprovadamente competente, um homem de vida limpa. Tenho absoluta certeza de que sua habilidade vai contribuir muito para o Ministério”, elogiou.
Questionado pela reportagem se a chuva seria um bom indício para um ministro de Minas e Energia recém confirmado no cargo, José Mucio respondeu de forma otimista. "Não tenha dúvida nenhuma, embora essas preocupações, de certa forma, estivessem já superadas. As térmicas estão funcionando, o Brasil de hoje não é mais o Brasil de 2001. Então, essa tranqüilidade nós podemos passar para a sociedade", disse. (Fábio Góis)
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