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21/5/2015 | Atualizado 10/10/2021 às 16:40

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Dia desses assisti a um daqueles documentários sobre a África, recheados de cenas de caça. O foco era exatamente este: os cuidados que a maioria dos bichos deve ter por conviver com espécies ferozes em um mesmo ambiente. Achei muito interessante o ritual da hora de beber água, no final do dia. O primeiro a ir até o rio é o chefe da manada. Ele chega cauteloso, quase que furtivo. Verifica com cuidado o ambiente, certificando-se de que lá não está nenhuma besta feroz à espreita. Se a barra estiver limpa, ele retorna e chama o restante da manada. Vão todos às pressas, em uma correria desesperada causada não pela sede, mas pelo medo. É assim que chegam à beira do rio e começam a beber água nervosamente, sempre olhando para os lados e controlando o ambiente. Ao redor, sempre vigilante, lá está o chefe da manada, pronto a dar o alarme caso alguma fera apareça. Nesse caso, cada animal sabe o que fazer: sair numa correria desesperada. O último é sempre o chefe - que, para salvar o restante da manada, acaba virando comida de alguma besta feroz. Confesso que a cada vez que assisto a um documentário desses choca-me principalmente a falta de dignidade imposta aos animais mais pacíficos, sempre obrigados a viver às escondidas ou correndo de um lado para o outro. As atividades mais banais, tais como pastar ou beber água, transformam-se em momentos de risco, nos quais a dignidade vai cedendo espaço ao instinto de sobrevivência. Pois é. Assim é a vida lá nas selvas da África. Mas, mudando de assunto, há alguns dias saí para jantar fora com um casal amigo. Eles resolveram levar os dois filhos, ainda crianças. Vivemos momentos agradáveis. Por volta das oito da noite fomos embora. Impressionou-me, então, o treinamento da família. O primeiro a sair do restaurante foi o meu amigo. Olhou para um lado e para o outro, foi até o carro, contornou-o, certificando-se de que não havia ninguém perto e, de lá, fez um sinal de positivo para a esposa e os dois filhos. Estes, então, disciplinadamente, saíram quase correndo rumo ao carro. Cada um já sabia o que fazer, abrindo sua porta e entrando apressadamente. Enquanto isso o motor era ligado e o veículo preparado para sair. Confesso que não cheguei a cronometrar quanto tempo durou essa operação, mas posso dizer que consumiu menos de 30 segundos. Conversando depois com meu amigo, fui informado de que toda a família passou realmente por um treinamento. E acrescentou que, em caso de emergência, todos já estão preparados. Assim, ele deverá ficar e encarar a situação do jeito que for possível - e, se não for possível, que se sacrifique pelos demais. Quanto à esposa e filhos, estes deverão sair correndo desenfreadamente, cada um para um lado, abanando os braços e gritando por socorro. Mas, perdoem-me, ainda sobre a África aprendi algo interessante naquele documentário. Disseram que uma das maneiras de diferenciar um animal pacífico de outro violento é através dos olhos. Eis aí algo curioso, que eu ainda não havia observado: os olhos dos animais mansos ficam na lateral da cabeça - posição que torna mais fácil controlar o ambiente ao redor. Em resumo, dá para vigiar melhor se alguma fera está se aproximando. Já quanto a estas, os olhos invariavelmente ficam na frente do crânio, possibilitando um maior foco nas vítimas e uma caçada mais eficiente. E é assim, inspirado pela vida nas selvas, que fico a pensar se não deveríamos ter os olhos ao lado das orelhas... Leia mais textos de Pedro Valls Feu Rosa
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Pedro Valls Feu Rosa África fauna sobrevivência vida selvagem predadores violência urbana instinto de sobrevivência presa manada

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