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Congresso em Foco
10/12/2006 | Atualizado 11/12/2006 às 5:59
Um em cada em cinco senadores trocou de legenda nos últimos quatro anos. Ao todo, 15 dos atuais 81 senadores mudaram de partido desde 2006, num total de 21 vezes. O grupo receberá em breve o reforço da senadora Roseana Sarney (MA), que, recém-saída do PFL, deve desembarcar no PMDB até o início do próximo ano.
No ranking da infidelidade partidária no Senado, destaque para as bancadas do Distrito Federal, de Roraima e Tocantins: dois de seus três representantes já não integram mais os partidos pelos quais foram eleitos. E, ainda, para os senadores Leomar Quintanilha (PCdoB-TO), Almeida Lima (PMDB-SE), Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AP), Juvêncio da Fonseca (PSDB-MS) e Papaléo Paes (PSDB-AP), que estão no terceiro partido em quatro anos (veja a lista na íntegra).
A principal particularidade no troca-troca partidário dos senadores está no sentido das movimentações. Enquanto na Câmara as mudanças favoreceram amplamente o Palácio do Planalto, no Senado elas sopraram a favor da oposição. O que explica, em parte, as crescentes dificuldades do governo Lula em conseguir maioria na Casa neste primeiro mandato.
Engordando a oposição
Desde 2003, cinco senadores trocaram partidos da base governista pela oposição: Cristovam Buarque (PDT-DF), Heloísa Helena (Psol-AL), Alvaro Dias (PSDB-PR), Juvêncio da Fonseca (PSDB-MS) e Papaléo Paes (PSDB-AP). Outros senadores, como Almeida Lima (PMDB-SE) e Geraldo Mesquita Junior (PMDB-AC), que começaram os seus mandatos na base aliada, passaram por partidos da oposição, como o PSDB e o Psol, antes de se filiarem ao PMDB. Os dois, no entanto, fazem parte do grupo peemedebista que faz oposição declarada ao governo.
Por outro lado, apenas três senadores eleitos por partidos oposicionistas estão hoje na base aliada: Leomar Quintanilha (PCdoB-TO), João Ribeiro (PL-TO) e Romero Jucá (PMDB-RR). Eleita pelo então governista PPS, Patrícia Saboya (CE) se filiou ao PSB, no ano passado, para continuar na base aliada. Apesar de também ter trocado o PPS por um partido governista, Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) faz oposição ao governo Lula.
Caciques políticos
Em comparação com a Câmara, o fluxo da movimentação partidária no Senado é discreto. Menos numerosos, os senadores têm no currículo, em geral, um histórico de maior peso político nos estados e dentro de seus próprios partidos do que os deputados, o que restringe as mudanças. "O senador é um chefe político. Isso faz toda diferença", resume o analista político Antônio Augusto de Queiroz, diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).
O analista observa que por se uma eleição proporcional, nem sempre os deputados eleitos são os mais bem votados, ao contrário do que ocorre no Senado, onde a eleição é majoritária. Entre mais de uma dezena de ex-governadores e ex-ministros, as fileiras do Senado terão, em 2007, dois ex-presidentes: o reeleito José Sarney (PMDB-AP) e o recém-eleito Fernando Collor de Mello (PRTB-AL).
Da Arena para o PCdoB
Entre as mudanças partidárias dos senadores, duas pelo menos chegam a ser surpreendentes. Com passagem nos últimos quatro anos pelo PFL e pelo PMDB, Leomar Quintanilha só se descobriu comunista em 2005. Fazendeiro, ele já foi filiado à Arena, ao PDS e ao PP, principais sucessores do partido da ditadura.
O ex-vice-líder do governo Fernando Henrique Cardoso Romero Jucá se converteu, já no primeiro ano de mandato de Lula, num dos maiores defensores das ações do Planalto sob o comando petista. Como prêmio, ganhou uma das vice-lideranças governistas na Casa e a relatoria da Comissão Mista de Orçamento até chegar, este ano, ao cobiçado posto de líder do governo.
Eleito pelo PSB, Mesquita Júnior deixou a base aliada para fazer companhia à senadora Heloísa Helena (AL), expulsa do PT, no novato Psol. A experiência foi brevíssima: acusado por um ex-funcionário de recolher todo mês 40% dos salários dos servidores de seu gabinete de Brasília, acabou deixando a legenda, prometendo não se filiar a nenhum outro neste mandato. Acabou no PMDB, ao qual já havia sido filiado.
Apesar de não ter passado pelo processo de expulsão do PT vivenciado por Heloísa Helena, Cristovam Buarque (PDT-DF) ficou em situação insustentável dentro do partido após ser demitido por telefone do Ministério da Educação pelo presidente Lula. Ainda assim, continuou no partido por quase um ano, fazendo oposição ao governo do PT, até se filiar ao PDT para disputar a eleição presidencial.
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