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Eduardo Galvão
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11/3/2021 | Atualizado 10/10/2021 às 16:06
 
 
 Mas Bolsonaro ainda tem como fortalezas ter a caneta na mão, controlar as ações do governo e com isso direcionar políticas que possam reter aliados e sua popularidade, principalmente as que sejam relacionadas ao combate à pandemia e à recuperação econômica e geração de empregos. Aliás, será difícil achar o equilíbrio possível entre ambas. E ainda seus aliados manipulam de forma hábil as redes sociais - lembremos que foi sua principal plataforma de campanha.
Lula tem uma narrativa poderosa contra a de Bolsonaro suas conquistas como presidente: o legado baseado na valorização do SUS e a vacinação de milhares de pessoas em seu governo, de ter governado durante uma grande prosperidade econômica, de ter posicionado o Brasil no cenário internacional e conquistas nas áreas ambiental e social. A tendência é que esse discurso seja reforçado até as eleições de 2022 e que Lula acumule apoio considerável da grande mídia, o que pode ser muito poderoso contra a comunicação bolsonarista.
O fato é que Bolsonaro foi eleito num período em que a esquerda, o PT e Lula enfrentavam uma crise reputacional enorme por conta dos escândalos do Mensalão e do Petrolão. Com o clamor popular incendiado contra a corrupção, Bolsonaro se posicionou como o contraponto que a sociedade clamava, uma proposta de ordem ao caos que a Lava Jato deu visibilidade.
No cenário de hoje, Bolsonaro vive sua própria crise reputacional. Sua rejeição tem subido e bateu seu recorde de 49% em fevereiro. As razões são atribuídas à percepção que a população tem da gestão da pandemia e da crise econômica. E no discurso à nação, após sua libertação, Lula se posiciona como alternativa diametralmente oposta a Bolsonaro, reforçando que vem para polarizar de modo explícito a narrativa bolsonarista.
De fato, vara que bate em Chico, bate em Francisco. No caso, em Luiz e Jair. As eleições de 2018 foram definidas pelos eleitores que não tinham aderido nem à esquerda nem à direita. O jogo foi decidido com base no voto útil, onde os eleitores de centro votaram no candidato que rejeitavam menos.
Mantidas as condições de hoje, teremos um cenário extremamente disputado e de muita polarização. O acirramento pela captura da narrativa será ferrenho. O risco político será alto, com reações passionais e exageradas de ambos lados, como vimos recentemente.
Podem-se esperar desidratação de figuras de centro, oscilações bruscas na bolsa de valores, como houve após a libertação de Lula, e extrema incerteza do mercado quanto ao que será do Brasil após 2022.
*Colaborou Caliel Calves, coordenador de Projetos do Pensar RelGov, Internacionalista pelo IRI-USP, pesquisador no CAENI/USP, Acelerador na Legisla Brasil e Embaixador do Politize!. 
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
> Leia mais textos do autor.
Mas Bolsonaro ainda tem como fortalezas ter a caneta na mão, controlar as ações do governo e com isso direcionar políticas que possam reter aliados e sua popularidade, principalmente as que sejam relacionadas ao combate à pandemia e à recuperação econômica e geração de empregos. Aliás, será difícil achar o equilíbrio possível entre ambas. E ainda seus aliados manipulam de forma hábil as redes sociais - lembremos que foi sua principal plataforma de campanha.
Lula tem uma narrativa poderosa contra a de Bolsonaro suas conquistas como presidente: o legado baseado na valorização do SUS e a vacinação de milhares de pessoas em seu governo, de ter governado durante uma grande prosperidade econômica, de ter posicionado o Brasil no cenário internacional e conquistas nas áreas ambiental e social. A tendência é que esse discurso seja reforçado até as eleições de 2022 e que Lula acumule apoio considerável da grande mídia, o que pode ser muito poderoso contra a comunicação bolsonarista.
O fato é que Bolsonaro foi eleito num período em que a esquerda, o PT e Lula enfrentavam uma crise reputacional enorme por conta dos escândalos do Mensalão e do Petrolão. Com o clamor popular incendiado contra a corrupção, Bolsonaro se posicionou como o contraponto que a sociedade clamava, uma proposta de ordem ao caos que a Lava Jato deu visibilidade.
No cenário de hoje, Bolsonaro vive sua própria crise reputacional. Sua rejeição tem subido e bateu seu recorde de 49% em fevereiro. As razões são atribuídas à percepção que a população tem da gestão da pandemia e da crise econômica. E no discurso à nação, após sua libertação, Lula se posiciona como alternativa diametralmente oposta a Bolsonaro, reforçando que vem para polarizar de modo explícito a narrativa bolsonarista.
De fato, vara que bate em Chico, bate em Francisco. No caso, em Luiz e Jair. As eleições de 2018 foram definidas pelos eleitores que não tinham aderido nem à esquerda nem à direita. O jogo foi decidido com base no voto útil, onde os eleitores de centro votaram no candidato que rejeitavam menos.
Mantidas as condições de hoje, teremos um cenário extremamente disputado e de muita polarização. O acirramento pela captura da narrativa será ferrenho. O risco político será alto, com reações passionais e exageradas de ambos lados, como vimos recentemente.
Podem-se esperar desidratação de figuras de centro, oscilações bruscas na bolsa de valores, como houve após a libertação de Lula, e extrema incerteza do mercado quanto ao que será do Brasil após 2022.
*Colaborou Caliel Calves, coordenador de Projetos do Pensar RelGov, Internacionalista pelo IRI-USP, pesquisador no CAENI/USP, Acelerador na Legisla Brasil e Embaixador do Politize!. 
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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