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Dentre as 30 comissões da Câmara dos Deputados, oito possuem maioria absoluta de deputados pró-armas e 14 possuem maioria simples. Foto: Renato Araújo/Ag. Câmara
A primeira quinzena de março foi marcada, na Câmara dos Deputados, por tratativas intensas entre os principais partidos na disputa pelas presidências das comissões para o ano de 2024. Concluídos os acordos e instaladas as novas Mesas Diretoras, formou-se nos colegiados um desenho extremamente favorável aos interesses da Frente Parlamentar da Segurança Pública, conhecida como bancada da bala.
Parlamentares que apoiam a facilitação do comércio de armas de fogo são maioria em oito das 30 comissões permanentes da Casa. O levantamento do Projeto Awire, do Congresso em Foco, considera os titulares de cada colegiado.
Entre as comissões com maioria de deputados pró-armas, está a maior e mais importante da Câmara, a de Constituição e Justiça (CCJ), por onde devem passar todos os projetos de lei. Com um total de 65 integrantes, a comissão possui 37 alinhados à bancada da bala, dez com histórico de votos contrário à agenda armamentista e 18 parlamentares neutros ou sem posição declarada.
A bancada da bala, como era de se esperar e a exemplo de anos anteriores, domina a Comissão de Segurança Pública. Parlamentares com esse perfil ocupam 28 das 36 cadeiras. Apenas três dessas vagas são preenchidas por parlamentares que fazem oposição à frente parlamentar: são eles Henrique Vieira (Psol-RJ), Reginaldo Lopes (PT-MG) e Adriana Accorsi (PT-GO).
Confira a relação entre armamentistas e desarmamentistas em cada comissão permanente:
Para além das oito comissões com maioria absoluta de titulares armamentistas, existem ainda outras 14 em que a bancada da bala ocupam mais cadeiras do que os parlamentares desarmamentistas. Do outro lado, quatro comissões possuem maioria simples de parlamentares contrários ao armamento civil, que também compõem 60% das vagas da Comissão de Legislação Participativa.
No meio termo, deputados sem posição firmada ou declarada sobre questões de segurança pública são maioria absoluta em dez comissões, incluindo a de Finanças e Tributação, uma das duas com poder de derrubar projetos de lei.