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Congresso em Foco
7/2/2008 | Atualizado 8/2/2008 às 1:07
Uma discussão acalorada interrompeu o ar relativamente calmo que marcava os pronunciamentos desta tarde no plenário do Senado. Um dos principais críticos do governo Lula na Casa, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) discursava na tribuna – e criticava a antecipação do governo na instalação da CPI dos Cartões Corporativos – quando se dirigiu a Eduardo Suplicy (PT-SP), dizendo que ele não ficasse “constrangido” com os atos do Executivo.
Citado, Suplicy, que antes ouvia serenamente o discurso do colega, pediu a palavra e ironizou, dizendo que Heráclito deveria ser psicólogo – uma vez que, mesmo diante dos cerca de dez metros que os separavam no plenário, ele conseguira “diagnosticar” o seu constrangimento. Heráclito respondeu de forma ainda mais ríspida: “O mesmo Suplicy que protestou contra Cuba no caso dos boxeadores cubanos agora está agachado na questão da CPI dos cartões corporativos”, vociferou.
Durante os Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, no ano passado, dois boxeadores cubanos abandonaram a delegação de seu país para tentar asilo no Brasil. Após serem localizados, os dois cubanos voltaram ao seu país. O ministro da Justiça, Tarso Genro, determinou que os atletas retornassem ao seu país em um jatinho.
Visivelmente irritado, Suplicy pediu respeito e, aos gritos, continuou a contestar Heráclito. Enquanto isso, a campainha da Mesa, ininterruptamente acionada pelo presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), tornava ainda mais tenso o episódio. “Se Vossas Excelências continuarem a falar sem pedir aparte, vou cortar o som dos microfones”, advertiu Garibaldi.
"Eu fico triste quando vejo o Suplicy defendendo o que não acredita. Sou mais o Suplicy que vai ao Iraque do que aquele que defende cartão corporativo. O Palácio fica exigindo desse pessoal algumas missões que eles não estão acostumados. Eu vou até fazer uma pergunta para o Suplicy... Se ele participou de algum banquete pago com crédito corporativo", disse Heráclito ao Congresso em Foco.
Para apaziguar os ânimos, o líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), pediu a palavra, mas sem deixar a polêmica de lado. “Eu vejo que esta é mais uma CPI movida por questões políticas. O governo passado [de Fernando Henrique Cardoso] abafou praticamente 100% das CPIs”, acusou.
Desconserto e serenidade
Eduardo Suplicy falou à reportagem sobre o episódio. "Eu observei que a oposição ficou um pouco desconsertada com a iniciativa [de abertura da CPI por iniciativa do próprio governo]. O que aconteceu é que ele [Heráclito] ficou bravo e resolver dar o troco", ponderou Suplicy. "Apenas considerei o termo agachado inadequado, e aí falei com toda a assertividade."
Questionado se episódios como o de hoje podem deixar conturbada a tramitação da CPI, o petista afirmou que estava "sereno", e que o diálogo com a oposição seguirá sem problemas. Suplicy disse ainda que, depois de os ânimos terem arrefecido, Heráclito deu "demonstração civilizada" ao elogiar sua iniciativa de realizar audiência pública sobre o Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional.
Suplicy distribuiu à imprensa o requerimento da audiência, na qual convida o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima; os deputados Ciro Gomes (PSB-CE) e Marcondes Gadelha (PSB-PB); o bispo de Barra, Dom Luiz Flávio Cappio; a atriz Letícia Sabatella, integrante do Movimento Humanos Direitos; além de professores, jornalistas, pesquisadores e demais envolvidos com o tema. (Fábio Góis)
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