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Marcus Pestana
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Economia e desenvolvimento
24/5/2025 9:00
Infelizmente o Brasil continua patinando em assuntos que já deveriam estar resolvidos. A energia deveria ser gasta com as questões essenciais e estratégicas. O país tinha tudo para jogar na primeira divisão dos países desenvolvidos a partir da base criada no século XX. Perdemos o fio da meada e a rota do crescimento acelerado. A forma mais eficaz de enfrentarmos a miséria e a pobreza é a geração de renda e emprego em patamares de qualidade crescentes. Hoje o nó fiscal estrangula nossas perspectivas. Enquanto os países emergentes e asiáticos investem entre 30 e 40% de seus PIBs, o Brasil investe 17%.
A produção capitalista é fruto da combinação de dois fatores de produção básicos: capital e trabalho. Capital fixo e circulante que se materializa em instalações, máquinas, equipamentos, matérias-primas, tecnologias, insumos, salários, temperado pela capacidade empresarial e de inovação. Capital humano que cria valor a partir do trabalho.
Tendo um crescimento médio medíocre nas últimas décadas, vimos nossa renda per capita estagnar em patamares que parecem revelar um aprisionamento insuperável à armadilha da renda média. O sonho do Brasil grande, país do futuro, foi perdido numa sucessão de escolhas erradas que obstruíram nossa travessia.
Grande parte do impulso ao veloz crescimento vinha do bônus demográfico. Ano após anos, milhões de jovens chegando ao mercado consumidor e de trabalho. O jogo mudou. O IBGE avisa: a partir de 2042 - em apenas 17 anos - a população brasileira começará a cair. Menos gente produzindo e consumindo. E cada vez mais idosos e menos jovens e fortes impactos sobre as políticas públicas de previdência e saúde.
Para distribuir a riqueza, primeiro precisamos produzi-la. Com menos gente produzindo só há um caminho para alimentar o sonho de um país com alta renda média: aumentar a produtividade.
Em 2024, a produtividade ficou estagnada no Brasil. Alguns fatores impactam o aumento de produtividade: educação de qualidade, capacidade tecnológica e de inovação, a infraestrutura e as externalidades por ela geradas, o ambiente de negócios. Se queremos ter um futuro ousado e ambicioso, temos que cuidar dessas variáveis.
Não teremos o futuro sonhado se continuarmos com cerca de um terço da população classificada como analfabeta funcional ou se mantivermos o vergonhoso 53º. lugar entre 65 países no PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes). Não clarearemos novos horizontes se os governos e as empresas continuarem com um nível risível de investimentos em ciência e tecnologia, o que nos impede de reproduzir experiências exitosas como a da EMBRAPA com o Agronegócio ou do ITA com a EMBRAER. E a infraestrutura? Qual é a última grande obra que você tem notícia de ser inaugurada? As parcerias com o setor privado avançaram. Novos marcos regulatórios foram aprovados em setores como saneamento e ferrovias. Pequenas revoluções foram feitas como nas telecomunicações. As reformas trabalhista e tributária efetivadas serão um grande impulso. Mas com taxas de juros estratosféricas não há investimento que resista. Para isso temos que arrumar o fiscal.
A agenda é conhecida e não é nova. Faltam clareza de diagnóstico, liderança, disposição, coragem, convergência política e ação transformadora.
Oxalá minha geração ainda assista o Brasil realizar a utopia de ser um grande país!
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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