O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), disse que a denúncia oferecida ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando Souza, contra 40 pessoas envolvidas no mensalão não pode ser interpretada como "a condenação dos acusados". Segundo Mercadante, as investigações na Justiça serão menos politizadas.
"Espero que o STF aprofunde as investigações, apure as responsabilidades e permita a defesa que o ambiente político do Congresso nem sempre permite", disse Mercadante. "A denúncia não significa pré-condenação. Quem vai condenar é a Justiça. Vamos aguardar o processo de investigação", complementou.
Para a oposição, a conclusão do Ministério Público Federal de que há elementos para abertura de processo contra acusados nas denúncias do mensalão atesta o envolvimento do governo e do PT nos crimes praticados.
"Foi um esquema organizado a partir do coração do Palácio do Planalto. Se existia alguma dúvida do envolvimento do governo do presidente Lula (nas denúncias) agora ficou comprovado", disse o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE).
Jereissati ressaltou que o PSDB não pedirá o impeachment do presidente Lula em razão da denúncia da Procuradoria.
"Do ponto de vista prático, o governo caiu e está indiciado no maior sistema de corrupção do país. Não vamos pedir o impeachment. Esperamos que o povo na eleição resolva isso", afirmou.
O líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN), disse que a denúncia é grave e pode gerar o impedimento do presidente Lula. "É um fato que pode gerar comoção social, mas temos que esperar", disse. Segundo Agripino, a iniciativa do impeachment não partirá do PFL.