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Congresso em Foco
20/12/2007 | Atualizado 21/12/2007 às 4:35
O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), divulgou há pouco uma pesquisa aos jornalistas que revela que a maioria da população apóia a rejeição da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). A permanência do imposto até 2011 foi desaprovada na semana passada pelos senadores.
“A pesquisa aponta que a maioria da opinião pública concorda com a decisão do Senado. E temos que acreditar nela, porque são pessoas idôneas”, complementou o peemedebista.
Garibaldi também apresentou um balanço das atividades em plenário durante este ano. No total, foram 121 sessões ordinárias e 76 sessões deliberativas. De acordo com o documento, em 2007 os senadores aprovaram: 61 medidas provisórias; quatro medidas provisórias na íntegra, que voltaram à Câmara; 50 projetos, que foram enviados à sanção; e 431 proposições, que foram à promulgação.
O "sumário consolidado", elaborado pela secretaria-geral da Mesa, apresenta descritivo de matérias, temas e números relativos às pautas que os senadores apreciaram no transcorrer do ano. "São muitos projetos", disse Garibaldi, olhando o calhamaço e apontando outros pontos do texto: a aprovação de 33 proposições de combate ao crime organizado e medidas para punir delitos no setor público; a ampliação da licença-maternidade, que passou de quatro para seis meses; 41 nomes de chefes de missões diplomáticas aprovados; entre outros.
O peemedebista também destacou a necessidade de se mudar a imagem do Senado, após a crise que envolveu o ex-presidente da Casa Renan Calheiros (PMDB-AL). “Ou se muda o Senado, ou o Senado perde prestígio diante da sociedade”.
Hermafroditismo
Depois da breve introdução, o cerimonial do Senado abriu a seção de perguntas para jornalistas inscritos. O primeiro tema abordado foi o da transparência da Casa, que tem sido constantemente comparada à da Câmara, cujo site informa com detalhes informações como gastos, freqüência e desempenho de cada parlamentar.
Um repórter perguntou qual seriam as primeiras providências do novo presidente do Senado em relação ao assunto. "Divulgar a verba indenizatória por meio da internet seria o primeiro passo, mas isso não é nem de autoria minha, e sim do presidente interino, Tião Viana [PT-AC]", respondeu Garibaldi.
Em relação aos salários dos senadores, assunto espinhoso, o senador fez uma confissão (em tom de protesto). "Eu quero dizer aqui, com transparência, que aumento [salarial] só se merece quando se está trabalhando bem. Você acha que o Senado está no momento de pedir aumento?", instigou, dirigindo-se ao interlocutor.
E quais seriam seus primeiros desafios à frente da presidência, senador? "Em primeiro lugar, são essas mudanças que, dependendo do caráter delas, poderão encontrar algum questionamento", resumiu, referindo-se à divulgação dos gastos dos senadores e às alterações na estrutura funcional da Casa, entre outras providências.
"A segunda dificuldade é que, como qualquer político, preciso de muito equilíbrio para fazer com que esta Casa seja um Poder independente, mas que eu também possa exercitar meu mandato. Claro, sem deixar de fazer com que as propostas fluam, venham de onde vierem", explicou, deixando claro que irá defender seus dogmas e convicções. "Devo ter questões políticas definidas, não quero ser um hermafrodita. Lula falou em metamorfose... Acho que a minha [frase] foi melhor", zombou Garibaldi, em momento hilário.
Excesso de formalidade
A coletiva concedida por Garibaldi foi permeada por declarações espirituosas. Ao perceber o suposto excesso de formalidade na estrutura montada pelo cerimonial - que ofereceu aos jornalistas um "kit" constituído de DVD institucional e revista com um balanço de 2007 -, o senador ficou meio "contrariado".
"Eu estou achando tudo muito formal, muito solene", disse, ressalvando que apreciava a "competência" de seus assessores e o "capricho" do ambiente. "Eu acho que quando eu for deixar a presidência, uma solenidade destas caiba, mas agora que eu estou começando..."
Demonstrando estar um tanto atrapalhado com os formalismos (ele tinha em mãos o sumário de atividades plenárias e um relatório da Mesa, além da pesquisa supracitada), Garibaldi novamente recorreu ao bom humor. "Vocês vão querer que eu preste contas de... quantos dias?", perguntou. O peemedebista foi eleito para o posto no último dia 12. Portanto, há oito dias.
Aos risos, os jornalistas deram a informação "aproximada". "Querem que eu preste conta de dez dias pelo ano todo, 365 dias?!", reclamou, em tom de brincadeira, arrancando risos dos jornalistas. "Sinceramente, eu estou inconformado. Gostaria de que isso tudo se passasse, agora, em um ambiente mais informal, porque agora eu não posso fazer uma prestação de contas muito precisa", brincou.
"Gostaria de salientar que todo esse trabalho que eu vou apresentar aqui é da nossa assessoria, trabalho o qual não tive condições de examinar muito detidamente", disse, lembrando da "correria" dos últimos dias do ano, que teve (mais uma) absolvição de Renan Calheiros, rejeição da CPMF e aprovação da DRU.
"Mas vocês logo estarão livres disso. Temos aqui a doutora Cláudia [Lyra, secretária-geral da Mesa], que é um verdadeiro senador. E também, daqui a um ano, vocês estarão livres de mim", lembrou, referindo-se ao seu mandato "tampão", que dura só até o fim de 2008. Notando o ar de desalento do senador, alguns jornalistas disseram que não era nada disso. "Obrigado pelo protesto", agradeceu Garibaldi, mais uma vez descontraindo o ambiente. (Fábio Góis)
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