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Finanças públicas

Para onde vai o imposto que você paga?

Municípios ficam com apenas 15% do que a população paga em tributos - e seguem arcando com a maior parte dos serviços.

Luís Eduardo Falcão

Luís Eduardo Falcão

24/10/2025 15:00

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A arrecadação de impostos no Brasil bateu recorde no ano passado e atingiu 32,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Na divisão do bolo tributário, mais de 80% de tudo o que se arrecada no Brasil fica com os governos federal e estaduais, sendo a grande maioria com a União. Cabendo aos municípios, a menor parte, algo em torno de 15%. Em outras palavras, a cada R$ 100 que você paga de impostos, apenas R$ 15 retornam para a sua cidade.

Nós brasileiros pagamos, na forma de tributos, taxas e contribuições, nada menos que cerca de R$ 2,7 trilhões em 2024, um aumento de 14,4% em relação a 2023 - um número difícil até de dimensionar. Em Minas Gerais, especificamente, apenas no primeiro semestre de 2025, os mineiros já pagaram R$ 146 bilhões em impostos. Um valor enorme!

A conta é salgada - e o dinheiro que sai é do meu, do seu, do nosso bolso. Às vezes diretamente, como no desconto do Imposto de Renda no contracheque; às vezes embutido, no preço de cada produto e serviço. A reforma tributária, cuja implantação começará a ser testada no próximo ano, promete dar mais transparência a essa conta, embora não corrija distorções que ainda prevalecem na divisão do bolo tributário.

Você já se perguntou quanto do que você paga em tributos volta para a cidade onde mora?

Vale lembrar que são justamente nas cidades que a vida acontece, é onde se geram empregos e se criam as condições para a riqueza do país, mas que raramente são ouvidas na formulação de políticas nacionais e estaduais.

Prefeituras enfrentam crise fiscal enquanto União e estados concentram mais de 80% da arrecadação nacional.

Prefeituras enfrentam crise fiscal enquanto União e estados concentram mais de 80% da arrecadação nacional.Freepik

Diante desse quadro, municípios de três regiões estratégicas de Minas Gerais - Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste - deflagraram, no último 10 de outubro, em encontro regional realizado em Patos de Minas, um movimento para dar voz aos mineiros que vivem nas cidades.

Foi o primeiro encontro desse tipo no estado e contou com o apoio da Associação Mineira de Municípios (AMM), que tem atuado para mitigar os efeitos da crise fiscal enfrentada pela grande maioria das prefeituras brasileiras, em diálogo constante com os governos federal, estadual e com o Congresso Nacional.

Responsáveis por quase metade do PIB Agropecuário mineiro - hoje maior, inclusive, do que o da mineração -, lideranças políticas e empresariais de mais de 80 cidades dessas três regiões uniram forças, apresentaram suas demandas e reafirmaram a disposição de fazer valer sua influência política e econômica. Estamos falando do celeiro de Minas e do Brasil. E, por isso, não aceitam mais permanecer como coadjuvantes nos debates sobre os rumos do país e do nosso estado.

Aqueles que buscarem o voto dos mineiros em 2026 terão de assumir compromisso com as prioridades das cidades, especialmente as do interior, que muitas vezes ficam distantes das decisões e dos benefícios. É imperativo construir um novo pacto federativo, em que a voz das cidades seja realmente escutada.

Somos nós que colocamos comida na mesa dos brasileiros, oferecemos a infraestrutura necessária para o trabalho, acesso a atendimentos de saúde e onde preparamos as gerações futuras para os desafios. Pela proximidade com a população, as administrações municipais identificam com mais rapidez e precisão as prioridades de cada bairro, escola e unidade de saúde. Mas nem sempre temos orçamento para cumprir as obrigações constitucionais e outras novas, que não param de chegar.

A maioria, com aval do Congresso Nacional, onde tramitam hoje mais de 200 pisos salariais para diferentes categorias. Justos, mas que, infelizmente, não cabem na pequena parcela que recebemos de volta dos impostos que nós próprios pagamos.

Essa conta não fecha e precisa ser revista. Estamos dispostos a usar nosso protagonismo econômico para sermos protagonistas políticos também. Um Brasil mais justo e próspero começa com cidades fortes e respeitadas.


O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].

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