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Congresso em Foco
31/8/2008 | Atualizado 1/9/2008 às 10:50
Folha de S. Paulo
Com maior aprovação, Lula é o melhor cabo eleitoral em SP
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva atingiu popularidade recorde na cidade de São Paulo, 49%, e se mostra hoje um importante "cabo eleitoral" para sua candidata à prefeitura da cidade, Marta Suplicy (PT).
Entre os eleitores que aprovam seu governo, 52% dizem que pretendem votar na ex-prefeita, mostra pesquisa Datafolha realizada na sexta-feira.
Ontem, Lula participou pela primeira vez de um evento de campanha de Marta, na zona leste, com desfile em carro aberto e discurso em palanque.
"Tem candidato do PSDB, do PFL [rebatizado de Democratas], de todos os partidos adversários usando fotografia minha como se eu os estivesse apoiando. Sou presidente de todos os brasileiros, mas numa campanha política é importante dizer que eu tenho lado, e o meu lado aqui em São Paulo é o da companheira Marta", disse Lula aos presentes.
O governador paulista, José Serra (PSDB), também atingiu a maior popularidade de seu governo na cidade, iniciado em 2007: 39%, dez pontos percentuais abaixo da do presidente. Só um terço dos que aprovam a gestão tucana declaram voto em seu colega de partido na sucessão municipal, o ex-governador Geraldo Alckmin.
Pobres versus elite
No comício de ontem na zona leste, tanto Marta quanto Lula retomaram o discurso que opõe pobres e ricos, explorado pelo presidente em sua campanha eleitoral, há dois anos.
"Em São Paulo, temos projetos bem distintos: de um lado, Marta, Lula e o povo sofrido. De outro, partidos que trabalham para a elite", disse a ex-prefeita, que, durante todo o seu discurso, listou promessas de parceria com o governo federal do petista caso seja eleita.
Lula entrou no clima e relembrou os principais temas de sua campanha. "Lembro de quando fui inaugurar o primeiro CEU [Centro Educacional Unificado] em Guaianases", começou o presidente, citando o período em que Marta Suplicy ainda comandava a cidade.
"Aquela escola era tão extraordinária que falei para a Marta: algumas pessoas vão ficar com preconceito contra você, porque você está fazendo para o pobre escola melhor do algumas pagas que os ricos têm aqui em São Paulo. E não deu outra: o preconceito foi mortal", completou Lula.
PT gasta R$ 75 mil, sem incluir custos da Presidência
O evento que levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao seu primeiro palanque de campanha, um comício em apoio à candidata petista Marta Suplicy, em São Paulo, custou R$ 75 mil aos cofres do PT, excluindo os custos da Presidência, que o partido prometeu devolver ao governo federal e que não foram divulgados.
Sob forte esquema de segurança, Lula, Marta e seu vice, Aldo Rebelo (PC do B), desfilaram em carro aberto por dois quilômetros sob chuva fina.
O mau tempo levou menos pessoas às ruas. A maior parte do público era formada por militantes, que carregavam bandeiras e banners de Marta Suplicy e de candidatos a vereador. O PT estimou em 15 mil o número de participantes. Já o cálculo da Polícia Militar foi de 3.000 a 4.000 pessoas.
De helicóptero, Lula chegou ao meio-dia ao extremo leste. De carro, foi até o prédio em que Marta o esperava, no Jardim Helena. Na carreata estavam os senadores petistas Aloizio Mercadante e Eduardo Suplicy e o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP) e a ex-prefeita Luiza Erundina (PSB).
Serra tem avaliação melhor; só 32% de votos são de Alckmin
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), atingiu seu maior índice de popularidade entre os moradores da capital, com 39% de aprovação, segundo pesquisa Datafolha de sexta-feira. Porém não há transferência de votos ao candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, na mesma proporção que ocorre do presidente Lula para a petista Marta Suplicy.
Enquanto mais da metade dos 49% que aprovam Lula declaram voto em Marta, apenas um terço dos que aprovam Serra dizem pretender votar em Alckmin.
Trata-se de um índice similar ao dos apoiadores da gestão tucana que se declaram eleitores de Marta (28%). O prefeito Gilberto Kassab (DEM), que foi vice de Serra e disputa com Alckmin a preferência do governador, tem apenas 21% de votos entre os que consideram como boa ou ótima a gestão tucana no Estado.
Candidatos mais ricos são do interior
Os 50 candidatos a prefeito mais ricos do Estado de São Paulo somam um fortuna de R$ 701,6 milhões. Pouco mais de um terço desse valor, R$ 225 milhões, foi declarado por um único candidato, o empresário Airton Garcia (DEM), que disputa a Prefeitura de São Carlos.
O levantamento foi realizado pela Folha, com base nas declarações de bens feitas pelos candidatos ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Chama a atenção na lista dos 50 mais ricos o fato de que 37 já ocuparam cargos públicos nas cidades onde tentam se eleger para o cargo majoritário.
"Quem tem o que esconder passa os negócios para o nome de laranjas. Quem não teme, como eu, declara tudo", afirmou Garcia, que foi vice-prefeito em São Carlos de 1997 a 2000. Segundo Garcia, sua fortuna é oriunda da venda de uma jazida de minerais para a empresa Votorantim.
O candidato democrata afirmou que vai fazer toda a campanha com o próprio dinheiro. "Não vou governar para os outros e por isso não vou pegar dinheiro de ninguém para a campanha. A idéia é ser prefeito somente do povo", disse.
A segunda maior fortuna declarada é de Paulo Salim Maluf (PP), que já teve dois mandatos como prefeito de São Paulo, um como governador e foi o deputado federal mais votado em 2006, também por São Paulo. Ao TSE, Maluf declarou R$ 39,1 milhões, valor pouco maior do que os R$ 38 milhões declarados em 2006, quando foi eleito para a Câmara.
"Já declarei patrimônios maiores e todo ele vem da minha ocupação como empresário. Já tive minhas contas auditadas por outras razões e não teria por que não declarar o valor correto", afirmou o ex-governador, por meio de sua assessoria de imprensa. Maluf disse não acreditar que a declaração afugente os eleitores.
Candidato de Aécio dispara em pesquisas e lidera em BH
Apresentado por sua campanha como empresário bem-sucedido e alçado a candidato a prefeito de Belo Horizonte pelo governador Aécio Neves (PSDB), Marcio Lacerda (PSB), 62, tem 40% das intenções de voto, segundo nova pesquisa Ibope, divulgada anteontem pelo "Jornal da Globo". Com esse percentual, Lacerda já venceria no primeiro turno.
O levantamento foi feito a pedido do jornal "O Estado de S. Paulo" e da TV Globo. A pesquisa confirmou a tendência de crescimento já mostrada pela do Datafolha, realizada entre 21 e 22 de agosto. Nela, Lacerda e Jô Moraes (PC do B) estavam tecnicamente empatados com 21% e 17% respectivamente.
Pelos novos números do Ibope, Jô Moraes está com 15%; Leonardo Quintão (PMDB), com 10%; Sérgio Miranda (PDT), com 2%; Vanessa Portugal (PSTU) e Gustavo Valadares (DEM), com 1%. A margem de erro é de três pontos percentuais e a pesquisa foi realizada entre terça a quinta.
Abin investigará se agente grampeou Gilmar Mendes
A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) abriu investigação interna para apurar se houve envolvimento de agentes secretos em escutas clandestinas em telefones do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes.
A abertura de sindicância foi motivada por reportagem publicada pela revista "Veja" desta semana, que reproduz uma conversa telefônica de Mendes com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), no dia 15 de julho. Mendes e o senador confirmaram ontem o diálogo.
A "Veja" diz ter obtido a transcrição da conversa das mãos de um agente da Abin -que, por lei, não pode realizar interceptações telefônicas. E atribui o grampo a agentes secretos em associação a investigadores da Polícia Federal.
A PF nega ter feito escuta sem autorização judicial, mas disse que poderá abrir inquérito caso seja comprovado que a conversa reproduzida pela revista é fruto de grampo ilegal.
Ontem, Mendes afirmou que pedirá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a investigação da denúncia de grampo. Segundo a Agência Brasil, Mendes e Lula conversaram por telefone e acertaram um encontro para os próximos dias.
O presidente do STF anunciou que os ministros da Corte terão uma reunião de emergência amanhã para decidir outras providências a serem tomadas pelo tribunal. "Não se trata apenas de uma ação pessoal, mas contra o presidente de um dos Poderes da República. O STF vai reagir. Parece ser a instauração de um estado policialesco no Brasil", disse Mendes.
Plano de Defesa de Lula não eliminará problemas do setor
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá anunciar nesta semana o Plano Estratégico de Defesa Nacional para os próximos 30 anos. Mas há dois problemas, práticos e conceituais.
Primeiro, o plano será uma carta de intenções dependente do cumprimento da promessa de mais dinheiro para o setor. Segundo, a compra de material bélico vem sendo alinhavada sem coordenação e com diversos pontos de interrogação.
Hoje o plano é um documento de pouco mais de cem páginas, resultado de um ano de visitas a potências militares e intermináveis reuniões entre os ministros Nelson Jobim (Defesa), Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos) e o Alto Comando das Forças Armadas.
Por ora, o texto planeja o reaparelhamento das Forças, a organização da indústria bélica nacional, o reforço do patrulhamento da fronteira e alterações no serviço militar obrigatório. Mas sua redação não é final.
Exemplo: Mangabeira defende um serviço civil obrigatório a ser exigido de todos os reservistas. Eles fariam serviços comunitários e passariam por um tratamento militar rudimentar, para servirem como força de reserva. O próprio ministro tem poucas esperanças de emplacar a idéia: "É audacioso, eu sei. Mas a transformação de um país exige sacrifício". Conforme relataram sob sigilo dois oficiais superiores que participaram das discussões, o plano pode virar, nas palavras deles mesmos, um amontoado de idéias ora "amalucadas", ora "realistas", ora "inexeqüíveis".
O Estado de S. Paulo
Saúde é maior preocupação para 3 em cada 4 paulistanos
A saúde é a questão que mais preocupa o cidadão de São Paulo. Para 74% dos eleitores paulistanos é o tema que mais deve merecer atenção do futuro prefeito, informa pesquisa Ibope contratada pelo Estado e pela TV Globo. Esta preocupação majoritária é que tem influenciado os candidatos a dedicar grande espaço de seus programas na propaganda gratuita no rádio e na televisão ao setor. As demandas dos paulistanos estão concentradas em três áreas: além da saúde, a educação foi citada por 53% dos eleitores e a segurança, por 41%.
Outras questões que têm potencial relevância não estão, no momento, entre as grandes preocupações do cidadão paulistano. O desemprego, que sempre comanda as demandas em vésperas de eleição, foi mencionado por 31% dos entrevistados. O trânsito caótico de São Paulo apareceu como problema para apenas 23% dos cidadãos, enquanto o transporte coletivo foi citado por 25%. A pesquisa pediu aos entrevistados que citassem as três áreas que mais os preocupavam no momento.
Outros assuntos que costumam merecer importância na avaliação da população foram pouco citados. Habitação, por exemplo, surge como problema para apenas 9% dos paulistanos; calçamento de ruas e avenidas foi mencionado por 5%; o problema do menor abandonado mobiliza só 8% dos cidadãos; a limpeza pública está preocupando apenas 4% e o meio ambiente, que costuma atrair o interesse de parcelas significativas da população, foi mencionado por 6%.
Pesquisa confirma força do apoio de Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é a liderança que mais influencia o voto dos cidadãos paulistanos, segundo a pesquisa Ibope contratada pelo Estado e pela TV Globo. O apoio de Lula levaria 31% dos eleitores de São Paulo a votar num candidato, contra apenas 23% que votariam num nome indicado pelo governador José Serra (PSDB). Lula e Serra, no entanto, podem contribuir mais para um candidato perder do que conquistar votos : 44% não votariam de jeito nenhum na indicação de Lula e 43% não acatariam o apoio de Serra.
A mesma pesquisa mediu a avaliação das gestões de Lula e Serra em São Paulo. O resultado melhor é do presidente, que tem 51% de avaliação positiva (18% de ótimo e 33% de bom), contra 22% de avaliação negativa (8% de ruim e 14% de péssimo); o governador tem 41% de avaliação positiva (6% de ótimo e 35% de bom), contra 20% de avaliação negativa (7% de ruim e 13% de péssimo).
Nas outras capitais pesquisadas pelo Ibope a ação política de Lula é capaz de influenciar o voto mais favoravelmente. No Rio de Janeiro, 30% votariam num candidato apoiado por ele, mas 28% não dariam o voto se o apoio do presidente fosse declarado. Na capital fluminense, o governador Sérgio Cabral (PMDB) não é bom cabo eleitoral - 21% votariam com certeza num candidato indicado por ele, mas, 35% não votariam de jeito nenhum.
Ao lado de Marta, Lula critica uso de sua imagem por adversários
Em sua estréia oficial na corrida eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou ontem um recado aos partidos que disputam a prefeitura paulistana com a Marta Suplicy (PT). Com a mira centrada em rivais como o prefeito e candidato à reeleição, Gilberto Kassab (DEM), Lula aproveitou o primeiro comício do PT na cidade para criticar o uso de sua imagem por adversários e dizer que “tem lado” na disputa.
“Tenho andado pelo Brasil e digo sempre. Tem candidatos do PSDB, do PFL (hoje DEM), tem candidato de todos os partidos adversários utilizando fotografia minha como se eu os estivesse apoiando”, disse Lula. “Como presidente da República, sou presidente de todos os brasileiros. Mas, numa campanha política, é importante dizer que eu tenho lado. E o meu lado aqui em São Paulo é o da companheira Marta Suplicy.”
Lula se disse convicto de que Marta estará “mais afinada” com projetos federais. “O presidente da República trabalha não excluindo qualquer que seja o prefeito, de qualquer partido político. Mas, se a gente tem uma companheira de 30 anos, que foi companheira nos bons momentos e nos maus momentos, que foi sempre companheira, fica mais fácil a gente trabalhar”, completou o presidente.
Kassab festeja ascensão, Alckmin fala em reagir
Enquanto o prefeito e candidato à reeleição Gilberto Kassab (DEM) comemorava ontem o resultado da pesquisa Ibope contratada pelo Estado e pela TV Globo - que aponta sua ascensão na preferência do eleitorado, o tucano Geraldo Alckmin comentou que sua queda está “dentro da margem de erro” e que vai virar o jogo com a ajuda da militância. Na pesquisa divulgada ontem - que a petista Marta Suplicy lidera, com 39% das intenções de voto -, Kassab subiu 4 pontos (de 8% para 12%) e Alckmin caiu 4 (de 26% para 22%). A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos.
Tão importante quanto os novos números, para Kassab, foi o crescimento de 9% na avaliação positiva de sua administração. “É um dia feliz porque mostra que a nossa gestão está sendo muito bem avaliada por 41% da população”, comentou. Após inaugurar dois comitês e visitar uma feira no Center Norte, Kassab afirmou: “Vamos continuar nossas realizações, comparando-as com as da gestão anterior”. E fez uma previsão otimista: “Se quase a metade da população aprova a nossa administração, está claro que vamos continuar subindo.”
AMEAÇA
Empenhado em dar novo ritmo à sua campanha, Alckmin reagiu à queda na pesquisa com uma grande manifestação de apoio de militantes e aliados, em visita que fez de manhã a Guaianases, na zona leste.
A iniciativa foi uma forma de estimular a militância tucana e reagir à ascensão de Kassab. Por coincidência, o ex-governador fez campanha na mesma região onde estavam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a candidata Marta Suplicy, concentrados na Vila Mara, em São Miguel Paulista - a poucos quilômetros de Guaianases.
No Rio, as visões e as idéias são semelhantes
Uma cidade com corredores de ônibus articulados que ligam a periferia ao centro, onde as ruas são cortadas pelos trilhos de modernos bondes. Em alternativa às favelas, 100 mil casas populares. As crianças que vão mal na escola recebem aulas de reforço, mas não mudam de série se falharem. Quando ficam doentes, as mães marcam consultas em até oito dias em postos de saúde perto de casa, que funcionam até tarde. Nos fins de semana, as famílias podem passear na área do porto revitalizada pelo lazer e pela gastronomia. A segurança da região é feita com o apoio da Guarda Municipal, mesmo quando a noite cai.
Essa é a visão do Rio traçada em linhas gerais pelos sete candidatos à prefeitura que passaram pelas sabatinas promovidas pelo Grupo Estado na capital fluminense, na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), entre os dias 21 e 29. Apesar das divergências ideológicas e políticas, e da impossibilidade de se revezarem no posto, todos apresentaram soluções muito parecidas. Movidos por pesquisas qualitativas, parecem concordar em relação às prioridades. Eles enumeraram alternativas para problemas bem conhecidos, mas não explicaram por que o aparente consenso não resultou na concretização das soluções até agora.
Aliado dispara, mas PT racha em BH
O PT briga contra o PT em Belo Horizonte. Em representação enviada à Executiva Nacional, petistas do grupo do ministro de Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, pedem intervenção da cúpula no diretório da capital mineira, alegando que o PSDB do governador de Minas, Aécio Neves, comanda a campanha de Márcio Lacerda, candidato do PSB à prefeitura com apoio do PT. Não é só: os militantes ligados a Patrus querem a punição do prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), e do deputado estadual Roberto Carvalho (PT), candidato a vice na chapa.
A briga esquenta justamente quando a última pesquisa Ibope encomendada pelo Estado e pela TV Globo, divulgada ontem, aponta que Lacerda saltou de um empate técnico em segundo lugar para a liderança folgada da corrida, com cenário de vitória em primeiro turno. A intenção de votos saltou de 9% para 40% em duas semanas, enquanto todos os adversários somam 29 pontos. O candidato apoiado por Aécio e Pimentel lidera entre homens e mulheres e também em todas as faixas sociais e de renda - além disso, tem rejeição de apenas 4%.
Linha direta entre Lula e FHC evitou pedido de impeachment
Durante todo o primeiro mandato e parte do segundo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve uma linha direta de consultas com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mantida por meio de conversas secretas dos então ministros Antonio Palocci, da Fazenda, e Márcio Thomaz Bastos, da Justiça. A linha direta funcionou com mais vigor no auge do escândalo do mensalão, quando os ministros pediram a Fernando Henrique para agir e evitar que a oposição descambasse para pedir o impeachment de Lula. Ele atendeu e se posicionou publicamente contra o impeachment.
Os encontros foram confirmados ao Estado pelo ex-presidente, Palocci e Bastos. Palocci confirmou que esteve pessoalmente com Fernando Henrique “pelo menos cinco vezes”; Bastos disse ter conversado com ele pessoalmente apenas uma vez, em junho de 2005, momento em que crescia a onda do impeachment. Mas os contatos por telefone foram bem mais freqüentes, confirmam os três. Palocci e Bastos asseguram que Lula sempre soube das conversas antes de elas ocorrerem e foi informado do seu resultado depois.
Mais de uma vez, no entanto, em momentos de difícil enfrentamento com a oposição, Lula sugeriu a Palocci: “Vai conversar com Fernando Henrique.” E pelo menos uma vez, em dezembro de 2007, o presidente determinou expressamente que Palocci - então já fora do governo - procurasse o tucano para negociar o projeto de reforma política que pretendia enviar ao Congresso no começo de 2008. Palocci marcou a conversa, mas antes que ela acontecesse Lula desistiu de promover a reforma política.
Ao Estado, Fernando Henrique elogiou Palocci e Bastos, confirmou as conversas e disse que elas foram possíveis porque os dois ex-ministros de Lula têm “noção institucional”. Estendeu o elogio ao chefe de gabinete Gilberto Carvalho: “Esse também tem noção institucional.” Lamentou que a linha de consulta tenha sido interrompida em 2008. No começo, não foi difícil a Palocci procurar o ex-presidente: além de manter excelentes relações com a oposição desde quando era ministro, ele tem a simpatia de Fernando Henrique desde que, prefeito de Ribeirão Preto, inaugurou uma estátua dele na cidade. “Não foi fácil para ele”, reconhece o ex-presidente. Do gesto, brotou afeto.
Presidente endureceu o discurso
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso lamentou apenas que a sucessão de conversas com os principais ministros do primeiro mandato não tivessem redundado na criação de uma linha de interlocução direta com Lula, como seria tradicional em países evoluídos. Ele questionou o apelo genérico de Lula - “Precisamos conversar” -, quando o abraçou no velório de Ruth Cardoso, há dois meses. “Se ele quiser conversar, é só pegar o telefone e ligar”, rebateu agora o ex-presidente. “Eu atenderei, não só por educação, mas porque fomos aliados muitas vezes e, principalmente, porque o interesse nacional muitas vezes requer convergência.”
Mas a linha direta sustentada pelos então ministros Márcio Thomaz Bastos e Antonio Palocci, apesar de duradoura, acabou sem produzir uma interlocução direta entre o atual presidente e seu antecessor. Fernando Henrique confessa que começou a perder o ânimo quando, nos dias posteriores à conversa dramática com Palocci, Lula começou a usar uma retórica mais dura com a oposição e com ele próprio, o que lhe pareceu estranho para quem, dias antes, tinha lhe proposto um encontro apaziguador.
Um antigo assessor lulista explicou que o objetivo do presidente era criar um cenário de distanciamento crítico da oposição e de Fernando Henrique, para o caso de serem reveladas as missões secretas despachadas para Higienópolis. Já outro assessor deu uma versão diferente: que Lula teria achado que Fernando Henrique, embora tivesse prometido, não se mexera para ajudá-lo, como acenara aos mensageiros - muito embora na época o ex-presidente tenha feito declarações públicas contra o radicalismo da oposição, na contramão do furor oposicionista daqueles dias.
Gilmar Mendes é espionado, cobra explicação de Lula e convoca o STF
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, vai reunir a Corte para decidir que medidas serão tomadas após a confirmação de que ele e outros políticos foram alvos de grampos ilegais. Ele também quer explicações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a respeito das gravações. Reportagem publicada neste fim de semana pela revista Veja mostra que os serviços de espionagem federais instalaram grampos telefônicos ilegais nos aparelhos de Mendes, como já se suspeitava. A Veja atribuiu a ação à Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Depois de uma conversa com o vice-presidente do Supremo, Cesar Peluso, Mendes decidiu convocar todos os 10 ministros para discutir o assunto amanhã às 16 horas. Segundo ele, todos estão “perplexos e chocados” com a revelação dos grampos. Por causa da crise, ele cancelou uma viagem que faria à Coréia, onde participaria de um congresso - o vôo estava marcado para amanhã à noite.
O presidente do Supremo considerou “um crime extremamente grave” a interceptação telefônica clandestina e disse que é o caso de cobrar explicações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Nesse caso, o próprio presidente da República é chamado às falas, ele precisa tomar providências.” Para ele, há descontrole no aparato estatal.
Mendes ressalvou estar convencido de que o presidente não autorizou os grampos. “Não se trata de uma ação pessoal contra Gilmar Mendes, mas contra um dos poderes da República”, observou. De acordo com informações passadas por um agente da Abin à revista, também foram grampeados o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), e os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE), Álvaro Dias (PSDB-PR), Demóstenes Torres (DEM-GO) e Tião Viana (PT-AC). Outras vítimas dos grampos foram os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, e das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, além de Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do presidente Lula.
'Para OAB, ato 'é simplesmente intolerável'
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, disse que a espionagem nos telefones do presidente do STF, Gilmar Mendes, e de vários políticos brasileiros “é simplesmente intolerável”. “Espionar a mais alta autoridade do Poder Judiciário é um escândalo que dispensa adjetivos. Ultrapassa as piores expectativas”. Britto disse que a OAB vem denunciando o “estado de bisbilhotice” que se implantou no País, e que fez isso até na cerimônia de posse do atual presidente do Supremo. Segundo Britto, hoje os grampos atingem praticamente todo o espectro político. “Vai da base parlamentar governista à oposição. Espiona ministros, assessores do presidente da República, o presidente do Senado e chega ao extremo de se envolver na sucessão à Presidência daquela casa legislativa”.
Justiça e Abin prometem investigar o episódio
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) anunciou ontem, por meio de nota oficial, que abrirá uma sindicância interna para apurar “o possível envolvimento de servidores da Agência nos fatos noticiados” pela revista Veja neste fim de semana. Em outra nota, no início da noite, também o Ministério da Justiça informou que tomará providências para apurar a denúncia. Segundo o ministro Tarso Genro, o informante de Veja “deve ter um tipo de interesse em mascarar problemas que esteja enfrentando com a lei”.
No texto, o ministro nega qualquer ligação com outro episódio - a espionagem de que estaria sendo vítima seu adversário político dentro do PT, José Dirceu. “Um princípio elementar de ética impediria tomar tal atitude”, defende-se Tarso. “A Polícia Federal não tem quadros disponíveis para serem manipulados visando ações criminosas”. A Polícia Federal avisou que também vai analisar o caso.
Veja denunciou a existência de escutas ilegais feitas por integrantes da agência nos telefones do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e divulgou trechos de um dos grampos. A Abin divulgou ainda que pedirá ao ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Jorge Felix, que acione a Procuradoria-Geral da República e o Ministério da Justiça, “com vistas à adoção das medidas investigatórias cabíveis para o esclarecimento dos fatos em toda sua extensão”.
Senado quer ação contra grampo
O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), vai procurar o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, nesta segunda-feira, para articular uma reação conjunta do Judiciário e do Legislativo à ação de espiões do governo que, segundo reportagem da revista Veja, grampearam telefones dos dois chefes de Poder e de senadores de vários partidos, inclusive do PT.
“O presidente Lula terá que tomar providências. Ele tem um papel decisivo no sentido de afastar qualquer possibilidade de que o seu núcleo de poder esteja patrocinando e incentivando isso”, disse o presidente do Senado.
No caso do grampo aos presidentes do Congresso e do STF, Garibaldi diz que está em jogo mais do que a privacidade de um senador e de um ministro do STF. “Devemos adotar providências conjuntas para defender as prerrogativas dos nossos cargos, como chefes de dois Poderes”, insistiu. A seu ver, “reações indignadas são legítimas”, mas é preciso ir além e estudar providências legais para impedir que isso tenha continuidade, “além de apurar e punir o crime que já foi praticado.”
Mangabeira quer treino militar para mulheres e 'serviço social obrigatório'
Um dos idealizadores do Plano Estratégico de Defesa, que será anunciado ao País no 7 de Setembro, o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, defendeu em entrevista ao Estado “uma verdadeira evolução do serviço militar” com a criação do “serviço social obrigatório”, inclusive para mulheres. Mais que isso: as mulheres também devem ser submetidas a um “treinamento militar rudimentar”.
As propostas, que o ministro considera “radicais” e “inovadoras”, são para engajar a sociedade na discussão sobre o modelo de Forças Armadas e de defesa para o País. Mangabeira trabalhou com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, na elaboração do plano estratégico e discutirá o detalhamento e a escolha das propostas amanhã, em reunião no Palácio do Planalto, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A idéia do serviço social obrigatório para mulheres, com treinamento militar básico, é uma proposta sua e tem a intenção de fazer com que o Brasil se aparelhe com uma “força de reserva mobilizável em caso de necessidade”. O ministro avalia que o serviço militar hoje “não é verdadeiramente obrigatório” e, por isso, todos deveriam se submeter ao serviço social e trabalhar em regiões diferentes de onde moram, “para que possam conhecer outras realidades do País”.
Ministro defende 2,5% do Orçamento para as Forças
O Plano Estratégico de Defesa tem três grandes eixos. Um primeiro conjunto de propostas trata da “reconfiguração, reorientação e reposicionamento” das Forças Armadas. O segundo, da reconstrução nacional da indústria de defesa, tanto em seu componente privado, quanto no estatal. O terceiro eixo cuida da “recomposição” das três Forças a partir da idéia de tornar o serviço militar realmente obrigatório e criando o serviço social obrigatório.
Segundo o ministro Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos), as Forças Armadas vão ser equipadas e usadas dentro de três princípios: “Monitoramento, mobilidade e presença”, começando sempre por questões estratégicas. Além das diretrizes estratégicas, o plano a apresentar ao presidente Lula, amanhã, terá também anexos sigilosos, onde estarão explicitadas possibilidades de emprego das Forças, inclusive na hipótese de guerra.
Mangabeira e o colega da Defesa, Nelson Jobim, defendem o aumento do volume de recursos que o governo investe nas Forças Armadas, que hoje é de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB). A idéia é passar para 2,5%, até o final do governo Lula, com orçamento efetivamente executado em defesa.
O Globo
Vereadores do Rio vivem de favores da prefeitura
Mais do que fazer leis ou fiscalizar o Executivo municipal, os vereadores do Rio de Janeiro vivem de fazer indicações – nome oficial para pedidos feitos pela população e por associações de bairro aos parlamentares, que os repassam ao órgão público competente. (...)
Ibope: Crivella e Paes têm empate técnico
Pesquisa do Ibope divulgada pela TV Globo e “O Estado de S.Paulo” mostra empate técnico no Rio entre os candidatos Marcelo Crivella (PRB) e Eduardo Paes (PMDB). Crivella caiu de 28% para 24%. Paes subiu de 12% para 19%. Jandira Feghali (PCdoB) foi de 11% para 10%.
Portabilidade: troca em 21% de pós-pagos
Com a portabilidade, que começa amanhã, pesquisa estima que 21% dos donos de pós-pago levem o número para outra operadora. No Rio, isso valerá em fevereiro. Mas, se não trocar de telefônica, o carioca já pode manter o número fixo quando se mudar.
Correio Braziliense
Seqüestro relâmpago bate à porta
Criminosos capturam um morador do DF a cada 15 horas. Em 2008, média mensal desse tipo de crime já cresceu 26% com relação ao ano passado. Vítimas contam ao Correio a experiência aterrorizante por que passaram ao serem privadas da liberdade, roubadas e agredidas.
Juros baixos para ajudar investimentos
Depois de anunciar R$ 2,3 trilhões em investimentos públicos até 2011, presidente Lula passa a atuar no outro flanco da política econômica: a taxa de juros. Ele trabalha nos bastidores para conseguir a adesão do Banco Central ao plano de crescimento econômico acelerado pela ação governamental.
Inflação de servidores
Gasto do governo federal com funcionalismo segue curva ascendente e deve atingir R$ 200 bilhões em 2011.
Emprego com preconceito
Idade, beleza e nome limpo são pré-requisitos ilegais utilizados por empresas para preencher vagas.
Temas
REAÇÃO AO TARIFAÇO
Leia a íntegra do artigo de Lula no New York Times em resposta a Trump
MANOBRA NA CÂMARA
Eduardo Bolsonaro é indicado a líder da Minoria para evitar cassação
VIOLÊNCIA DE GÊNERO
Filha de Edson Fachin é alvo de hostilidade na UFPR, onde é diretora