O PT já admite preocupação com a hipótese de sair apenas com o nanico PRB na disputa presidencial, sem os aliados históricos PCdoB e PSB. De acordo com a
Folha de S. Paulo, disputas nos estados têm levado as duas legendas de esquerda a se afastarem da coligação formal com Lula, anunciada em um jantar com o presidente no dia 24 de maio.
"Evidentemente há uma preocupação com isso, não só pelo tempo de TV, mas pela questão política mesmo. Estamos dialogando de maneira fraterna", disse o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP). Segundo ele, a coligação formal ainda depende de várias avaliações dos partidos. "Nunca acreditamos que havia algum partido que estaria automaticamente coligado", disse.
O apoio político não está em perigo, mas pode ser dado apenas informalmente. É provável que o PSB siga carreira solo, para ter liberdade de fazer coligações nos Estados. A chance de aliança com o PT é remota, até agora, em oito estados: SP, AL, MT, TO, RO, SC, PR e PE.
O secretário nacional do partido, deputado Renato Casagrande (ES), cita exemplos da intolerância petista. Em Alagoas, o PSB tem dois nomes fortes para disputas majoritárias: Kátia Born e Givaldo Carimbão. O PT não tem lideranças expressivas, pois a única era a senadora Heloísa Helena (hoje no Psol). Ainda assim, os petistas não dão apoio ao PSB. "Eles não movem uma palha para beneficiar seus aliados leais. Não prestigiam ninguém", disse o deputado Beto
Albuquerque (PSB-RS).
"Nós sempre apoiamos candidatos do PT quando são mais competitivos. É muito ruim quando o PT não faz o mesmo. Fica complicado fazer política assim", reclamou o deputado
Renildo Calheiros (PCdoB-PE). Os comunistas querem apoio a Agnelo Queiroz no Distrito Federal, Leomar Quintanilha em Tocantins e Inácio Arruda para o Senado no Ceará. Apesar do tom, o PC do B deve mesmo fechar com Lula, já que, diferente do PSB, não tem muitas ilusões quanto a superar a cláusula de barreira de 5%.