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Congresso em Foco
24/5/2007 | Atualizado às 17:21
O que seria um encontro de um grupo de deputados para apresentar à imprensa propostas contra a corrupção, inclusive apoiando a criação de uma CPI para investigar a máfia das obras públicas e os desdobramentos da Operação Navalha, terminou em muita confusão no Salão Verde da Câmara, hoje (24) à tarde. “A vaidade é um dos principais problemas desta Casa”, soprou um experiente parlamentar.
A chamada Terceira Via, grupo de deputados que apoiou a candidatura de Gustavo Fruet (PSDB-PR) à presidência da Câmara no início do ano, se reuniu no Salão Verde para apresentar algumas propostas, entre elas a instalação da CPI. O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) clamou a necessidade de criar a comissão. Outros parlamentares, como Luiza Erundina (PSB-SP), Fernando Gabeira (PV-RJ) e Raul Jungmann (PPS-PE), discorreriam sobre outros assuntos, como a reforma política.
Mas, logo no ínicio o encontro, o deputado Sílvio Costa (PMN-PE), primeiro parlamentar a assinar a lista de criação de uma CPI Mista (composta por deputados e senadores), se indignou com o que considerou “uma palhaçada”. “Não pode alguns parlamentares se posarem como donos da ética, como se os outros não fossem. Ninguém é mais ético do que eu nesta Casa”, bradou, bastante exaltado.
Ele declarou que, se a CPI for criada, ficaria a impressão de que ela só foi possível por causa da mobilização de alguns deputados “oportunistas”. Além de retirar o nome da lista, ele prometeu fazer campanha contra a CPI. “Vou fazer campanha para não ter CPI e meu argumento é forte”, disse, reforçando que vai conversar com outros congressistas da base aliada.
Indagado se não há um briga pelos holofotes, Chico Alencar negou: “Acho errado você dizer que há briga. Há um grupo querendo reforçar a criação da CPI. Foi o Sílvio [Costa] que atrapalhou”. Outro integrante da chamada Terceira Via, Ivan Valente (Psol-SP) também comentou o episódio. “É uma atitude lamentável, mas ela pode ter efeito contrário. Pode despertar na sociedade um desejo maior pela investigação”, afirmou. Luciana Genro (Psol-RS), aos berros, dizia que Sílvio Costa se vendeu.
O Congresso em Foco ouviu de duas fontes que o deputado pernambucano foi orientado pela liderança do governo a retirar o nome da lista de requerimento da CPI, o que ele nega . Na terça-feira, após ser o primeiro a assinar o pedido de criação, Costa foi se explicar ao líder do governo na Câmara, José Múcio (PTB-PE).
Listas
Os deputados Júlio Delgado (PSB-MG) e Augusto Carvalho (PPS-DF), que começaram a colher na terça-feira (22) assinaturas para instalar uma CPI Mista, e que também se encontravam no Salão Verde, ficaram visivelmente chateados com a confusão. Segundo Delgado, “Sílvio Costa encontrou o argumento que precisava para retirar o nome”. Ele também lamentou o episódio, dizendo ser um ato que “depõe contra o Parlamento”.
A lista organizada por eles contava, até as 16h, com a assinatura de 153 deputados e 29 senadores. No Senado, o número mínimo de adesões para a criação da CPI (27) já havia sido superado. Na Câmara, para se chegar ao mínimo faltavam ainda 18 – são necessárias 171. Os parlamentares esperam completar as assinaturas na próxima semana.
Há, no entanto, uma segunda lista de criação de CPI circulando na Câmara. Esta pede a criação de uma comissão parlamentar de inquérito apenas na Câmara e é iniciativa do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). E alguns que assinam uma, se recusam a fazer o mesmo com a outra. Aconteceu com o presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP), que assinou a lista de Sampaio e se recusou a subscrever a organizada por Carvalho e Delgado. (Lucas Ferraz)
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