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Sustentabilidade

Celebrando o alimento como solução climática e a biodiversidade da Amazônia

Iniciativa "Na Mesa da COP30" propõe levar à conferência alimentos da Amazônia e valorizar cadeias agroecológicas da região.

Fabrício Muriana

Fabrício Muriana

16/10/2025 11:00

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O dia 16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação, é um convite global à reflexão sobre a importância de sistemas alimentares sustentáveis, capazes de nutrir as populações e, simultaneamente, proteger o planeta. Neste contexto, o Brasil, especialmente com a iminente realização da COP 30 em Belém do Pará, em 2025, tem a oportunidade de colocar a comida no centro da discussão climática, transformando-a de vetor de problemas em solução climática.

A urgência dessa transformação é sublinhada por dados alarmantes. O sistema agroalimentar global é responsável por cerca de um terço das emissões mundiais de gases de efeito estufa (GEE). No Brasil, o quadro é ainda mais crítico: estudos apontam que cerca de 74% das emissões de GEE estão relacionadas à produção alimentar, especialmente devido à agropecuária e ao desmatamento associado à expansão da fronteira agrícola. Nesse contexto, o sistema alimentar deixa de ser um detalhe e se torna um elemento central para a mitigação da crise climática global.

Essa transformação tem sido impulsionada por organizações como o Instituto Regenera e o Instituto Comida do Amanhã, que trabalham ativamente pela promoção de sistemas alimentares mais justos e regenerativos. Eles defendem o potencial dos alimentos produzidos em cadeias de baixo carbono, da sociobiodiversidade e da agricultura familiar como ferramentas poderosas para a mitigação dos impactos climáticos. Essa visão se materializa na iniciativa "Na Mesa da COP 30". Movimento que busca garantir que o cardápio da Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas, que reunirá milhares de líderes e negociadores em Belém, seja um reflexo dos valores de sustentabilidade, biodiversidade e justiça social.

Alimentação sustentável ganha protagonismo rumo à COP 30.

Alimentação sustentável ganha protagonismo rumo à COP 30.Freepik

O objetivo é claro: substituir o modelo de fast food e produtos industrializados, historicamente servidos em COPs, por alimentos agroecológicos e biodiversos da Amazônia e do Pará. Essa não é apenas uma decisão logística, mas um posicionamento político que oferece ao mundo um exemplo diplomático de que é possível alimentar um grande público de forma saudável e alinhada à preservação ambiental. É a chance de o Brasil evidenciar que existe um caminho para a produção alimentar que sequestra carbono e valoriza a floresta.

Ao sediar a COP 30 na capital paraense, a iniciativa ganha a força inigualável da biodiversidade amazônica. O Pará, com sua riqueza de ecossistemas e a força da sua agricultura familiar, possui uma variedade de alimentos que são, por natureza, aliados do clima e da conservação da floresta.

Levar esses alimentos para as mesas da COP 30 significa dar protagonismo a produtores locais e valorizar as cadeias produtivas que mantêm a floresta em pé. O menu da conferência deve ser um festival de sabores únicos e nutritivos, com foco em ingredientes como: açaí: um superalimento cuja produção sustentável é vital para a economia de comunidades extrativistas; tucupi e jambú: ingredientes essenciais da culinária paraense, símbolos do conhecimento tradicional; castanha-do-pará (Castanha-do-Brasil): produto ícone da sociobiodiversidade, cuja colheita incentiva a manutenção da floresta; cupuaçu, taperebá (cajá), bacuri e pupunha, cultivados em sistemas agroecológicos que promovem a resiliência climática.

A luta pela alimentação agroecológica na COP 30 é mais do que um cardápio; é a chance de criar um legado duradouro. A expectativa é que, ao injetar pelo menos R$ 3,3 milhões na agricultura familiar e em cooperativas da região por meio da compra de insumos, o evento fortaleça mercados e políticas públicas que perdurem para além da conferência.

No Dia Mundial da Alimentação, a mensagem do Instituto Regenera, do Instituto Comida do Amanhã e da iniciativa Na Mesa da COP 30 é: a comida que escolhemos é um ato político e climático. Honrar a biodiversidade do Pará e da Amazônia é o caminho para uma alimentação que não apenas sustenta vidas, mas que também regenera o planeta, demonstrando que a solução climática passa, inegavelmente, pelo nosso prato.


O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].

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