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Eduardo Fernandez
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Nosso futuro comum: o alerta da China e os promotores da guerra
29/4/2020 | Atualizado 10/10/2021 às 17:37
No nível meso, há sólida evidência de que são positivos, em termos de saúde mental (e de produtividade), ambientes de trabalho cujos participantes podem conversar livremente sobre suas inseguranças, dúvidas e fraquezas, que existem em todas as atividades. Não é o caso do ambiente político! Neste, além disso, as pessoas estão sujeitas à coerção, intimidação e comportamento agressivo, sexista ou similar, todos estes fatores geradores de muito estresse e danosos em termos de saúde mental.
Enfrentar as eleições, então, é outro agravante: serei eleito ou não? Fulano/a vai me trair ou não? Como vou pagar os compromissos assumidos? Nesse tenso ambiente, candidatos se viciam, casamentos acabam, dívidas impagáveis são contraídas e muitos, de acordo com pesquisa no Reino Unido, "choram copiosamente às noites após ler mensagens agressivas em suas mídias sociais".
Ainda nesse mesmo nível, Flinders e outros apontam o "paradoxo da liderança", e o grande estresse dele decorrente. É que o "líder" procura ser, ao mesmo tempo, "maior" que as pessoas comuns, para justificar seu papel de liderança, e igual àquelas mesmas pessoas, para justificar representá-las. Haja estresse!!! Associado a esse paradoxo aparece o senso de arrogância, e a incapacidade de ouvir críticas, de que sofrem não poucos nessa profissão.
Já no plano micro ou individual, há o excesso de compromissos e o consequente descaso com a vida familiar; hoje, mais que no passado, há ainda a pressão decorrente da atividade constante nas redes sociais... Um parlamentar uma vez me disse, brincando: "Foi Deus quem inventou a internet, mas o WhatsApp quem fez foi o diabo!!!"
Deixando de comentar outras fontes de estresse, por economia de espaço, lembremos, como dizem os autores do texto comentado, "a saúde da democracia pode, em certa medida, depender da saúde mental daqueles que elegemos para tomar decisões em nossos nomes".
E, não custa repetir, pessoas sob tensão e com problemas mentais tendem a tomar más decisões....
Essas considerações sobre a saúde mental dos políticos transformam o que era suspeita em quase certeza: nossos dirigentes tendem a carecer de sanidade mental (aliás, essa insanidade é fator que permite, nos casos mais graves, a interdição das pessoas para qualquer ato civil!!!).
Nesse momento de muitas crises simultâneas - sanitária, econômica, ambiental, moral, entre outras - como poderemos superá-las se não alterarmos a maneira como os políticos trabalham e decidem? Já dissemos que o trabalho deles é essencial à democracia. Então, como reduzir os riscos de suas decisões sob estresse?
A resposta não é fácil nem clara, mas uma coisa é certa: dirigentes com distúrbios mentais certamente não nos levarão a bom porto.
Para reduzir o risco de naufrágio o melhor remédio é ouvir mais as pessoas, ampliar e, cada vez mais, inclusive com a ajuda das modernas tecnologias de informação, democratizar a democracia.

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