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A farsa do Dia da Libertação de Trump

"Trump entregou, mais uma vez, um show de bravatas. Mas, como todo espetáculo, ele acaba", escreve Luiz Carlos Mendonça de Barros.

Luiz Carlos Mendonça de Barros

Luiz Carlos Mendonça de Barros

7/4/2025 8:28

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Na última semana, o presidente Donald Trump protagonizou mais um espetáculo político desta vez ao ar livre, nos jardins da Casa Branca para anunciar ao mundo a nova política tarifária dos Estados Unidos. O evento, repleto de pompa e retórica nacionalista, foi batizado por ele como o Dia da Libertação: uma suposta libertação econômica dos EUA após mais de 100 anos de exploração pelas grandes economias globais.

A tal

A tal "libertação" corre o risco de se transformar em isolamento, escreve Luiz Carlos Mendonça de BarrosFlickr/Casa Branca

Segundo Trump, a nova rodada de tarifas sobre produtos importados seria a solução definitiva para estancar a perda de empregos industriais no país. Ele afirma que países com mão de obra mais barata estariam promovendo um "roubo sistemático" dos empregos americanos, ao atrair empresas a se estabelecerem na Ásia e em outras regiões menos desenvolvidas. Como resposta, prometeu taxar essas importações com alíquotas que variam de 10% a mais de 50%, conforme uma tabela divulgada com destaque na cerimônia.

O tom do discurso foi o de sempre: simplificador, inflamado e voltado à sua base mais fiel aquela que não exige provas, apenas certezas emocionais. Sem qualquer preocupação com fundamentos econômicos ou dados concretos, Trump pintou um cenário de redenção patriótica que mais parecia roteiro de filme do que política pública real.

Mas o mundo real não tardou a reagir. Na mesma noite, os mercados financeiros da Ásia e da Europa despencaram. As tarifas anunciadas superaram até mesmo as expectativas mais pessimistas dos analistas, e o impacto sobre os preços internos nos EUA deve ser imediato. Afinal, tarifas são impostos pagos diretamente pelos consumidores e muitos dos produtos taxados integram a cesta básica das famílias americanas.

Ou seja, enquanto Trump promete salvar o trabalhador americano, pode, na prática, penalizar a própria população com inflação, aumento do custo de vida e retaliações comerciais de parceiros estratégicos. A tal "libertação" corre o risco de se transformar em isolamento.

O que vimos na Casa Branca foi, na verdade, mais um capítulo do populismo econômico que ignora as complexidades do comércio global. A criação de um inimigo externo ora a China, ora o México, ora a Europa serve de cortina de fumaça para esconder os reais desafios da economia americana: baixa produtividade em alguns setores, desigualdade crescente, falhas no sistema educacional e a transformação digital do emprego.

Trump entregou, mais uma vez, um show de bravatas. Mas, como todo espetáculo, ele acaba. E, quando as luzes se apagam, resta o impacto real das decisões. O Dia da Libertação, para muitos, pode se tornar o início de um novo cativeiro econômico desta vez, imposto de dentro para fora.

Instituições econômicas de alta credibilidade já vêm alertando para o aumento do risco inflacionário e para a possibilidade de desaceleração do crescimento econômico, o que afetaria diretamente o nível de emprego e renda. A Universidade de Yale chama atenção para os seguintes pontos:

  • Após a incorporação de todas as tarifas de 2025, a tarifa efetiva média americana atinge 22,5%, o maior nível desde 1909.
  • O nível geral de preços aumenta 2,3% no curto prazo, o que equivale a uma perda média de consumo por domicílio de US$ 3.800 (em valores de 2024).
  • O crescimento do PIB real dos EUA em 2025 será 0,5 ponto percentual menor devido ao anúncio de 2 de abril, e 0,9 ponto percentual menor considerando todas as tarifas de 2025.
  • No longo prazo, a economia americana será persistentemente entre 0,4% e 0,6% menor, representando perdas anuais de US$ 100 bilhões a US$ 180 bilhões, em valores de 2024.

Se não houver uma vergonhosa reviravolta na política tarifária de Trump, é provável que haja grande frustração entre seu eleitorado, especialmente entre os que, em 2020, votaram em Biden motivados pela alta inflação em seu mandato.

Nesse cenário, as eleições para o Congresso em 2026 podem selar um fim pouco glorioso para um presidente que escolheu romper com aliados históricos dos Estados Unidos e colocar fim a um modelo político e econômico que, com todas as suas imperfeições, sustentou a liderança americana por mais de 70 anos.

O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].

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