Integrantes da CPI dos Correios foram, nesta quinta, ao Supremo Tribunal Federal (STF) reclamar da conduta dos ministros da corte em relação às liminares concedidas a empresas investigadas pela comissão. Hoje, o ministro Marco Aurélio concedeu liminar favorável à corretora de valores Euro. O despacho impede os parlamentares de terem acesso a dados sigilosos das operações da empresa com recursos de fundos de pensão.
Essa é a terceira liminar do STF em favor de entidades que tiveram os sigilos quebrados pela CPI. O fundo de pensão dos funcionários da Companhia de Águas e Esgoto do Rio de Janeiro (Cedae) e a corretora Ipanema também conseguiram barrar a divulgação dos dados.
A CPI quer investigar as corretoras por desconfiar que o dinheiro dos fundos de pensão pode ter sido usado para abastecer o esquema do mensalão. O presidente da comissão, senador Delcídio Amaral (PT-MS), afirmou que a Euro é uma das peças principais na investigação e precisa dos dados sobre a movimentação financeira da empresa.
Segundo o sub-relator de fundos de pensão da CPI, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), há indícios de que a Euro fez operações suspeitas com recursos de alguns desses fundos. "Ela aparece em operações consistentes que geraram prejuízo para os fundos", constatou.