O presidente da CPI do Tráfico de Armas, Moroni Torgan (PFL-CE), afirmou que houve corrupção por parte dos advogados do Primeiro Comando da Capital (PCC), Maria Cristina Rachado e Sérgio Weslei, no episódio de compra de depoimentos reservados de integrantes da Polícia Civil de São Paulo à CPI das Armas. "A tipificação penal da corrupção está totalmente qualificada. Não faz diferença se houve ou não pagamento, porque a lei diz que basta oferecer ou prometer dinheiro [como maneira de obter informações de maneira ilícita] para se configurar a corrupção." Weslei foi preso nesta manhã por desacato durante depoimento à CPI.
Embora afirme não ter comprado o CD com o depoimento, Cristina Rachado, admite que, sim, teve posse do material, mas o devolveu a Arthur Vinícius, ex-funcionário terceirizado da Câmara que confessou ter vendido o material aos advogados do PCC. Vinícius afirmou ainda que além de receber de Cristina a quantia de R$ 200 pelo depoimento também recebeu de Weslei a promessa de mais dinheiro pelo material. "Os meninos devem te mandar algum [dinheiro]". Os "meninos" - Arthur disse ter concluído - seriam os membros do PCC.
Até agora, os membros da CPI são unânimes: consideram mais claro e mais consistente o depoimento de Arthur Vinícius em relação ao dos advogados. Segundo membros da comissão a versão de Arthur apresentou o maior número de informações que tiveram veracidade comprovada. Arthur manteve-se calmo e mais seguro durante todo o depoimento, tendo sido provocado por Cristina Rachado, a "dizer a verdade". Ela o acusa de mentir à CPI. Ele respondeu: "A senhora sabe quantas vezes eu já dei este depoimento?Tudo o que eu disse tem sido comprovado pela CPI".