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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Leonardo Boff
23/8/2017 7:30
[fotografo]Reprodução[/fotografo][/caption]Se bem repararmos, a natureza não criou um ser para si mesmo, mas todos os seres uns para os outros. Estabeleceu entre eles laços de mutualidade e redes de relações solidárias. A solidariedade originária nos faz a todos irmãos e irmãs dentro da mesma espécie.
A solidariedade, portanto, é indissociável da natureza humana enquanto humana. Se não houvesse solidariedade, nem teríamos condições de sobreviver. Não possuímos qualquer órgão especializado (Mangelwesen A. Gehlen) que garante a nossa subsistência. Para sobreviver, dependemos do cuidado e da solidariedade dos outros. Esse é um fato inegável outrora e ainda hoje.
Mas precisamos ser realistas, adverte-nos E. Morin. Somos simultaneamente sapiens e demens - não como decadência da realidade, mas como expressão de nossa condição humana. Podemos ser sapientes e solidários e criar laços de humanização. Mas podemos também ser dementes e destruir a solidariedade, degolar pessoas como fazem os militantes do Estado Islâmico, ou queimá-las dentro de um monte de pneus, como faz a máfia da droga.
Por causa desse nosso momento demente é que Hobbes e Rousseau viram a necessidade de um contrato social que nos permitisse conviver e evitasse que nos devorássemos reciprocamente.
O contrato social não nos dispensa de termos que resgatar continuamente a solidariedade que nos humaniza, sem a qual o lado demente predominaria sobre o sapiente.
É o que estamos vivendo a nível mundial e também nacional, pois pouquíssimos controlam as finanças e o acesso aos bens e serviços naturais, deixando mais da metade da humanidade na indigência. Bem dizia o Papa Francisco: o sistema imperante é assassino e antivida.
Entre nós, as atuais políticas de ajustes fiscais estão onerando especialmente os pobres e beneficiando aqueles poucos que controlam os fluxos financeiros. O Estado enfraquecido pela corrupção não consegue frear a voracidade da acumulação ilimitada das oligarquias.
Houve Alguém que foi solidário conosco. Não quis se prevalecer de sua condição divina. Antes, "por solidariedade apresentou-se como simples homem" (Flp 2,7) e acabou crucificado. Essa solidariedade nos devolveu humanidade (nos salvou) e continua nos animando a "termos os mesmos sentimentos que Ele teve" (Flp 2,5).
É urgente resgatarmos o paradigma básico de nossa humanidade, tão olvidado, a solidariedade essencial. Fora dela desvirtuaremos nossa humanidade e a dos outros.
<<A "democracia" dos sem-vergonha
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