Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
13/11/2009 17:15
[/caption]Fábio Góis
Em seu já habitual discurso de sexta-feira (13), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) foi à tribuna do plenário para criticar a atividade parlamentar desenvolvida atualmente, com a produtividade legislativa concentrada em dois dias da semana (terças e quartas-feiras). Simon disse ter imaginado que não haveria plenária e, ao sintonizar nesta manhã a TV Senado e ver o senador Mão Santa (PSC-PI) a presidir a sessão não deliberativa, foi "correndo" ao Senado "prestar solidariedade" ao colega.
"É triste, senhor presidente, mas está ali no painel: 210ª sessão. É uma sessão não deliberativa. Então, não tem presença, ninguém precisa assinar presença. E, não tendo presença, a maioria não vem. Na segunda-feira vai ser a mesma coisa", lamentou Simon, dirigindo-se a Mão Santa, que costuma presidir - bem como discursar - os trabalhos não deliberativos nas segundas e sextas-feiras.
Simon lamentou o fato de que o Senado, "que deveria funcionar às segundas, terças, quartas, quintas e sextas-feiras", funciona apenas "às terças e quartas-feiras". "Nas quintas-feiras, já não funciona a todo vapor", resignou-se o senador peemedebista, acrescentando que a Casa só funciona no começo e no final da semana porque Mão Santa comparece cedo ao plenário. "Às oito e meia ele já está aqui."
O regimento interno do Senado prevê o número mínimo de nove senadores para que a sessão em plenário seja aberta. Nos dias em que não há deliberações, lembra Simon, os poucos que comparecem à Casa não garantiriam esse quorum. "Na verdade, o senador Mão Santa e nós não cumprimos o regimento. Já muitas vezes participei e abri sessões com dois ou três presentes. Não importa: é mais importante abrir do que permitir que a sessão não ocorra", disse Simon para um plenário quase vazio, com três senadores.
"Que rejeitem!"
Depois de lamentar a situação no Senado, Simon falou por cerca de uma hora sobre temas como o apagão da última segunda-feira (9) e os projetos sobre o reajuste dos aposentados, à espera de votação na Câmara. Crítico contumaz do Executivo - mesmo integrante do maior partido da base aliada -, Simon classificou como "maldade" o tratamento dado pelo governo Lula à questão dos aposentados.
Leia mais: Governo rejeita reajustar aposentadorias pelo mínimo
"O que o presidente Lula e seu governo estão fazendo com os aposentados é uma maldade, é uma profunda maldade", disse o peemedebista, para quem Lula, ao viver um momento de "grande euforia mundial", deve evitar a "soberba". "Esta Casa aprovou o projeto do senador Paim [PT-RS] por unanimidade. E lá, na Câmara, estão brincando com os aposentados: transferem para amanhã, transferem para depois, fazem uma reunião aqui, fazem outra reunião lá, fazem outra não-sei-onde, mas não têm coragem de rejeitá-lo. Que o rejeitem!", completou Simon, dizendo que falta coragem aos parlamentares governistas para rejeitar os projetos.
"Alguém como o presidente Lula, que veio de onde ele veio... Vossa excelência tem razão, presidente Mão Santa: ele tem o curso do Sesi. Mas vossa excelência há de concordar que gente como Fernando Henrique [Cardoso, ex-presidente da República] e tantos outros, que têm curso de pós-graduação na [universidade francesa] Sorbonne e tudo mais, não chegaram aos pés do Lula. Ele, realmente, é um grande homem, tem grandes causas e está fazendo um grande governo", ressalvou Simon, para quem o presidente deveria ser "mais modesto".
Unasul e Ana Maria Braga
Ontem, em plena quinta-feira (12), tanto Câmara quanto o Senado eram o retrato do esvaziamento dos trabalhos legislativos no final da semana. Enquanto no Senado parlamentares se revezaram na tribuna em discursos que foram desde o blecaute nacional à homenagem à apresentadora Ana Maria Braga, na Câmara o deputado Raul Jungmann (PPS-PE) falava sobre Unasul (União das Nações Sul-Americanas) para o plenário vazio - o único espectador era o colega Luiz Couto (PT-PB), que presidia a sessão não deliberativa.
Leia mais: Venezuela no Mercosul e "imprevistos" emperram pauta do Senado
"É um absurdo", declarou Jungmann, para quem o modelo de trabalho parlamentar "é de uma absoluta irracionalidade".
No Senado, onde a pauta está trancada por uma medida provisória (MP 468/09, que reforça contas do Tesouro com depósitos judiciais), a explicação oficial é que a falta de consenso em torno da adesão da Venezuela ao Mercosul impede o avanço na pauta de votações.
Na Câmara, governo e oposição querem ver aprovados projetos de seu interesse, sem que haja consenso em ambos os casos, o que dificulta a realização de votações em plenário: enquanto a base governista defende a aprovação das propostas sobre o marco regulatório do pré-sal, os oposicionistas pressionam pela aprovação dos projetos que beneficiam os aposentados. Os embates ficarão para a próxima semana. A partir da terça-feira (17), como de costume.
Temas
DEFESA DO CONSUMIDOR
Lula sanciona lei que cria novos direitos para clientes de bancos
Imposto de Renda
Comissão adia votação da isenção do IR para esta quarta-feira