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Congresso em Foco
1/12/2024 | Atualizado às 16:52
A IFI projeta um déficit primário de R$ 102,9 bilhões para 2025, equivalente a 0,8% do PIB, e um déficit de R$ 107,8 bilhões para 2026, também 0,8% do PIB. Mesmo após as propostas de mudança, o cenário fiscal não indicaria superávits primários nos próximos anos, segundo a instituição.
A análise ressalta que o governo ainda enfrenta um "desequilíbrio estrutural" nas contas públicas e na dívida pública, uma situação que se agravou após as revisões das previsões fiscais para os próximos dois anos.
"Convivemos com um desequilíbrio fiscal persistente e estrutural na economia brasileira, que gera consequências indesejáveis em relação à inflação, taxas de juros, câmbio e a percepção de sustentabilidade das contas públicas a longo prazo. Essa deterioração vem sendo observada desde o primeiro semestre, quando as metas fiscais de 2025 e 2026 foram alteradas", enfatiza a IFI.
O pacote de cortes de gastos está previsto para ser votado pelas duas Casas do Congresso Nacional até o final do ano, conforme informado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. As medidas estão organizadas em uma proposta de emenda à Constituição (PEC) e em um projeto de lei complementar (PLP).
Salário mínimo
A proposta de mudança na correção do salário mínimo é considerada a medida mais impactante entre as que serão ajustadas. A IFI entende que essa iniciativa não deve provocar mudanças significativas no médio prazo, dado o cenário de crescimento econômico mais tímido.
O governo sugeriu limitar o aumento real do salário mínimo nos próximos anos. Hoje, o reajuste é composto pela inflação do ano anterior e pelo crescimento real do PIB dos dois anos anteriores. Com a nova proposta, o aumento real atrelado ao PIB seria restringido a 2,5% ao ano, independentemente de um crescimento econômico maior. Esse limite é o mesmo que foi estabelecido como teto para o crescimento dos gastos do governo, de acordo com a regra fiscal aprovada em 2023.
A restrição ao aumento do salário mínimo também afetará o valor das aposentadorias, que são calculadas com base nele, como observa a IFI.
"Considerando o cenário demográfico e que, nos últimos anos, o crescimento médio dos benefícios previdenciários foi de 2%, a despesa com aposentadorias deverá continuar aumentando além de 2,5%, que é o limite definido na LC nº 200. Portanto, o impacto fiscal nos anos seguintes se dará pela incidência do reajuste, não pelo teto do aumento", indica o relatório.
Abono salarial
Outras propostas também terão efeitos limitados, como no caso do abono salarial. O governo pretende restringir o número de elegíveis, limitando o benefício a trabalhadores com renda de até R$ 2.640 por mês, em comparação aos atuais R$ 2.824. Esse valor será ajustado anualmente pela inflação até alcançar 1,5 salário mínimo, ponto em que o benefício se estabilizará, o que deve ocorrer em 2035.
"É uma medida estrutural sobre uma despesa primária significativa, que busca alterar o limite de pagamento do abono de dois salários mínimos para 1,5 salário mínimo, mas com uma transição bastante longa de dez anos, o que reduz seu efeito imediato", afirmam os economistas da IFI.
Bolsa Família, BPC e militares
Quanto ao controle do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC), a IFI destaca a dificuldade em quantificar os efeitos reais dessas alterações, especialmente em função da possível judicialização do acesso ao BPC.
Além disso, a IFI acredita que as mudanças nas aposentadorias dos militares, que incluem a definição de uma idade mínima e novas regras para pensões, terão um impacto fiscal "modesto", com uma economia estimada de apenas R$ 1 bilhão por ano.
Uma análise mais abrangente das medidas será apresentada no Relatório de Acompanhamento Fiscal de dezembro, quando as previsões econômicas e fiscais para curto e médio prazo serão atualizadas, possibilitando uma avaliação mais detalhada dos efeitos dessas ações no gerenciamento da trajetória fiscal da União. (Com informações da Agência Senado)LEIA MAIS
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