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Congresso em Foco
7/3/2009 | Atualizado às 18:57
O arcerbisto de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, disse neste sábado (7) que os responsáveis por interromper a gravidez de um menina de 9 anos, grávida de gêmeos depois de ser estuprada pelo padrasto, podem ser perdoados pela Igreja Católica. A mãe da garota e os médicos foram excomungados por terem participado do aborto.
Segundo o arcebispo, responsável pela excomunhão, para receber o perdão os envolvidos devem se arrepender do que fizeram. “Não existe pecado sem perdão, mesmo para a pessoa que cometeu aborto. Agora, para receber o perdão é preciso arrepender-se”, disse o arcebispo, que participou hoje de uma missa na Basílica de Nossa Senhora do Carmo.
O aborto ocorreu na última quarta-feira (4) no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), da Universidade de Pernambuco (UPE). Segundo a equipe médica, o procedimento de interrupção de gravidez seguiu o protocolo recomendado pelo Ministério da Saúde em casos de gravidez de risco ou decorrente de violência sexual. A menina, segundo o diretor médico Sérgio Cabral, se encaixava em ambos os casos.
Repercussões
O caso da excomunhão de responsáveis por participar do aborto da menina de 9 anos tomou proporções internacionais. No Vaticano, o alto clérigo chegou a dar declarações de apoio ao ato de excomunhão. Os jornais de todo o mundo noticiaram os acontecimentos.
No Brasil, o presidente Lula criticou a posição da Igreja. Para Lula, o risco que a gravidez representava justificou o ato. “Como cristão e católico, lamento profundamente que um bispo da Igreja Católica tenha um comportamento conservador como esse. Não é possível permitir que uma menina estuprada pelo padrasto tenha esse filho, até porque a menina corria risco de vida. Acho que, nesse aspecto, a medicina está mais correta do que a Igreja”, disse Lula.
Na tarde de hoje, o arcebispo José Cardoso Sobrinho rebateu as críticas. Ele disse que Lula deve procurar a assessoria de algum teólogo para falar com mais propriedade sobre o tema. “Se o presidente da República deseja fazer um pronunciamento sobre um tema teológico, eu sugeririra que ele primeiro tivesse ajuda de seus assessores que conheçam a doutrina da Igreja Católica”.
Ameaças
O Congresso em Foco tem acompanhado a história do padre e deputado Luiz Couto (PT-PB), que foi proibido pela Arquidiocese da Paraíba de celebrar missas por ter defendido, em entrevista ao site, o fim do celibato e o uso da camisinha (leia). O parlamentar é ameaçado de morte por ter atuado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou grupos de extermínio, encerrada em 2005.
Neste domingo (8), o site publicará uma nova entrevista com Luiz Couto em que o parlamentar afirma ser injusta a punição dada pela Igreja. (Renata Camargo)
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