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Para Reinaldo Azevedo, usar pistola contra canivete é "legítima defesa"

Celso Lungaretti

Celso Lungaretti

2/2/2014 | Atualizado 3/2/2014 às 9:51

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"Tenta-se linchar um policial que cometeu a ousadia da legítima defesa", grasnou na Folha de S. Paulo (acesse aqui) o Reinaldo Azevedo, corvo menor de uma época menor. Por mais que arrepie as penas, bata as asas e faça escândalo no milharal, nunca chegará a Carlos Lacerda, o corvo-mor. É só uma imitação barata. A legítima defesa a que ele se refere é a de um brutamontes que, supostamente ameaçado com canivete por um manifestante (o jovem Fabrício Chaves alega só tê-lo sacado depois de receber os disparos), efetivamente mandou bala no dito cujo, colocando-o em coma e causando-lhe a perda de um testículo. Até os colegas de farda consideraram um exagero... evitando, por coleguismo, utilizar a palavra covardia. Eu, que não tenho papas na língua, afirmo com todas as letras: quem usa pistola .40 contra canivete, ou tem instinto assassino, ou é um grandessíssimo covarde. Para os que não estão familiarizados com o assunto, esclareço tratar-se de uma arma tão potente que seu impacto necessariamente provoca a queda da pessoa atingida, colocando-a à mercê do atirador. Já canivete não passa de um brinquedinho para ginasiano exibir à namorada e se pavonear. Aos 13 anos eu já tinha um, com considerável atraso em relação aos meninos da favela do bairro, que ganhavam o primeiro lá pelos oito anos. Mesmo sendo sexagenário, eu me defenderia facilmente de um atacante com canivete; a pontapés, já que minhas pernas teriam alcance muito maior que o braço do inimigo, impedindo sua aproximação. Afora o fato de que havia outros PMs por perto, para intervirem se necessário. Fez-me lembrar a charge antológica de Ziraldo, no auge da guerra do Vietnã: vários super-heróis estadunidenses a fugirem em carreira desabalada, pânico estampado em seus rostos, de um minúsculo vietcong com sandálias e chapéu em forma de cone. Olhando as fotos do RA, qualquer um percebe que ele não sabe nadinha da realidade das ruas. É um rato de biblioteca do pior tipo, pois só se alimenta de livros reaças. E está sempre caindo no ridículo ao se manifestar sobre o que se passa fora de sua redoma - como quando, orgulhosamente, anunciou ter denunciado à Polícia o IP dos computadores de internautas que lhe estariam mandando mensagens ameaçadoras. Ele ignora, ou finge ignorar, que todos os articulistas polêmicos as recebemos aos montes, sem jamais levarmos a sério esses trotes, cujos autores geralmente não passam de adolescentes metidos a bestas. Também intrigou com as "otoridade" uma leitora que lhe enviou e-mail queixando-se de sua perseguição ao José Genoíno e conjeturando que o RA poderia sofrer retaliação "de alguém mais exaltado" caso o petista morresse na prisão. Isto nem ameaça é, salvo para quem passa a vida transtornado pela paúra. Dá a impressão de que semana sim, outra também, ele vai depositar tais ninharias na mesa do delegado. Será como uma espécie de contrapartida aos seus protetores que ele os defende incondicionalmente, mesmo nos episódios em que sua atuação é indefensável? Chega ao ponto de desqualificar todos os que criticam a truculência dos agentes do Estado, rotulando-os de integrantes de uma hipotética Frente Única de Difamação da Polícia. Deveria, intitulá-la, isto sim, de Frente Ampla, pois a péssima imagem das Polícias Militares não é apenas consensual entre os brasileiros civilizados; ela corre mundo, a ponto de até o Alto Comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidas haver recomendado sua extinção. Dentre outros motivos por serem useiras e vezeiras em maquilarem "execuções extrajudiciais", fazendo com que as mortes pareçam ter resultado de resistência à prisão. Leia mais sobre o Brasil nas ruas Outros textos sobre direitos humanos Nosso jornalismo precisa da sua assinatura * Celso Lungaretti é jornalista, escritor e ex-preso político. Mantém o blog http://naufrago-da-utopia.blogspot.com.br/.
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