Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. A crise econômica e o comércio no Brasil

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

A crise econômica e o comércio no Brasil

Congresso em Foco

4/4/2009 8:43

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

RODRIGO ROCHA LOURES*

Nos últimos dez anos, a partir de 1998, o comércio teve uma participação média de 10% na composição do Produto Interno Bruto - PIB. Em 2007 foi de 9,9% e em 2008, de 10,3%. Contudo, com a desaceleração econômica, as previsões são pouco otimistas, refletindo uma queda generalizada na atividade da economia.

Dados divulgados pela Confederação Nacional do Comércio, - CNC - indicam um crescimento de apenas 3,5% nas vendas reais do varejo este ano, baseados em projeções de expansão de 5,5% na massa real de rendimentos no mercado de trabalho e de 4,6% nos preços ao consumidor.

Apesar disso, são desanimadoras as estimativas com referência à oferta de crédito: a CNC prevê uma retração de 8,2% em relação ao ano passado, o que significa um forte impacto negativo nas vendas.

Embora o volume de vendas do comércio varejista o ano passado tenha crescido 9,1% em comparação com 2007, as previsões para este ano indicam uma acentuada retração. Tomando como referência o trimestre outubro-dezembro de 2007, em comparação com outubro-dezembro de 2008, temos uma queda de 12,5% nas vendas de veículos, de 5% nas vendas de material de construção e de 7,2% nas vendas de tecidos, vestuário e calçados.

As projeções mais otimistas para as vendas dos supermercados este ano não passam de 2,5%. Mesmo assim elas serão sustentadas pelos alimentos, o último item a sofrer as conseqüências da crise. Os chamados alimentos perecíveis estão perdendo vendas, e os consumidores ampliando a sua lista de supérfluos.

O efeito perverso da crise tem se refletido no comportamento do emprego no comércio. Ainda conforme a CNC, o emprego no comércio varejista, que cresceu 5,7% no ano passado, já declinou 1,1% nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, em relação ao mês de dezembro de 2008. A queda mais acentuada do nível de emprego ocorreu no segmento de semi-duráveis (tecidos, vestuário e calçados) que apresentou uma redução de 5,4%. No total do comércio, o nível de emprego declinou 0,9% somente nos meses de janeiro e fevereiro deste ano.

Não é diferente o quadro no comércio externo. Janeiro deste ano registrou um déficit na balança comercial de US$ 518 milhões, o primeiro desde abril de 2001.

Esse déficit é o resultado da retração da demanda mundial sobre os preços e as quantidades exportadas e também sobre os volumes e as cotações dos bens importados. O impacto maior tem sido sobre as exportações, que em janeiro foram de US$ 9,79 bilhões, o menor resultado desde fevereiro de 2006.

Na primeira quinzena de fevereiro o saldo comercial brasileiro foi positivo em quase US$ 700 milhões, com exportações de US$ 5,1 bilhões. Embora esses números revelem uma recuperação, não há qualquer indicação de que eles se sustentarão ao longo dos próximos meses, à proporção em que a crise se intensifique.

De fato, em comparação com fevereiro de 2008, a exportação média foi quase 25% menor, registrando-se, no terceiro mês consecutivo, um recuo na comparação com o ano passado, ou seja, menos 11,7% em dezembro e menos 22,8% em janeiro, em relação aos 12 meses anteriores.

Do lado das importações, onde prevalecem os bens manufaturados, os efeitos negativos da crise internacional tendem a ocorrer com uma maior defasagem. Na medida em que os contratos forem sendo renovados, a queda dos preços das commodities for repassada para os produtos finais e a contração da demanda mundial for se generalizando, o descompasso entre o ritmo de queda das importações e das exportações poderá até garantir uma balança comercial superavitária.

Diante desse quadro caótico, nada mais justificável a iniciativa do Congresso, e em especial, da Câmara dos Deputados, de criar comissões especiais destinadas a avaliar o impacto da crise na economia real do País.

A divisão do trabalho em áreas temáticas - comércio, indústria, agricultura,trabalho e setor financeiro - permitirá focalizar mais detidamente cada setor e, a partir daí, formular propostas específicas para cada área,destinadas pelo menos a minimizar os efeitos mais perversos da crise.


*RODRIGO ROCHA LOURES é deputado federal pelo PMDB do Paraná, vice-líder do partido na Câmara e Presidente da Comissão Especial de Avaliação da Crise Financeira na Área do Comércio

Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

Fórum

LEIA MAIS

Ricardo, Minsky e a recessão global

"É inconcebível a internet controlada", diz filósofo

Cesare Battisti, a prisão brasileira e Franz Kafka

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

PEC 3/2021

Veja como cada deputado votou na PEC da Blindagem

2

INFRAESTRUTURA

MP do Setor Elétrico é aprovada na Câmara em último dia de validade

3

IMUNIDADE PARLAMENTAR

Entenda o que muda com a PEC da Blindagem, aprovada pela Câmara

4

Comissão de Direitos Humanos

PEC da Blindagem será recebida com "horror" pelo povo, afirma Damares

5

IMUNIDADE PARLAMENTAR

Senadores ameaçam enterrar a PEC da Blindagem

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES