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Os 100 dias de Trump: um início caótico com sinais claros de ruptura

Os mercados já reagiram ao despreparo de Trump; agora resta saber se o Congresso, a Justiça e a sociedade civil farão o mesmo a tempo.

Luiz Carlos Mendonça de Barros

Luiz Carlos Mendonça de Barros

22/4/2025 | Atualizado às 9:38

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Desde Franklin D. Roosevelt, os primeiros 100 dias de um novo governo são considerados um termômetro simbólico e, em alguns casos, revelador do rumo que uma presidência pode tomar. Nem sempre é possível prever o futuro, mas esse período inicial costuma trazer as primeiras pistas sobre o estilo de governar, as prioridades e os riscos envolvidos. No caso de Donald Trump, o que se desenha desde os primeiros dias é uma ruptura profunda e perigosa com o legado político, econômico e institucional que os Estados Unidos ajudaram a construir ao longo do pós-guerra.

Trump se revelou um presidente impulsivo, cercado por conselheiros despreparados, e sem domínio da engrenagem institucional

Trump se revelou um presidente impulsivo, cercado por conselheiros despreparados, e sem domínio da engrenagem institucionalDaniel Torok/Casa Branca

Baseado numa análise distorcida e tecnicamente frágil sobre a perda de empregos na indústria manufatureira em algumas regioes, Trump tenta repetir velhas fórmulas protecionistas. Ao invés de oferecer soluções para os desafios da globalização que realmente existem, recorre a fantasmas do passado. A criação de um sistema tarifário rígido e improvisado, imposto sem a participação do Congresso, mostra não apenas desprezo pelas instituições, mas também desconhecimento dos fundamentos da economia moderna.

O impacto foi imediato. Wall Street, tradicionalmente receptiva a promessas de cortes de impostos e desregulamentação, rapidamente deu sinais de inquietação. A simples apresentação do pacote tarifário bastou para que os mercados entrassem em forte turbulência, forçando o governo a adiar sua entrada em vigor por 90 dias.

Ainda mais grave foi o ataque ao Federal Reserve. Ao insinuar publicamente a possibilidade de demitir o presidente da instituição responsável por garantir a estabilidade monetária e protegida por sua independência constitucional Trump acendeu o sinal vermelho nos mercados internacionais. Os efeitos foram claros: forte queda nas bolsas, desvalorização do dólar, disparada do ouro para US$ 3.500 e valorização do franco suíço a US$ 1,25. Um reflexo direto da fuga de investidores diante do risco institucional americano.

Em apenas cem dias, Trump se revelou um presidente impulsivo, cercado por conselheiros despreparados, e sem domínio da engrenagem institucional que sustenta a democracia americana. Os mercados já reagiram. Resta saber se as demais instituições Congresso, Justiça, sociedade civil também reagirão a tempo.

Vejo, neste momento, uma armadilha semelhante à vivida pelo Reino Unido entre 1936 e 1939, quando apenas um pequeno grupo liderado por Winston Churchill alertava sobre o avanço militar da Alemanha nazista. A opinião pública britânica, traumatizada pela Primeira Guerra, preferia o silêncio à confrontação. Quando acordou, era tarde demais e o que veio a seguir foi ainda pior.

Tenho, no entanto, a convicção de que os Estados Unidos, com sua tradição institucional robusta e uma sociedade civil ativa, encontrarão meios de conter os excessos antes que Trump possa levar adiante seu projeto de desmontar o arcabouço político e econômico construído nas últimas cinco décadas

O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].

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