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Marcus Pestana
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Globalização
19/7/2025 8:00
O nível de integração da economia global variou, ao longo da história, em função do estágio de desenvolvimento das comunicações e dos transportes. Sistemas de navegação, navios, cartografia, radares, GPS, telégrafo, rádio, telefonia, internet, ferrovias, automóveis, rodovias, pontes, viadutos, túneis, aviões foram inovações essenciais, cada qual à sua época, para a avanço de uma ampla rede de comércio internacional e integração produtiva.
Já na Antiguidade, vastos impérios foram formados a partir de Roma, Pérsia, Egito, China e Macedônia. Mesmo durante a Idade Média, tida como uma era de retrocessos, assistiu-se uma intensa expansão de rotas comerciais.
Grande impulso houve no período mercantilista, com países como Inglaterra, Holanda, França, Espanha e Portugal lançando-se aos oceanos, em busca de matérias primas, metais preciosos e zonas de influência, incorporando ao mapa as Américas e a Oceania.
Com a revolução industrial, a dinâmica de acumulação de capitais se desloca da esfera comercial para a produção. Tratava-se, agora, não só do fornecimento de insumos para a produção, mas de expandir-se, em escala geométrica, os mercados consumidores.
Os países centrais do nascente capitalismo disputavam e iam à guerra por áreas de domínio. Inglaterra, França, Prússia, Rússia eram Estados-Nação disputando a hegemonia, num mundo cada vez mais integrado e interdependente. Por seu vigor financeiro, industrial, comercial e militar, a Inglaterra se impôs como país líder de um século XIX, marcado ainda por ambições imperialistas.
As consequências foram as duas Grandes Guerras, a Revolução Russa de 1917, a grande recessão de 1929, a ascensão do nazifascismo, o holocausto e o surgimento de um novo ciclo subsequente. Este novo tempo nasceu sob a liderança dos Estados Unidos, antagonizando com a União Soviética e o bloco socialista. Nasceram a Guerra Fria, a corrida armamentista, a disputa ideológica, as instituições de governança global como Nações Unidas, FMI, Banco Mundial e OMC. O ciclo se esgota com a dissolução da URSS e a queda do muro de Berlim.
Surge a era da globalização. A internet e as tecnologias digitais patrocinam a integração. O protecionismo é arrefecido. Grandes empresas desenvolvem seus negócios em dezenas de países de forma integrada. A China adota o capitalismo de Estado ou o socialismo de mercado. Não quer exportar ideologia e sim mercadorias e capitais. O lance mais ousado é a criação da União Europeia e sua moeda única. Fato impensável na primeira metade do século XX. Tudo indicava a instalação de uma "Pax capitalista". A guerra seria agora por eficiência, competitividade, inovação e produtividade.
Nem tudo, no entanto, foram flores. A globalização produziu frustrações e ressentimentos no seio das sociedades. A imigração em massa de populações pobres para países ricos atiçou o velho nacionalismo chauvinista. Surge, a partir da segunda década do século XXI, o populismo iliberal. Sua expressão maior, Donald Trump e seu MAGA (Make America Great Again). A desenvoltura, em seu segundo mandato, surpreende. Tal qual o personagem de Chaplin no genial O GRANDE DITADOR, brinca no Salão Oval com o globo terrestre. Ativa a sua metralhadora giratória de tarifas de importação.
Será o fim da globalização? Voltaremos ao assunto.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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Direitos trabalhistas
Política econômica
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