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A busca de Marinete - Abundância de nióbio e cacau em um país que não a explora

Pedro Valls Feu Rosa

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20/9/2016 | Atualizado 10/10/2021 às 16:40

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Dia desses li um interessante texto sobre o nióbio. Trata-se de um metal utilizado principalmente na produção de ligas de aço de alta resistência, com aplicações na construção civil, na indústria mecânica, aeroespacial, naval, automobilística e nuclear, dentre outras. O grande diferencial desse metal, pelo que compreendi, é sua incrível resistência à corrosão e às temperaturas extremas. Assim, quando adicionado na proporção de gramas por tonelada de aço, confere a este propriedades sem as quais o mundo como o conhecemos seria impossível. Segundo entendi, o Brasil detém as maiores reservas conhecidas de nióbio (98,43%), seguido pelo Canadá (1,11%) e Austrália (0,46%). No país, as jazidas conhecidas estão em Minas Gerais (75,08%), Amazonas (21,34%) e em Goiás (3,58%). Parei para meditar um pouco: torna-se evidente que o Brasil tem praticamente o monopólio desse metal raríssimo, sem o qual muitas das facilidades tecnológicas às quais a humanidade se acostumou - de computadores a aviões a jato, de tomógrafos a reatores - escasseariam. Eis aí, sem qualquer sombra de dúvida, um patrimônio irrenunciável do povo brasileiro. [caption id="attachment_262798" align="alignright" width="380" caption="Jazidas do minério e do fruto no Brasil são abundantes, mas desdenhadas, reclama autor"][fotografo]EBC[/fotografo][/caption]Tive a ideia, então, de procurar saber qual o preço de venda de tão distinta riqueza. Que arrependimento! Afinal, como exclamava Lichtenberg, "nada induz a uma maior paz de espírito do que não ter opinião sobre nada". Sim, seria melhor ter continuado a viver na ignorância - doeria menos. Constatei, absolutamente consternado, que o preço médio de exportação do ferro-nióbio subiu de US$ 13 o quilo em 2001 para US$ 32 em 2008. Em 2012, a média ficou em US$ 26,50 o quilo. Decidi, para fins de comparação, apurar o preço de um quilo de chocolate importado da Suíça, país no qual até onde sei não existe um único pé de cacau. Fui a um supermercado e verifiquei que quatro latinhas de 250 gramas cada totalizariam US$ 85,08 - umas três vezes mais! Me perdoem por ser repetitivo, mas há que se acentuar esta realidade: exportamos um dos mais raros e essenciais minérios do planeta a US$ 26,50 o quilo e importamos por US$ 85,08 um quilo de chocolate feito em um país que não dispõe de sequer um pé de cacau! Decidi fazer uma outra comparação, desta feita com um litro de uísque envelhecido 12 anos - desses que encontramos em supermercados. Uma garrafa custa em média US$ 68 - umas duas vezes e meia mais. Baixei a "idade" para 8 anos, e só assim consegui igualar os preços do raro minério e da bebida importada. Fiz, então, uma última comparação: coloquei lado a lado um quilo de nióbio e uma máscara de palhaço com touca colorida e nariz Vermelho, dessas usadas em festas infantis. O nióbio ficou nos US$ 26,50 conhecidos, e a máscara de palhaço em US$ 33,61 - e isso não é palhaçada alguma, claro! Meu susto foi ainda maior ao ler sobre a existência de um documento do Departamento de Estados dos EUA, vazado pelo famoso Wikileaks em 2010, que incluía as minas brasileiras de nióbio em uma lista de locais considerados estratégicos - por aquele país, claro! Porém, mais há: em 2011, segundo estudei, um grupo de empresas estrangeiras - da China, Japão e Coreia do Sul - adquiriu robustos direitos de exploração desse nosso minério. Enquanto isso, alheia a estes graves problemas nacionais, lá vai Marinete, 6 anos de idade, rumo ao seu trabalho como catadora de lixo, na companhia de milhares de outras crianças brasileiras. Boa sorte, Marinete! Espero que você encontre algum nióbio lá no lixão! Mais sobre meio ambiente Mais sobre comércio exterior
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