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Congresso em Foco
21/1/2009 | Atualizado às 18:11
Em entrevista coletiva concedida há pouco, a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), disse que a candidatura de José Sarney (AP) à presidência da Casa, que fora seguidas vezes negada pelo próprio, causa “constrangimento” na base aliada, uma vez que Tião Viana (PT-AC) já havia sido lançado como nome governista à disputa. A entrada de Sarney no páreo levou hoje o então indicado pelo PMDB na briga pelo posto, o atual presidente Garibaldi Alves (RN), a desistir da reeleição (leia).
“É uma situação de constrangimento. Nós analisamos todas as possibilidades para que isso não acontecesse, inclusive ainda estamos tentando entender por que ela aconteceu”, declarou Ideli, claramente decepcionada com a postura do ex-presidente da República, que pode ocupar pela terceira vez a presidência (as outras foram de 1995 a 1997 e de 2003 a 2005). “A política produz situações inusitadas como essa, que não gostaríamos de estar vivenciando.”
Ideli lembrou que a candidatura fora descartada em conversa com o petista. “Ele [Sarney] falou, olho no olho, várias vezes com o Tião [que não seria candidato]. Na política, quando a pessoa fala 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 vezes, a gente começa a trabalhar com o que ela fala”, ponderou, dizendo que, no dia seguinte à eleição no Senado, a “continuidade” obrigará que o partido administre a situação, no caso de vitória peemedebista.
Mesmo diante do desconforto, Ideli garante que a atuação do PT será voltada para a obtenção de votos nas eleições, que serão realizadas no dia 2 de fevereiro. “Não vamos polemizar, não vamos trabalhar pelo negativo [com críticas à candidatura de Sarney]. Vamos trabalhar pelo positivo.” Ideli garantiu não se sentir “traída” em relação ao fato de o ex-presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) ter articulado, “desde o primeiro momento”, a candidatura de Sarney.
“Desde o primeiro momento a candidatura de Sarney foi articulada pelo Renan. Parece-me que tem essa vinculação”, destacou a petista, explicando que o apoio que deu a Renan Calheiros quando este teve a cassação de seu mandato julgada em plenário foi em nome da “governabilidade”. “Não me sinto traída, não fiz a defesa da pessoa do Renan, fiz a defesa da governabilidade.”
A senadora catarinense diz que a candidatura de Tião Viana representa a “renovação e o fortalecimento” do Senado, e que pode restaurar “a imagem maculada por episódios recentes”, referência velada aos escândalos protagonizados por Renan em 2007 – razão que o levou a renunciar à presidência, ocupada por Garibaldi em dezembro daquele ano. Segundo Ideli, o caráter sigiloso do voto pode provocar uma surpresa para os que consideram Sarney imbatível. “Voto secreto é sempre voto secreto. Para bem ou para o mal, para mim ou para ti.”
Ideli informou ainda que, independentemente do panorama no Senado, o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), garantiu que a legenda vai manter o apoio à candidatura de Michel Temer (PMDB-SP), embora a reciprocidade de apoio não tenha sido exigida entre os senadores. Nos bastidores, comenta-se que o suposto "descontentamento" petista em relação a Sarney possa contaminar o apoio do PT a Temer na Câmara.
Na manhã do dia 2 de fevereiro, fim do recesso parlamentar, Câmara e Senado realizam quase que simultaneamente as eleições (a do Senado ocorre antes). A posse é imediata. No mesmo dia, à tarde, o presidente do Senado (e do Congresso) abre os trabalhos legislativos de 2009. Hoje, a candidatura de Tião Viana foi formalizada na Mesa Diretora do Senado (leia texto abaixo), em registro subscrito, além de Ideli, pelos líderes Osmar Dias (PDT-PR), Renato Casagrande (PSB-ES), João Ribeiro (PR-TO), José Nery (Psol-PA) e Marcelo Crivella (PRB-RJ). (Fábio Góis)
Confira o registro de candidatura de Tião Viana:
"Ao Exmo. Sr. Garibaldi Alves Filho
Presidente do Senado Federal
Pela necessidade de uma candidatura que traduza no Senado Federal compromisso com a democracia e com as prerrogativas constitucionais do Congresso Nacional, trazendo uma proposta de fortalecimento do Poder Legislativo, de valorização dos partidos políticos e de efetivação das reformas reclamadas pela sociedade – os líderes dos partidos abaixo relacionados solicitam o registro do senador Tião Viana (PT-AC) como candidato à presidência da Mesa Diretora desta Casa nas eleições do dia 2 de fevereiro próximo.
Brasília, 21 de janeiro de 2009."
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