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Na história do STF, Lula resolveu copiar Bolsonaro?

OPINIÃO: Lula pode ter tentado uma tática diversionista ao sugerir que votos de ministros do STF fiquem em sigilo, escreve Rudolfo Lago

Rudolfo Lago

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6/9/2023 16:51

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Presidente Lula se pronunciou contrariamente ao PL que equipara o aborto ao crime de homicídio simples, referindo-se como

Presidente Lula se pronunciou contrariamente ao PL que equipara o aborto ao crime de homicídio simples, referindo-se como "insanidade". Imagem: Canal Gov
Terá o presidente Lula, na entrevista para Marcos Uchôa no Canal Gov, feito um ensaio particular das táticas diversionistas que seu antecessor, Jair Bolsonaro, adorava, e que aprendeu com o antecessor de Joe Biden nos Estados Unidos, Donald Trump? Se foi um ensaio desse tipo de diversionismo, vale reforçar com Lula o uso acima da palavra "antecessor": aparentemente, o uso dessas táticas diversionistas não deu muito certo nem para Trump nem para Bolsonaro. O diversionismo era uma das estratégias preferidas tanto de Trump quanto de Bolsonaro. É adotado das ideias de incorporação de táticas militares à política, o uso da chamada guerra híbrida, que utiliza recursos de desinformação para confundir o adversário. Ou lança balões de ensaio para testar: se dá certo, avança-se desse ponto; se dá errado, recua-se. Em todos os momentos em que Trump ou Bolsonaro estavam incomodados, pressionados, com alguma situação que não se resolvia ou quando o desfecho lhes era desfavorável, vinha um "golden shower" da vida para desviar a atenção. Por alguns dias, ficava-se discutindo aquela barbaridade e ambos conseguiam escapar da questão não resolvida que realmente interessava. Na "Conversa com o Presidente" desta semana, Lula jogou do nada sua ideia de tornar sigilosos os votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), deixando pública somente a decisão final. É curioso que Lula tenha feito isso justamente quando adiava pela enésima vez a conclusão da novela da minirreforma ministerial que irá abrigar mais dois nomes do Centrão, André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) no primeiro escalão. Quando estava prestes a lidar com o desgaste de ter que demitir mais uma mulher, Ana Moser, do Ministério dos Esportes para dar lugar à turma do Centrão. Quando sofre a pressão do humorista Gregório Duvivier e de outros para considerar a ideia de colocar uma mulher negra no STF na vaga que será aberta com a aposentadoria de Rosa Weber, coisa que Lula não parece muito disposto a fazer. Pronto. Em vez de se discutir qualquer um dos temas acima, discute-se se é democrático ou não o voto dos ministros do Supremo ser aberto ou sigiloso. E por que isso parece uma tática diversionista? Porque pouco importa que se fique agora discutindo se há países democráticos no mundo em que é assim. Que se saquem argumentos contra e a favor. Simplesmente porque não parece haver a menor possibilidade de uma mudança nesse sentido. A discussão poderia alimentar rodas de botequins ou seminários de juristas. Só fica estranha na boca de um presidente. Porque não seria do poder Executivo que uma eventual mudança nesse sentido sairia. Seria uma indevida interferência de um poder sobre o outro. Primeiro, o formato dos votos e das sessões do Supremo e outros órgãos da Justiça estão nos regimentos do poder Judiciário. Caberia primeiro, portanto, ao próprio Judiciário definir se devem ou não ser alterados. Estão também na Constituição, é claro. Mas não soaria bem uma proposta formal nesse sentido partir do Executivo. Poderia vir a ser discutida no Legislativo, mas, de novo, não por iniciativa do Executivo. Mas, para além disso, não é um tema que hoje pareça motivar o Congresso. Como cidadão, Lula, é claro, pode ter opiniões a respeito de coisas que não irá propor formalmente. Mas, enquanto presidente da República, Lula não é um cidadão comum. Então, nada do que ele diz - ainda mais nada do que ele diz em entrevistas formais e programas da própria TV governamental, como no caso - é só uma opinião banal de um cidadão em uma roda de conversa. Tanto que repercute, tanto que ganha relevância. É como fazia Bolsonaro quando corria atrás da ema do Alvorada com uma caixa de cloroquina. Não se tratava apenas de uma excentricidade do morador daquela casa. Tratava-se de um gesto no qual o presidente da República recomendava um remédio para a covid-19 cuja eficácia não era comprovada. E é aí que reside a falha da tal tática diversionista. Se, por um lado, ela desvia o foco de temas que são desconfortáveis, com o tempo elas desgastam o governante. Se a estratégia de levar a sério o que é diversionismo é um truque, ela só dá certo enquanto a população acredita no truque. Quando ela descobre que é um truque, é como a eficácia de uma mágica depois que a plateia percebe como ela é feita. Não funciona mais. Se há alguma dúvida quanto à ineficácia do abuso da tática diversionista, basta ver os destinos tanto de Trump quanto de Bolsonaro. Nenhum dos dois conseguiu se reeleger presidente.
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